uando abril chegar, o conselheiro Sérgio Leão, do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), completa 75 anos de vida. Será dia 2. O número impõe a ele o que se chama nos bastidores de “Lei da bengala”. É que a regra de aposentadoria compulsória da corte de contas é semelhante ao dispositivo aplicado pelo Supremo Tribunal Federal à magistratura brasileira, fixada em 75 anos de idade. Até aí, é tudo como manda a lei. Mas, na vaga que ele deixará em aberto, nesta manda quem pode - e tudo indica que quem pode é ele, o governador do Pará, Helder Barbalho.
O destino - ou o destinatário da vaga
-, fala-se a uma boca: Camilo Centeno, competente executivo que opera numa
espécie de dois em um: é homem de confiança da família Barbalho e é,
literalmente, da família, sendo tio do governador.
Atualmente, Centeno é diretor do
Grupo Rede Brasil Amazônia de Comunicação, em substituição a Jader Barbalho
Filho, hoje ministro das Cidades do governo Lula. Fonte da coluna jura sob a
Bíblia que, ano passado, Camilo Centeno foi convidado
para ocupar uma vaga no Tribunal de Contas do Estado, deixada pelo conselheiro
Nelson Chaves.
Dia errado, hora errada
Naquele momento, porém, o governador
trabalhava para colocar - como de fato concretizou - seu primo, Alex Pinheiro
Centeno, filho de Camilo - na vaga de desembargador aberta pelo critério do
Quinto Constitucional, no Tribunal de Justiça do Pará. E, para não correr o
risco de atrapalhar o que foi um processo muito bem sucedido, Camilo teria
declinado do convite, sem prejuízo da campanha do filho. Como a vaga no TCE
precisava ser preenchida bem antes da nomeação da escolha do novo
desembargador, ainda no primeiro trimestre, a escolha recaiu sobre Daniela
Barbalho, conforme decisão da Assembleia Legislativa.
Hoje, dizem fontes, Camilo se sente
pronto para migrar da RBA para a TCM, tanto que estaria preparando sucessor no
comando do Grupo RBA.
Sonho debaixo da ponte
As setas que hoje apontam a vaga no TCM
para Camilo Centeno é um sonho antigo de outro amigo do governador Helder
Barbalho, o ex-chefe da Casa Civil Parsifal Pontes. O cavaleiro Parsifal
sonhava nomear a mulher dele, ex-deputada Ann Pontes, mas esbarrou em problemas
até hoje insanáveis e perdeu fôlego e poder político.
Estranhamente, segundo fontes próximas,
Parsifal Pontes, cuja mulher teria sido preterida na indicação ao TCE, não
alimenta ressentimentos; muito pelo contrário: habituou-se - se é que não faz
parte da natureza dele - a “externalizar contentamento” ante as decisões do
governador, embora “um fio de esperança” ainda o faça esperar pelo “milagre”.
“Ele é o governador”, reage o ex-chefe
da Casa Civil, instado sobre o assunto, o que remete à expectativa de que, no
fundo, no fundo, a nomeação da mulher dele seja um caso encerrado.
Pragmatismo político
A grande questão que circula nos meios
políticos do Pará é de que o governador Helder Barbalho não se deixa levar pelo
sentimento de gratidão, que era uma qualidade do pai dele, atual senador Jader
Barbalho. Não são poucos, por exemplo, os antigos amigos que Helder
deixou à beira do caminho, como não são muitos os poucos amigos de antes
resgatados hoje pelo governador. É um Helder pragmático.
Jogo de gato e rato
Não à-toa, foi com esse perfil do
“politicamente útil” que Helder colocou uma vaga nas cortes de conta do Pará no
colo do prefeito de Ananindeua, Daniel Santos, do MDB. A ideia, nesse caso,
previa tão somente mandar o prefeito para a vitaliciedade, abandonando o que o
aliado acredita ser uma promissora carreira política. Daniel teria tentado
contornar a oferta, propondo o nome da mulher dele, a atual deputada federal
Alessandra Haber, mas... a ideia não era essa, ora!
Papo Reto
O deputado Josué Paiva, do
Republicanos (foto), comunicou a retirada do seu nome, por alegada
decisão do partido, da lista de assinatura de criação de uma CPI para
investigar crime de abuso sexual no Marajó.
O deputado Iran Lima, do MDB,
presidiu a singela cerimônia de filiação de Paulo Vitor Lima ao partido.
Paulo Vítor, filho de Iran, vai disputar a sucessão do Guto Gouvêa, primo dele,
em Soure, no Marajó.
Deu no Blog Pero Vaz de Caminha,
assinado pelo ex-deputado Joércio Barbalho, tio do governador Helder Barbalho: “o
Psol vai lançar a reeleição de Edmilson Rodrigues, já apoiada pelo PT”.
“O MDB poderá ter o
deputado federal José Priante como candidato. Quem vencer o primeiro turno será
apoiado pelo outro, no segundo”.
Diz o blog, assim como quem não quer
nada, que, no momento, a informação “pode ser apenas um exercício de
futurologia do escriba”, mas não descarta a possibilidade.
Antônio Louro e Evaristo Rezende são
considerados os últimos presidentes que ainda tentaram evitar a derrocada do
Pará Clube. Trabalharam com dignidade e esforço, mas os outros...
Notícias de Redenção e de outros
municípios do sudeste do Pará dão conta de que a operadora Vivo está com sinal
precário na região.
A mineradora Vale registrou lucro
líquido de US$ 2,42 bilhões no quarto trimestre de 2023, queda de 35% na comparação
com o mesmo período do ano anterior.
Segundo o relatório financeiro
trimestral, a empresa elevou em US$ 1,2 bilhão a provisão de recursos
relacionada à Fundação Renova, criada para gerir as compensações e reparações
pelo rompimento da barragem da Samarco.
Levantamento da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico aponta que 12,45% dos trabalhadores
brasileiros ativos estão empregados no setor público, enquanto a média dos
países membros da OCDE está dez pontos acima, com 22%.
O número representa que, distribuídos
entre os governos municipal, estadual e federal, 11,3 milhões de pessoas atuam
no setor público do Brasil.
Aliás, a primeira reunião da Mesa
Nacional de Negociação Permanente de 2024 não trouxe boas novas ao
funcionalismo.
Na última quarta, funcionários públicos
e representantes de nove ministérios iniciaram o diálogo deste ano sobre a
campanha salarial dos servidores, cuja contraproposta foi rejeitada pelo
governo.