arece
que em muitos municípios do Pará, a eleição passou sem que alguns políticos
desarmem os palanques. A situação é sempre mais vexatória para os derrotados,
que, por medo ou choro, seguem atuando nos bastidores, quem sabe defendendo
interesses pessoais ante o resultado indesejado nas urnas.
Caso
emblemático aconteceu na última segunda-feira, 21, em Melgaço, no Marajó.
Depois do fracasso na tentativa de eleger o sucessor, Éder Vaz, do União
Brasil, o atual prefeito, Tica Viegas, do PSDB, tratou de retirar pilhas e
pilhas de documentos da prefeitura. A cena foi registrada por moradores nas
redes sociais.
Um
outro vídeo flagrou prestadores de serviços retirando uma central de ar
condicionado da Academia de Saúde. De acordo com quem filmou, este foi apenas
um dos muitos aparelhos retirados pela gestão de diferentes prédios da gestão.
Em
entrevista ao Portal Notícia Marajó, o prefeito Tica Viegas reconheceu que se
apossou de documentos da prefeitura, mas afirmou que se trata de cópias que
mandou fazer para “se prevenir de futuros ataques que possam surgir na Justiça
a partir de seus adversários políticos”. O prefeito, no entanto, disse que
desconhece a retirada de splits de prédios públicos.
Caos na gestão
A
gestão de Tica Viegas vive um verdadeiro caos nestes últimos meses de mandato.
Servidores da educação denunciam que estão há 50 dias sem receber salários e a
maior parte dos funcionários entrou em greve, na última semana, porque a falta
de recursos na gestão já atinge quase todos os setores.
Esta
semana, a Câmara de Vereadores decidiu abrir um processo de cassação contra o
prefeito, mesmo faltando pouco mais de dois meses para o fim do mandato. Os
documentos confirmam o atraso no repasse do duodécimo para a Câmara, resultando
atraso no pagamento de salários das obrigações junto ao INSS.
O
mais cômico é que, depois da pressão feita pela Câmara e das denúncias
registradas em vídeos sobre as retiradas das splits, o prefeito
descobriu rápido o paradeiro das centrais de ar e prometeu “tomar as devidas
providências”. Só não se sabe, pelo andar da carruagem, se ele terá ao menos
tempo para mandar reinstalar os aparelhos.
Papo Reto
· Que o voto é obrigatório todo mundo está careca de
saber. Sabe-se também que, quando um feriado representa algum risco político, é
adiado por decreto.
· Foi o que o governador Helder Barbalho (foto) fez
com o feriado desde segunda-feira, Dia do Comerciário e Recírio. Fuga para o
interior, nem pensar.
· Sem querer mexer em casa de marimbondo, mas o Peñarol só
“vem aqui pra padecer”. O time Uruguaia tenta voltar para Montevidéu jurando
que enfrentou o Paysandu.
· Um conhecido radialista da região de Bragança é o novo diretor do Departamento do Interior da Federação Paraense de Futebol. É o mesmo que preside a Liga Esportiva de Bragança, mas reside e trabalha em Castanhal.
· Não custa nada repetir: na encruzilhada do segundo turno
das eleições em Belém não tem rei. Bons entendedores entenderão.
· Incrível, mas verdadeiro: há mais de ano a Secretaria de
Saúde do Estado não disponibiliza medicamentos essenciais para pacientes
portadores de lúpus.
· Denúncias da associação de classe dão conta de suposto
descarte incorreto de medicamentos, um quadro que agrava a situação de centenas
de pacientes no Pará.
· Aliás, as Associações das Casas denunciam que a
Secretaria de Educação congelou a contratação de professores, alimentação para
os alunos e uniformes escolares.
· Apenas a primeira parcela do convênio foi
disponibilizada em junho. Professores, merendeiras e coordenadores pedagógicos
estão sem salários há cinco meses; os alunos, sem merenda escolar e sem
uniformes.
· O presidente do PP, senador Ciro Nogueira, anunciou o
apoio da legenda a Davi Alcolumbre, do União Brasil, para a presidência do
Senado.
·
Com sete senadores, o PP é o primeiro partido de
oposição a declarar aval a Alcolumbre para a sucessão de Rodrigo Pacheco no
comando da Casa, que será promovida em fevereiro de 2025.