Coluna

Cortina de fumaça sobre hospital para substituir o PSM da 14 dá espaço a ataques da oposição

Ex-prefeito Edmilson Rodrigues, que desativou Hospital Dom Vicente Zico, critica “privatização” e suposta inação do governo do Estado com prontos-socorros de Belém.

02/07/2025, 08:24 /

Cortina de fumaça sobre hospital para substituir o PSM da 14 dá espaço a ataques da oposição


á exatos dez anos, um incêndio interrompeu o atendimento no Pronto-Socorro Mário Pinotti, o PSM da 14, nome da travessa onde o prédio fica localizado, no bairro do Umarizal, em Belém.  No último dia 25, o atual prefeito da cidade, Igor Normando, em coletiva de imprensa, anunciou que o hospital será novamente fechado para reformas.

À época, na gestão de Zenaldo Coutinho, os Bombeiros avaliaram que o incêndio teria começado no segundo andar do prédio, por volta de 14h. Três viaturas dos Bombeiros atuaram na ocorrência e o fogo foi controlado por volta de 17h.  

Com quem será...? 

A nova reforma não decorre de um novo incêndio, felizmente, mas o prefeito trata os problemas do PSM da 14 com tal, senão lançando uma “cortina de fumaça” sobre o assunto, em especial porque, na coletiva à imprensa, foi informado que um “hospital particular de Belém” passará a fazer os atendimentos, enquanto a unidade estiver “fechada e em reforma”. O nome desse hospital não foi revelado: “será selecionado por edital público no modelo ‘portas abertas’”. A se confirmar, será a primeira licitação aberta pela atual gestão municipal.

O processo entre edital, escolha e funcionamento do novo hospital deverá ter cerca de 60 dias, ficando para setembro deste ano, exatos dois meses antes do início da COP30, em novembro. Como é de conhecimento, um dos pontos cruciais desse tipo de Conferência é que a organização disponibilize um ou dois hospitais de “portas abertas e público” para atendimento de quem precisar durante o evento.

“De bom para melhor”

Segundo o prefeito Igor Normando informou, “o atendimento do PSM da 14 será realizado por uma empresa privada com experiência comprovada, garantindo que as especialidades oferecidas continuem normalmente. A nova estrutura possibilitará melhorias na qualidade do atendimento, incluindo acesso a tecnologias e equipamentos que o PSM da 14 não possui”, prometeu. 

Normando também informou que o objetivo é transformar o PSM da 14 em um hospital municipal de referência. “Vamos fazer uma grande intervenção, como nunca foi feita antes” nas instalações da unidade. Durante 30 anos, o PSM da 14 apareceu na imprensa sempre em notícias ruins, problemas na estrutura, no atendimento ou de materiais. Nesse tempo todo, poucos tiveram coragem de enfrentar esse desafio”, afirmou Normando, “o paladino”.

O prefeito disse também que serão criadas condições para que, em curto período, Belém passe de 180 leitos para mais de 300 leitos funcionando normalmente. “Ao invés de termos apenas um hospital, o PSM da 14, teremos dois hospitais com portas abertas”. 

 Quem será mesmo? 

Como Igor Normando não revelou o nome do novo hospital de retaguarda, a aposta recai sobre determinada unidade, já estabelecida, em um bairro nobre de Belém. É particular. A indagação geral, porém, é a razão pela qual a prefeitura não utiliza o Hospital Dom Vicente Zico, que garantiu o suporte necessário e evitando a interrupção dos atendimentos à população na época do incêndio em 2015 e no atendimento aos pacientes de covid. Verdade que, na gestão Edmilson Rodrigues, o hospital foi completamente abandonado, hoje está fora de operação, mas é um hospital da rede municipal.

“Agora é tua vez”

A oposição à decisão de “privatização do PSM da 14”, como está sendo tratado o assunto, ganhou apoio de políticos do Psol e, é claro, de Edmilson Rodrigues, ex-prefeito de Belém, nas redes sociais.  “Depois de muita enrolação, foi confirmada oficialmente a intenção de privatizar o atendimento e lançar o edital para a contratação”, disse o ex-prefeito. “A prefeitura vai bancar a reforma, antes de entregar o hospital municipal à iniciativa privada”, continua.  

Segundo Edmilson, o "Mário Pinotti" continua recebendo inúmeros pacientes do interior do Pará, todos os dias, sobrecarregando o hospital, sem que o governador tome qualquer providência. O governo do Estado não contribui com os PSMs, não abre as portas do PSM da Augusto Montenegro e nem constrói outro hospital para ajudar Belém a ter mais leitos de urgência e emergência”, denuncia. 

Papo Reto

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