omeça nesta terça-feira, 3, o Arraial do Caeté, parte integrante do Festival Junino de Bragança, município da região nordeste do Pará, que chega à sua 37ª edição este ano. O evento ocorre na Estação Cultural Armando Bordallo, Praça dos Eventos, com entrada gratuita, e segue até domingo, dia 8.
As atrações do festival foram anunciadas em março passado, por meio de um vídeo publicado nas redes sociais oficiais da Prefeitura de Bragança, trazendo detalhes sobre o período do festival junino. Mas esses detalhes só não trouxeram o valor que será pago às atrações nacionais e paraenses, que incluem, só na primeira semana do evento, nomes como Xand Avião, Natanzinho Lima, banda Zezo e as estrelas paraenses Joelma, Viviane Batidão, a aparelhagem Rubi e a banda Fruto Sensual.
Cachês gordos
A Prefeitura de Bragança, como deve ser feito, publicou os extratos das famosas “inexigibilidades de licitação”. O contratante é o Fundo Municipal de Cultura de Bragança, “para realização de show musical no evento XXXVII Festival Junino de Bragança - Arraial do Caeté 2025, conforme demanda da Secretaria Municipal de Cultura, visando atender às necessidades culturais e turísticas”. A fundamentação legal da dispensa de licitação, diz o extrato, está baseada nos artigos 74, inc. II da Lei nº 14.133/2021.
Por ora, somente os cachês de Joelma, de R$ 500 mil; de Natanzinho Lima, de R$ 650 mil; banda de Zezo Potiguar, de R$ 500 mil; e de Viviane Batidão, de R$ 250 mil foram divulgados no Diário Oficial. São, somente nesses cachês, R$ 1,9 milhão. Vamos combinar que é muito dinheiro. Ou não?
Discrepância de valores
Uma fonte da Coluna Olavo Dutra, porém, estranha os valores que serão pagos para as atrações nacionais e fez algumas comparações.
Ele diz, por exemplo, que o cachê de Natanzinho Lima, que é de Sergipe, em evento de dezembro de 2024, custava R$ 250 mil, mas a Prefeitura de Bragança vai pagar R$ 400 mil a mais, totalizando R$ 650 mil.
A Banda Zezo Potiguar, do Rio Grande do Norte, para um show de 90 minutos, ou 1 hora e meia, está cotado a R$ 100 mil, mas também neste show, a prefeitura vai pagar R$ 400 mil a mais.
O valor do cachê da paraense Joelma é variável e depende da demanda, tipo de evento, se cidade menor ou maior, grandes eventos e outros fatores. Em 2022, por exemplo, o cachê era de R$ 265 mil. Mas, em eventos muito grandes, esse valor pode ir às alturas, como foi a apresentação dela e seus bailarinos na final da Supercopa do Brasil, em Belém, antes do jogo entre Flamengo e Botafogo, em março deste ano, que custou R$ 1,2 milhão. Se bem que nesse caso, quem pagou o cachê foi uma entidade particular, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) que, como se sabe, “tem bala na agulha”.
O valor do cachê da Viviane Batidão, estrela nascida e vinda de Santa Isabel do Pará, e banda varia, mas aponta para valores em torno de R$ 40 mil a R$ 45 mil para apresentações. Em alguns casos, o cachê pode ser negociado para valores diferentes, dependendo do tipo de evento e da duração da apresentação. E a Prefeitura de Bragança vai pagar a ela pouco mais de R$ 200 mil.
O que ainda não se sabe são os valores dos “locais” no evento. Esse problema da discrepância entre cachês foi denunciado, no final do ano passado, pelo cantor Toni Soares, bragantino de nascença e um dos que mais valoriza a cultura da “Pérola do Caeté”. Ele fez uma postagem nas redes sociais e contou que, ao reclamar do baixo valor do cachê que receberia, foi excluído da programação da Marujada, pela Prefeitura de Bragança.
E viva São João!
O Arraial do Caeté é um dos maiores e mais tradicionais festejos juninos do Pará e inclui atrações culturais, musicais e turísticas que celebram a identidade da região bragantina, como a cultura popular, quadrilhas, boi-bumbá e outras atividades. Segundo a Prefeitura de Bragança, “o festival se consolida como um dos principais eventos de valorização cultural, estímulo à economia local e promoção do turismo regional”.
Durante o evento, o público poderá visitar a Casa da Farinha, onde é possível conhecer o processo artesanal da produção de farinha, patrimônio cultural da região; dançar ao som de ritmos tradicionais na Casa do Xote; e apreciar o talento dos artistas locais na Casa das Artes, que abriga exposições, peças de artesanato e outras expressões artísticas da cultura bragantina.
As quadrilhas juninas serão um dos grandes destaques da programação, com grupos folclóricos enchendo o arraial de cor, ritmo e movimento, e ritmos como carimbó, xote, boi-bumbá e outras tradições que seguem vivos no evento.
Papo Reto
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•A programação na sede da federação, em Belém, será gratuita e aberta ao público na terça-feira, 3, com diversas atividades durante todo o dia.