Coluna

Tragédia com barco “Dona Lourdes II” completa ano em setembro, mas segue sem julgamento de culpa

Familiares e sobreviventes anunciam protesto contra governo do Estado e em defesa do andamento dos processos, até o julgamento final.

12/08/2023, 10:35 /

Tragédia com barco “Dona Lourdes II” completa ano em setembro, mas segue sem julgamento de culpa

 

dia 8 de setembro marcará um ano do naufrágio da embarcação "Dona Lourdes II", ocorrida às proximidades da Ilha de Cotijuba, Distrito de Belém, que parece ter caído no esquecimento da Justiça do Pará, mas não dos familiares das 23 vítimas fatais, que seguem na angustiante espera sem fim. Os processos, considerados “nebulosos” tanto no âmbito da Polícia Civil, quanto na Justiça, navegam contra a maré. 


Erros processuais, morosidade, ausência de documentos e falhas na apuração do episódio têm aumentado a angústia de parentes e vítimas dos sobreviventes do naufrágio/Fotos: Divulgação.

 Entre os sobreviventes e parentes das vítimas da tragédia a coluna encontrou Lyanni Batalha, 28, filha de Dalva Batalha, de 50, uma das passageiras mortas naquele dia fatídico. Dalva chegou a colocar um colete no neto Daniel, de 6 anos, filho de Lyanni, resgatado com vida.

 

Passados onze meses da tragédia, os sobreviventes prometem pressionar o governo do Estado com uma manifestação programada para o próximo mês. Querem justiça e a responsabilização do comandante da embarcação, Marcos de Sousa Oliveira, pelas mortes.

 

Em 28 de outubro do ano passado, a 2ª Promotoria de Justiça Ministério Público ofereceu denúncia contra o comandante. Recentemente, o MP informou que o processo se encontra em fase de diligências pela autoridade policial e que a promotoria havia se manifestado pelo adiamento do júri pela falta de documentos necessários das pessoas que vieram a óbito e de que nem todos os sobreviventes foram ouvidos pelas autoridades policiais. 

 

Erros nos inquéritos

 

A maior crítica das famílias é contra a morosidade no andamento do trabalho da Polícia Civil, que já poderia ter finalizado um inquérito sobre irregularidades como superlotação e falta de autorização para o transporte de passageiros. As duas audiências programadas para janeiro e maio de 2023 foram canceladas, segundo os familiares, “por erros na montagem do inquérito”.

 

Sem laudos cadavéricos

 

A professora Mônica Seabra também vive o drama de ter perdido parentes no acidente - a irmã Beatriz e a sobrinha Lívia Vitória, de 35 e 2 anos de idade. Os pais Raimundo, 67, e Diva, 69, sobreviveram.

 

Mônica revela que teve acesso ao inquérito, o que reforça o inconformismo diante do "pouco caso" da Polícia Civil quanto ao naufrágio. Ela diz existir muitas falhas na condução dos trabalhos por parte da Delegacia Fluvial da Polícia Civil.

 

Estatísticas e casos

 

A tragédia viajou curta distância até virar estatística no Pará. Em 1981, a pior delas ceifou a vida de mais de 300 passageiros, vítimas do naufrágio do barco “Novo Amapá”, em Almeirim, após se chocar com um banco de areia. Naquele mesmo ano, 300 pessoas morreram em naufrágio ocorrido em Porto de Moz. Em 2017, a tragédia foi com a embarcação “Capitão Ribeiro” no rio Xingu, resultando na morte de 23 passageiros. 

 

A coluna tentou contatos com a Polícia Civil e a Arcon, mas não obteve retorno. 

 

Papo Reto

 

 

O Ministério Público Eleitoral manifestou-se favorável à fusão do Partido Trabalhista Brasileiro com o Patriota, processo iniciado ano passado, após as legendas não terem atingido a cláusula de barreira. 

 

Se aprovada pelo TSE, a fusão partidária gerará o Mais Brasil, que no Pará será presidido pelo ex-deputado Márcio Miranda (foto).

 

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