campanha unilateral - uma vez sem
concorrência, sem debate democrático, sem alunos e sem professores no Campus do
Guamá, em função de paralisações - do reitor da Universidade Federal do Pará,
professor Emmanuel Tourinho, para eleger sucessor o vice-reitor Gilmar Pereira,
acaba de ganhar uma ferramenta de peso. A comunidade universitária está em
polvorosa, mas o “Vadião” será reabertura hoje, para festas organizadas - mas
não desfrutadas - pela comunidade acadêmica.
O espaço estava fechado para esse tipo
de evento desde julho do ano passado, quando um estudante da Universidade do
Estado do Pará foi baleado, depois de reagir a uma tentativa de assalto. O
criminoso, que não era aluno da UFPA, nem integrante da comunidade acadêmica,
fugiu, nunca foi sequer identificado e, por assim dizer, “caiu no esquecimento”.
Regras afrouxadas
A verdade é que o atual reitor da UFPA,
Emmanuel Tourinho, afrouxou as regras para agradar aos grupos que reúnem
estudantes e, assim, angariar apoio e votos para seu sucessor, o professor
Gilmar Pereira da Silva, atual vice-reitor. Após o incidente com o estudante da
Uepa, o próprio Tourinho reconheceu que seria inviável reabrir o espaço sem que
medidas severas de segurança fossem tomadas. O problema é que o “Vadião” está
reabrindo sem que nada tenha mudado de lá para cá.
"Atrás do trio-elétrico"
O texto anunciando a festa nas redes
sociais é para lá de efusivo. "Para celebrar a cultura carnavalesca e o
espaço do ‘Vadião’, o bloco traz atrações para dentro da Universidade Federal
do Pará da forma que um bom brasileiro adora: em cima do trio-elétrico”.
A
festa de hoje será em estilo micareta. "O circuito é 100% dentro da cidade
universitária, em um percurso que inicia no estacionamento do Itec - Portão 3,
Campus Profissional”, entrada diária do candidato de oposição ao reitor,
professor Hito Braga - “e percorre até o Campus Básico”, diz o texto.
Segurança preocupada
Medidas anunciadas pela Reitoria após o
episódio envolvendo o aluno da Uepa, como a instalação de câmeras de segurança
e maior rigidez no acesso ao campus, nunca foram implementadas. A entrada,
assim como acontecia nas festas promovidas anteriormente no “Vadião”, é livre,
gratuita e sem qualquer controle. A segurança do Campus admite que, mesmo
fechando os portões às 18 horas, moradores do entorno da universidade chegam à
festa simplesmente pulando os muros, após esse horário.
Acima
do texto, no banner de divulgação do evento, estão as
logomarcas das entidades responsáveis pela organização do evento, inclusive a
própria UFPA.
Será que o professor vai?
Por estar em campanha, a previsão é de
que o professor Gilmar Mendes, ao lado da professora Loiane Prado Verbicaro,
candidata a vice, marquem presença no trio e tirem uma 'casquinha' do evento.
Afinal, seguir aglomerando tanta gente sem qualquer controle - inclusive no
consumo de álcool por adolescentes - é um preço alto a se pagar como parte da
estratégia para se manter no poder na maior universidade pública do Norte do
País.
Papo Reto
Na inauguração do novo prédio da TV Record, ontem, o governador Helder
Barbalho chegou com cara de poucos amigos; nem a presença de Ana Hickmann (foto) suavizou
a carranca do governador.
Chegou às oito e quinze para um evento marcado para as sete da noite -
normal em Belém. Discursou rapidamente e saiu à francesa, quando o evento ainda
se desenrolava.
À saída, puxou o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Chicão
Melo, para dentro de seu carro e seguiu no rumo de Ananindeua.
O assunto dentro do carro oficial dá para imaginar sem medo de errar:
certamente não era futebol.
Cliente que procurou a loja da Claro no
Shopping-Center Metrópole, ontem, em Ananindeua, deu com a cara na porta.
Dois funcionários, ensaboando as mãos, se
apresentavam com a justificativa simplória de que “o sistema caiu” e “não temos
previsão de recuperação”.
E não é que esse era o mesmo problema de quem usa
modem da operadora - sistema inoperante?
Ontem, o prefeito de Parauapebas, Darcy Lermen, do
MDB, em companhia do seu "ex" - que nunca deixou de ser - secretário
de Saúde Gilberto Laranjeira, sem explicações mais plausíveis à população,
levou a Brasília boa parte de sua brava e fiel bancada de vereadores.
A julgar pelo tamanho do sorriso dos edis nas redes sociais, parece que o
turismo lhes rendeu muito mais que passeios animados e glamourosas
compras.
Com apoio de deputados federais que integram a base
do governo Lula e da oposição, a Proposta de Emenda à Constituição 6/2024,
conhecida como PEC Social, superou as 171 assinaturas, número mínimo exigido
para o início da tramitação de uma PEC, diz o Congresso em Foco.