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Agentes de segurança usam "spray" de pimenta para dispersar caminhada política em Marituba

Ação desastrada provoca tumulto e leva dezenas de pessoas para atendimento nas unidades de saúde; nem a prefeitura, nem a influenciadora digital se manifestaram sobre o episódio.

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  • 04/10/2024, 08:00

Cidade mais ‘festeira‘ do Pará tem noite de terror supostamente patrocinada pela prefeitura, para quem “pimenta nos olhos dos outros é refresco”/Fotos: Redes Sociais.


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s cenas de violência registradas em vídeos ontem à noite na área central de Marituba, Região Metropolitana de Belém, jogam definitivamente por terra a noção segundo a qual a gestão da cidade é feita na base de “paz, amor e festança brega”, como pretende fazer crer a prefeita Patrícia Alencar, do MDB. Por óbvio, o acionamento do ‘protocolo de truculência’ contra a manifestação política pacífica do candidato Everaldo Aleixo não deve ser atribuído à prefeita, mas, à luz do ditado popular, “amarra-se o burro aonde o dono manda”.

 

Quem deu a ordem?

 

Relatos apontam que agentes de trânsito resolveram trabalhar à noite, justamente no horário da caminhada política, multando e a pretexto de organizar o uso dos espaços públicos por veículos, barracas e ambulantes - o que não é comum nas ruas centrais da cidade durante os 360 dias do ano. Além do mais, esses agentes não usam “spray” de pimenta nas ações de fiscalização. Então, quem autorizou o uso e por quê? O resultado da truculência explodiu no atendimento de vítimas nas unidades de saúde.

 

Cidade é uma festa

 

A prefeita Patrícia Alencar é candidata à reeleição e aparece como favorita. Seus concorrentes na disputa pelo comando da Prefeitura de Marituba não parecem ter a mesma empatia da população do município com a prefeita, que se notabilizou, a par do trabalho executado duvidoso nos últimos quatro anos, pela comprovada habilidade no uso das redes sociais, o que faz dela uma influenciadora digital, mas, sobretudo, uma gestora do tipo “festeira”. Para seus seguidores, Marituba é uma festa e não se quer outra coisa.

 

Seus concorrentes mais destacados não chegam nem perto da prefeita nesses itens: Marília Mello e Everaldo Aleixo passam a ideia, para os bons observadores, de que estão na disputa por uma conveniência inconfessável - como se sabe, política também é a arte de negociar.

 

Além dos limites

 

Caminhadas e discursos políticos envolvendo os adversários da prefeita Patrícia Alencar são tão insossos que dariam sono geral, não tivessem eles a atenção da parte mínima da população que deseja algo mais além de festas, notas e imagens rebuscadas da prefeita com gente ‘famosa’ - Deolane Bezerra, por exemplo. Nem mesmo os elogios rasgados do governador Helder Barbalho à gestão de obras de R$ 1,99 deveriam calar a oposição à prefeita, mas nada justifica desmantelar uma manifestação política pacífica onde aparecem até crianças com uso de “spray” de pimenta. A decisão excede todos limites políticos pelo simples fato de que a autoridade pública é quem patrocina a violência.


Nem precisa investigar; deixa quieto, como manda a praxe.




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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.