Interlocutores do ex-presidente
Jair Bolsonaro (PL) afirmam que ele tem preferência pela candidatura de Michelle
Bolsonaro ao Palácio do Planalto, apesar do apoio cada vez mais explícito
do Centrão e de empresários ao nome do governador de São Paulo, Tarcísio
de Freitas (Republicanos), como o nome da direita para 2026.
Nos últimos dias, a CNN ouviu
o entorno mais próximo de Bolsonaro, que está inelegível e será julgado pelo
plano de golpe de Estado, a partir da próxima terça-feira (2), no STF (Supremo
Tribunal Federal).
Sob reserva, os aliados do
ex-presidente disseram que é ele próprio quem tem insistido para manter o nome
de Michelle nas pesquisas encomendadas pelo PL para testar seus eventuais
sucessores.
Até agora, o resultado das sondagens com
eleitores tem apontado que Tarcísio e a ex-primeira-dama têm
desempenho semelhantes no confronto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva
(PT).
A percepção de aliados de que
Bolsonaro ao final optará por Michelle é calcada principalmente na confiança
que tem na ex-primeira-dama e no receio de perder a liderança da direita.
O primeiro argumento é que o
ex-presidente, embora demonstre apreço por Tarcísio, teme ser escanteado caso
seu aliado se eleja.
A avaliação é que a confiança em
Michelle sobressai mesmo se comparada aos filhos do ex-presidente, o senador
Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Os dois também são citados como opções, mas com chances remotas, dizem
integrantes do PL.
Outro ponto destacado por
interlocutores da legenda é que o próprio governador de São Paulo deverá
recusar a empreitada. Para disputar o Planalto, Tarcísio teria que se
descompatibilizar do cargo em abril e viver ao sabor dos humores de Bolsonaro.
Embora tenha adotado um discurso
mais político após a prisão domiciliar de Bolsonaro, Tarcísio segue afirmando
que concorrerá à reeleição.
O discurso segue apesar de nos
últimos dias os presidentes do União Brasil, Antonio de Rueda, e do PP, senador
Ciro Nogueira, tenham aumentado a defesa de que ele é o melhor nome
para disputa com Lula.
Interlocutores da cúpula do PL
destacam que o governador ainda é jovem na política, foi eleito com apoio de
Bolsonaro e não tem ele próprio força nas ruas.
Tarcísio também resistiria em
deixar o Republicanos e migrar para o PL, como quer o
presidente da sigla, Valdemar Costa Neto.
Por fim, esses interlocutores de
Bolsonaro observam que Michelle, como presidente do PL Mulher, tem adotado uma
agenda política nacional, viajando por diversos estados do país todas as
semanas. A rotina, segundo essas fontes, não indica um roteiro de quem quer
disputar o Senado pelo Distrito Federal.
Fonte: CNN
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