OAB-Pará tornou público nesta semana o conteúdo do relatório de auditoria elaborado pelo Conselho Federal da OAB, o CFOAB, que confirma um cenário de colapso fiscal e administrativo deixado pelas gestões anteriores da Seccional. O documento traz uma série de irregularidades graves, como endividamento acima de R$ 3 milhões, antecipações abusivas de receitas, desvios de recursos públicos e gastos sem controle ou retorno comprovado.
Além do desequilíbrio financeiro, a auditoria identificou que a gestão passada teria deixado a OAB-PA sem certidões negativas, com protestos em cartório, pendências com fornecedores e encargos sociais e descumprimento de obrigações estatutárias, o que fragiliza institucionalmente a entidade e compromete sua atuação junto à advocacia paraense.
Fraudes confirmadas
A auditoria do CFOAB corrobora achados já identificados anteriormente por auditoria independente contratada pela atual diretoria e expande o diagnóstico com detalhes que podem ter implicações cíveis e criminais, especialmente envolvendo dirigentes que ocupavam postos estratégicos até 2024. A candidata Luciana Gluck Paul, ex-vice-presidente da gestão de Eduardo Imbiriba, por exemplo, é citada nos bastidores como um dos alvos de eventual responsabilização na Justiça Federal. A coluna não conseguiu contato com o ex-presidente Eduardo Imbiriba e sua vice Luciana Gluck Paul, mas segue aberta a esclarecimentos.
Reação da diretoria
A nova diretoria divulgou amplamente os resultados das irregularidades apuradas por meio das redes sociais, e afirma que já adotou medidas para restaurar a responsabilidade fiscal e administrativa da instituição. Em publicação oficial, a atual gestão afirmou que já está promovendo a reorganização da estrutura interna, com foco na governança, controle fiscal e transparência.
As medidas incluem auditoria permanente, revisão de contratos e novo modelo de gestão administrativa. “Nosso compromisso é com a advocacia e com a verdade. Precisamos reconstruir a OAB-PA sobre bases sólidas e transparentes”, reforçou a atual diretoria em nota.
A revelação do relatório deve ter desdobramentos políticos e judiciais, especialmente com o nome de Luciana Gluck Paul - ligada diretamente à gestão anterior -, sendo citado como possível alvo de ações por desvio de finalidade de recursos. A crise exposta pela auditoria coloca o processo eleitoral interno da OAB-PA sob forte tensão e expectativa por responsabilizações concretas.
Papo Reto
•Um diagnóstico de dengue em cima da hora tirou o prefeito de Paragominas, Sidney Rosa (foto), do voo que o levaria a Israel, onde uma delegação de prefeitos se encontra retida por medida de segurança.
•Façam suas apostas: quem traz mais notícia ruim ao governador Helder Barbalho, os preparativos para a COP30 ou os bastidores do MDB, mergulhado num monstro "climão" de disputas paroquiais?
•Dizem que o bairro do Jurunas, em Belém, é vítima das obras da COP30. Explica-se: pessoas em situação de rua que ocupam o bairro teriam sido “expulsas” das áreas mais centrais da cidade, por onde passam as grandes obras do Estado nos preparativos para a Conferência da ONU.
•Não à toa, esse fenômeno, sobre o qual não há policiamento ou assistência da Prefeitura de Belém, se repete em diversos bairros.
•O agrônomo Sebastião Aluízio Sobrinho lançou em Marabá o livro “Constrangimentos institucionais para o desenvolvimento sustentável da região de Marabá: a pecuarização da agricultura familiar na fronteira agrícola da Amazônia”.
•A Softys do Brasil esclarece que, de acordo com o laudo da Polícia Técnico-Científica do Estado do Rio de Janeiro, ficou comprovado que o objeto encontrado no produto não era um suposto rato, mas um adesivo presente na composição da fralda, razão pela qual não apresenta nenhum risco à saúde.
•A empresa está em contato com a consumidora e contribuindo com as autoridades. Além disso, reforça seu compromisso com a segurança, a transparência e o respeito aos consumidores que confiam em seus produtos.