Especialistas apontam desigualdade ambiental entre bairros e defendem ações para tornar a cidade verde, saudável e sustentável.
m registro com foto do Grupo Archiurbe no Instagram mostra a desigualdade ambiental entre os bairros de Batista Campos e do Jurunas, este último mais próximo ao rio Guamá, em Belém, especialmente sobre a questão da arborização.
O grupo afirma que não é somente
o Jurunas que sofre com a falta de árvores, mas Guamá e
Terra Firme estão entre os bairros menos arborizados de Belém, segundo
levantamento do projeto “Belém mais Verde”, da Universidade Federal
Rural da Amazônia, a Ufra, em parceria com a Secretaria de Meio Ambiente
do município.
O projeto “Caracterização da
urbanização no município de Belém, semente do amanhã: Belém mais
Verde” começou em 2022 e apresentou resultado no início deste
ano, com pesquisadores da Ufra fazendo mapeamento florístico nos bairros
da Terra Firme, Guamá, Marco, Fátima, Batista Campos e Nazaré.
Em parceria formada com a Secretaria
de Meio Ambiente, o projeto buscou fazer um levantamento do
patrimônio arbóreo nessas regiões, fornecendo dados que podem auxiliar nas
ações de arborização, como necessidades de tratamentos, substituição e
implantação de novas árvores.
Com o estudo é possível conhecer as
características principais dessas plantas, onde estão localizadas, se estão
causando algum dano ao calçamento e quais necessitam de
cuidados. O estudo é fundamental para levantar dados sobre o clima da
cidade, para que se possa mensurar temperatura, umidade, concentração de
gás carbônico e a formação de ilhas de calor.
“Os dados
podem também subsidiar ações e melhorias públicas nesses locais, além
da elaboração de planos de arborização em bairros em que não há
presença de árvores e verificar se há alguma vegetação que está causando danos
na infraestrutura da cidade”, explica o professor Cândido Ferreira Neto, que
coordena o projeto juntamente com a professora Joze Melisa, com apoio do
professor Antônio Moreira, todos da Universidade Federal da Amazônia.
Por outro lado, o Grupo Archiurbe
aponta que o crescimento desordenado da cidade foi e ainda é uma
das principais causas para a perda de cobertura vegetal, juntamente com
projetos que até hoje, simplesmente, ignoraram a arborização urbana.
“É preciso implementar ações que
ajudem a transformar Belém em uma cidade mais verde, saudável e sustentável, a
partir de uma política pública que considere programas de educação ambiental
nas escolas e comunidades, mas também, a aplicação de fato, do plano de
arborização integrado ao planejamento urbano da cidade”, opina o grupo.
Ainda segundo o grupo, o aumento
da quantidade de árvores na cidade pode trazer muitos benefícios para a
comunidade e o meio ambiente, como redução da temperatura
local; melhora na qualidade do ar; aumento da biodiversidade, redução
do estresse e a uma melhora no bem-estar mental e emocional dos moradores,
entre outros.
A equipe realizou, por exemplo, todo
o mapeamento da avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, onde estão
localizadas 430 árvores, de diversos tamanhos e espécies, que vão
de frutíferas a outras que não são necessariamente adequadas ao
local. O bairro do Marco já tinha mapeadas 1.334
árvores.
O professor Cândido explica que
o ideal para Belém são árvores que tenham a copa grande e formem
sombra, além de plantas que não possuam o sistema radicular superficial, ou
seja, raízes expostas. “O indicado são plantas nativas, como Cenostigma tocantinum,
mais conhecido como pau preto”, aponta.
Pelo mapeamento da Secretaria de Meio Ambiente, apresentado em janeiro deste ano, o maior quantitativo de área verde pública em Belém foi registrado Mosqueiro, que abrange 19 bairros e totaliza uma área de 5.427,59 hectares, dos quais 90% correspondem a áreas verdes como praças, canteiros e bosques - em Mosqueiro, nesta semana, o Carananduba ardeu em fogo por conta da estiagem (vídeo abaixo). Em segundo lugar, com 88% de área verde, está Outeiro, com quatro bairros em uma área de 1.328,89 hectares.
O Entroncamento, formado por dez
bairros, dos 6.422,46 hectares, 83% correspondem a áreas verdes e ficou em
terceiro lugar. Enquanto que em Icoaraci, a área verde representa 69%
dos 3.341,67 hectares dos nove bairros que o formam e ficou em quarto lugar. Em
quinto lugar, na classificação por áreas verdes, com 39%, está
o Bengui, formado por oito bairros divididos em 3.092,68 hectares.
Os bairros da Sacramenta,
Centro de Belém e do Guamá, formados por sete, oito e seis bairros,
respectivamente, possuem menos de 20% de seus territórios compostos por áreas
verdes. Sacramenta contabiliza 19% de seus 1.344,66 hectares; o
Centro de Belém tem 12% de 1.529,64 hectares e o Guamá finaliza
a lista, com 8% de seus 1.281,33 hectares correspondentes a praças, canteiros e
bosques.
Segundo um levantamento do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE, Belém é a capital menos
arborizada do Brasil, o que a coloca em uma situação crítica, tornando-a
um grande desafio para pesquisadores que trabalham com a natureza.
· A Federação das Indústrias do
Pará informa que o empresário Hélio de Melo Filho foi nomeado e empossado como
presidente da Junta Governativa para gerir a entidade até as próximas novas
eleições.
· A medida atende a decisão
judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região. Também já foram
nomeados e empossados os novos membros da Diretoria Executiva - Roberto
Kataoka, Rogério Dias e Nilde Souza.
· Os ministros da Integração e
do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e das Cidades, Jader Filho (foto),
presidem amanhã a reunião ministerial do Grupo de Trabalho de Redução do Risco
de Desastres do G20, no Hangar, em Belém.
· O grupo aborda questões
críticas relacionadas à gestão de crises e catástrofes em escala global e
desempenha papel crucial na promoção da resiliência, prevenção e mitigação de
riscos nos países membros.
· Da série "se a inveja
matasse...": o Ceará acaba de assinar com a norueguesa Fuella AS
pré-contrato para instalação de planta industrial de hidrogênio verde (H2V) na
Zona de Processamento de Exportação do Porto do Pecém, com investimento de R$ 9
bilhões e geração de mais de mil empregos.
· Transferir o Programa Calha
Norte do Ministério da Defesa para o Ministério da Integração e Desenvolvimento
Regional, já em 2025, escancara preocupações quanto à capacidade de um órgão
civil gerir um projeto essencialmente ligado à defesa nacional.
· O Calha Norte, para quem não
sabe, engloba 85% da população indígena nacional em um território
correspondente a 99% da extensão das terras que estes possuem.
· Diz o governo, no entanto,
que só quer "reorganizar a administração pública", mas deixa no ar
dúvidas sobre o impacto nas áreas de fronteira e na proteção da Amazônia Legal.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
ALina Kelian
19 de Maio de 2018 ResponderLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat.
Rlex Kelian
19 de Maio de 2018 ResponderLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip commodo.
Roboto Alex
21 de Maio de 2018 ResponderLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat.