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EUA: Los Angeles decreta toque de recolher no centro da cidade

Tropa de choque, a cavalo e a pé, também atua na dispersão de manifestantes.

11/06/2025, 09:00
EUA: Los Angeles decreta toque de recolher no centro da cidade

Los Angeles - A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, declarou nesta terça-feira, 10, um toque de recolher noturno no centro da cidade, que é palco de protestos contra as políticas migratórias do governo Donald Trump.

A prefeita, do Partido Democrata, alertou às pessoas que não moram ou trabalham no centro de Los Angeles que evitem a área a afirmou que a polícia vai prender quem desrespeitar o toque de recolher.

Ela disse que declarou emergência e toque de recolher noturno, de 20h às 6h, no centro de Los Angeles para "deter pessoas mal-intencionadas que estão se aproveitando da escalada caótica do presidente", referindo-se a Donald Trump.

O toque de recolher abrange uma área de 2,5 quilômetros quadrados do centro da cidade, incluindo a área onde os protestos ocorrem desde sexta-feira, 6.

A medida não se aplica a moradores que vivem na área designada, pessoas em situação de rua, meios de comunicação credenciados ou autoridades de segurança pública e emergência, de acordo com o chefe de polícia de Los Angeles, Jim McDonnell.

Com a entrada em vigor do toque de recolher, um helicóptero da polícia sobrevoou prédios federais no centro da cidade, que têm sido o centro dos protestos, e ordenou que as pessoas deixassem a área. A polícia de Los Angeles anunciou que começou a fazer "prisões em massa" de grupos que desafiam a medida.

"Vários grupos continuam se reunindo na 1st Street, entre Spring e Alameda", no centro da cidade, escreveu o Departamento de Polícia de Los Angeles no X. "Esses grupos estão sendo abordados e prisões em massa estão sendo iniciadas. Um toque de recolher está em vigor".

A tropa de choque, a cavalo e a pé, também atua na dispersão de manifestantes.

Autoridades da Califórnia, Estado de tradição democrata, acusam o governo Trump de escalar a crise com o envio da Guarda Nacional e dos fuzileiros navais para Los Angeles.

Um juiz federal na Califórnia marcou para quinta-feira (12) a audiência sobre o pedido do governador Gavin Newsom, que entrou com petição de emergência para restringir a atuação dos militares nas ruas de Los Angeles.

A Califórnia pediu ao tribunal que determinasse, ainda nesta terça, que os fuzileiros navais e outros soldados não podem acompanhar as batidas dos agentes de imigração, nem realizar atividades de policiamento. Mas o juiz Charles Breyer recusou-se a cumprir o prazo pedido pelo governo Newsom e marcou a audiência para quinta.

A expectativa é que os fuzileiros navais sejam enviados às ruas de Los Angeles nesta quarta-feira (11), juntando-se às tropas da Guarda Nacional que já estão protegendo propriedades federais e aos agentes de imigração que fazem prisões.

Os 700 fuzileiros navais, que estão passando por treinamento em um local não especificado na área de Los Angeles, trabalharão junto com a Guarda Nacional, disse uma porta-voz do Comando Norte dos EUA.

Em meio à crise, os protestos continuavam se espalhavam pelos Estados Unidos nesta terça-feira. O toque de recolher no centro de Los Angeles ocorreu enquanto manifestantes marchavam em Atlanta, Chicago e Nova York. Protestos em outras cidades também estavam planejados para quarta-feira.

Em Chicago, milhares de pessoas gritavam contra o serviço de imigração (ICE, na sigla em inglês) e contra o presidente Donald Trump.

Já em Nova York, manifestantes se reuniram perto de um grande prédio do governo que abriga escritórios federais de imigração e o principal tribunal de imigração da cidade. Depois, marcharam pelas ruas da cidade.

O Texas anunciou que mobilizará a Guarda Nacional para "manter a ordem", segundo o governador republicano na terça-feira à noite

"Protestos pacíficos são legais. Danificar pessoas ou propriedades é ilegal e resultará em prisões", escreveu o governador Greg Abbott no X, acrescentando que a Guarda usará "todos os tipos de ferramentas" para ajudar a "manter a ordem". (Com agências internacionais).

 

Fonte: Estadão conteúdo 

Foto:Reprodução


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