Fiepa restabelece diretoria depois de quase 40 dias de afastamento, mas caso não acabou

Alex Carvalho reassume presidência defendendo a democracia e a liberdade sindical e reafirmando a confiança na imparcialidade e na transparência da Justiça.

07/12/2024, 08:00
Fiepa restabelece diretoria depois de quase 40 dias de afastamento, mas caso não acabou
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Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) viu sua diretoria eleita retornar ao cargo ontem, por volta das 16h30, depois de um mandado de segurança determinar o restabelecimento da gestão original. Alex Carvalho, presidente da entidade, e sua diretoria foram recebidos com entusiasmo e celebração pelos colaboradores do Sistema Fiepa.


Retorno foi garantido depois de um mandado de segurança do Tribunal Superior do Trabalho, mas processo segue sob julgamento do TRT, em Belém/Fotos: Divulgação.
Após 38 dias de afastamento, Alex Carvalho expressou confiança no retorno, destacando que as bases da Fiepa se mantiveram fortes durante esse período conturbado. "O apoio de 79% dos votos da nossa diretoria representa um marco inequívoco da democracia e liberdade sindical, que são os pilares fundamentais da nossa gestão", afirmou.


Indústria firme e forte

O presidente também enfatizou que a decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST) restabelece a estabilidade necessária para dar continuidade ao trabalho desenvolvido pela Fiepa em prol da indústria do Pará, preservando a autonomia sindical que tanto defende. "Agora, com a decisão do TST, nossa casa da indústria está firme e pronta para seguir com os projetos coletivos que contribuem para o desenvolvimento do setor", acrescentou.


Processe segue o curso

Apesar da vitória, Alex Carvalho reconhece que o processo ainda não chegou ao fim. O julgamento do processo eleitoral continua no Tribunal Regional do Trabalho (TRT), e o presidente da Fiepa reafirmou a confiança na imparcialidade e transparência da Justiça. "Nosso compromisso é recuperar o tempo perdido e focar nas oportunidades e desafios que se apresentam para a indústria. Sabemos que há muito trabalho pela frente, especialmente diante da realização da COP30, em Belém, um evento histórico que coloca o Pará no centro das discussões sobre desenvolvimento sustentável", destacou.


Superar desafios

 

Alex Carvalho fez um apelo à união de todos os envolvidos no Sistema Fiepa, incluindo colaboradores, sindicatos filiados, empresas e parceiros para superar os desafios. "Com fé em Deus, vamos transformar as adversidades em força e coragem para fazer mais e melhor", concluiu. 

 

Deputados querem ter
poder de veto em
empréstimos do Brasil
para outros países

Uma Proposta de Emenda à Constituição tem gerado debates, absolutamente ideológicos, na Câmara Federal.


Num tempo em que direita e esquerda se assemelham em posicionamentos diversos, o que causa os embates é um possível acréscimo ao inciso XVIII do art. 49, que estabelece "competência ao Congresso Nacional para autorizar operações de crédito por instituições financeiras controladas pela União, sempre que o objeto da operação vier a ser executado fora do País".

Em resumo, o Congresso quer ter o poder de veto em empréstimos do BNDES para outros países.

 

Linha do tempo


Esse tema já tumultuou eleição presidencial no Brasil, pelo histórico do governo petista de emprestar dinheiro para Cuba e Venezuela, por exemplo - países de regime socialista e ditatorial, respectivamente. E como os temas são transversais, até a operação lava jato veio à baila.


Nesse cenário, o deputado federal Eder Mauro, do PL, fez um discurso aplaudido pelos seus pares de direita na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.


A favor da PEC e sem papas na língua, como é o seu perfil, o parlamentar paraense acusou o governo federal de "lavar dinheiro" fora do Brasil. E não parou por aí: Eder chamou o governo de irresponsável por investir recursos em países que não têm capacidade para pagar o empréstimo. E o pior. "Este governo afundou o Brasil pagando obras em países vizinhos, enquanto os nossos Estados estão afundados na educação, com os hospitais com pessoas jogadas nos corredores sem ter sequer esparadrapo, com a nossa infraestrutura e estradas ruins, com pontes a serem feitas", declarou.


Nunca vai ter

O deputado citou pontes e metrôs, construídos com dinheiro brasileiro em outros países, e disparou. "Enquanto isso, temos capitais que sequer têm metrô, porque o dinheiro é enviado para fora do Brasil para lavagem de dinheiro. As empresas usadas (nestes projetos estrangeiros) são as mesmas que estavam na lava-jato".


Metrô é um sonho distante para o Pará, Estado de Eder Mauro. Belém, a capital, tem um fatídico projeto do BRT, que deveria interligar a cidade. Deveria, pois a obra é interminável.


Mais embates

O deputado paraense ainda mandou recado para a oposição. "Acho engraçado o colega da esquerda falar que não temos que votar a PEC porque temos coisas mais importantes. Ora, o dinheiro do povo brasileiro não é importante?", questionou.


Em tramitação

A PEC, cuja autoria é do deputado Mendonça Filho, do União Brasil-PE, foi aprovada na CCJ e vai tramitar para o plenário da Câmara. Provavelmente, provocando outras discussões acaloradas. Se conseguir 3/5 de votos favoráveis no plenário, seguirá para o Senado.

A aprovação na CCJ já foi considerada uma derrota para a base governista, em meio ao placar apertado: 31 a 27. 

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