Israel afirmou no sábado (21) ter
matado um comandante veterano iraniano enquanto os dois países trocavam
ataques, um dia depois de Teerã afirmar que não negociaria seu programa nuclear
enquanto estivesse sob ameaça e a Europa tentasse manter as negociações de paz
vivas.
Saeed Izadi, que liderava o Corpo
Palestino da Força Quds, o braço internacional da Guarda Revolucionária
Iraniana, foi morto em um ataque em um apartamento na cidade iraniana de Qom,
disse o ministro da Defesa israelense, Israel Katz.
Chamando o assassinato de
"uma grande conquista para a inteligência israelense e a Força
Aérea", Katz afirmou em um comunicado que Izadi havia financiado e armado
o grupo militante palestino Hamas antes de seu ataque a Israel em 7 de outubro
de 2023, que desencadeou a guerra em Gaza.
A Guarda Revolucionária afirmou
que cinco de seus membros foram mortos em ataques a Khorramabad, de acordo com
reportagens da mídia iraniana que não mencionaram Izadi, que estava nas listas
de sanções dos Estados Unidos e do Reino Unido.
A mídia iraniana comunicou no
sábado que Israel atacou um prédio em Qom, com relatos iniciais de um jovem de
16 anos morto e dois feridos.
Além disso, a agência de notícias
iraniana Fars informou que Israel também atacou a instalação nuclear de
Isfahan, uma das maiores do país, mas não houve vazamento de materiais
perigosos.
Ali Shamkhani, um aliado próximo
do líder supremo do Irã, disse ter sobrevivido a uma investida israelense.
"Era meu destino ficar com um corpo ferido, então fico para continuar
sendo a razão da hostilidade do inimigo", disse ele em uma mensagem
veiculada pela mídia estatal.
Na manhã de sábado, o exército
israelense alertou sobre um bombardeio de mísseis vindos do Irã, acionando
sirenes de ataque aéreo em partes do centro de Israel, incluindo Tel Aviv, bem
como na Cisjordânia ocupada por Israel. Não houve relatos de vítimas.
Programa nuclear do Irã
Israel começou a atacar o Irã em
13 de junho, alegando que seu inimigo de longa data estava prestes a
desenvolver armas nucleares. O Irã, que afirma que seu programa nuclear é
apenas para fins pacíficos, retaliou com ataques de mísseis e drones contra Israel.
Supõe-se amplamente que Israel
possua armas nucleares. O país não confirma nem nega.
Os ataques aéreos israelenses
mataram 639 pessoas no Irã, de acordo com a Agência de Notícias de Ativistas de
Direitos Humanos, uma organização de direitos humanos com sede nos EUA que
monitora o Irã. Entre os mortos estão o alto escalão militar e cientistas
nucleares.
A NOURNEWS do Irã divulgou no sábado o nome de 15 oficiais e soldados da defesa aérea que, segundo ela, foram mortos no conflito com Israel.
Instalação de pesquisa nuclear iraniana
O exército de Israel afirmou neste sábado,
21, que atingiu uma instalação de pesquisa nuclear iraniana, em Isfahan,
durante a noite e matou três comandantes iranianos seniores em ataques
direcionados.
O alvo eram dois locais de produção de centrífugas nucleares, de acordo com um
oficial militar israelense. Foi o segundo ataque a Isfahan, que foi atingido
nas primeiras 24 horas da guerra como parte do objetivo de Israel de destruir o
programa nuclear iraniano.
Porém, o vice-governador da província de Isfahan para assuntos de segurança,
Akbar Salehi, confirmou que os ataques israelenses causaram danos à instalação,
mas disse que não houve vítimas.
O Irã lançou uma nova onda de drones e mísseis contra Israel, sem relatos
imediatos de danos significativos, o que o oficial israelense chamou de
"pequeno bombardeio" que foi amplamente interceptado pelas defesas de
Israel.
O oficial disse ainda que parte da razão pela qual o ataque noturno do Irã foi
relativamente pequeno foi que o exército estava mirando seus lançadores e
calcula a eliminação de 50% deles.
O serviço de resgate Magen David Adom de Israel disse neste sábado que um drone
iraniano atingiu um prédio de dois andares no norte de Israel, mas não houve
vítimas.
Fonte: CNN/Estadão conteúdo
Foto: Reprodução X