Estudo mostra que entre adultos de 18 a 39 anos, 7,3% já apresentam hipertensão e 8,8% têm colesterol alto

m setembro deste ano, Gabriel Azevedo, de 19 anos, morreu após sofrer um infarto enquanto jogava uma partida de futebol no bairro da Paz, em Itaituba, sudoeste do Pará. Pessoas que estavam no local tentaram reanimá-lo com massagem cardíaca por cerca de 17 minutos, mas ele não resistiu. Relatos de pessoas e parentes dão conta de que o jovem levava uma vida normal, com saídas, festas, passeios e bebidas. Talvez aí esteja parte do problema.

De acordo com a pesquisa, dos adultos entre 18 e 39 anos, 7,3% já apresentam hipertensão e 8,8% têm colesterol alto. Os dados revelam ainda que 26,9% possuem pressão arterial em níveis elevados e 21,6% têm colesterol considerado limítrofe, muitas vezes sem diagnóstico.
O cardiologista Aloisio Barbosa da Silva confirma que quase um em quatro jovens apresenta algum sinal de alteração de pressão ou colesterol antes dos 40 anos. Para ele, tudo isso está relacionado aos maus hábitos que levam à disfunção metabólica do organismo. "A gente sempre ouviu falar que infarto, hipertensão, arritmia eram problemas de gente mais velha. Mas isso não é mais a nossa realidade, tanto no Brasil, como no resto do mundo,” explicou.
os homens, os especialistas reiteram que o sedentarismo, alimentação rica em ultraprocessados, jornada extensa de trabalho, uso de estimulantes para treinar ou para se manter acordado, abuso de álcool, privação do sono e abuso de esteróides estão entre as causas mais comuns para a mudança no ritmo de vida. “Você vê hoje, cada vez mais, uma dependência de tela e menos atividade real”, explica o cardiologista
O especialista explica, ainda, que essas mudanças também alteram os prazos para começar a visitar consultórios médicos. Para ele, a ida ao médico, seja um clínico geral ou cardiologista, torna-se necessária já a partir dos 20 anos de idade. “Porque, cada vez mais, a gente está vendo obesos iniciando já na fase de adolescência quando era mais na fase adulta”.
Num passado recente, só se considerava o risco de morte por infarto acima dos 35 anos quando o homem era mais sugestivo para doenças coronarianas. Hoje, se tem visto isso acontecer abaixo dos 30 e 25 anos. Mesmo diante de mudanças no quadro, a prevenção segue como principal estratégia para evitar problemas ainda maiores.
A professora de cardiologia da Escola de Medicina da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), Sarah Fagundes Grobe, membro do Comitê de Comunicação da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), concordou que a mulher está muito acostumada a ir ao médico porque, desde cedo, aprendeu a ir ao ginecologista para prevenir câncer de mama, enquanto o homem não costuma ir ao médico para fazer prevenção.
“Ele vai ao médico depois de uma certa idade, para ver a próstata, aos 60, 70 anos. Mas antes disso, se ele não tem sintoma, não procura o médico, porque talvez veja isso como um sinal de fraqueza, de vulnerabilidade, de medo até. Na verdade, a melhor coisa é você ir ao médico, fazer sua rotina e saber que está tudo bem”, explica a especialista.
Um estudo realizado na Espanha registrou que cerca de 18% dos jovens adultos apresentaram pré-diabetes, hipertensão ou dislipidemia, enquanto quase metade estava acima do peso ou era fisicamente inativa. O cardiologista Aloisio Barbosa da Silva reforçou que energéticos, pré-treinos, drogas estimulantes e cigarros eletrônicos contribuem para inflamação vascular, aumento da pressão e risco de arritmias.
Pese ainda, sobretudo em relação aos homens, a necessidade de quebrar uma cultura enraizada de procurar médico somente diante de sintomas estritamente evidentes. "A gente sempre ouviu falar que infarto, hipertensão, arritmia eram considerados problemas de gente mais velha. Mas isso não é mais a nossa realidade, tanto no Brasil, como no resto do mundo,” explica Sarah. Ou seja, pelo bem ou pelo mal, o melhor a fazer mesmo é antecipar visitas que, antes, eram mais tardias aos consultórios médicos.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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