Belém, PA - A crise ambiental tem se fortalecido, principalmente, em regiões próximas a florestas e rios. Os impactos ao ecossistema têm como consequência a proliferação de doenças vetoriais, afetando nocivamente moradores rurais.
Nomeada como "saúde única", o equilíbrio entre as vitalidades humana, animal e vegetal - representada pelo meio ambiente - é crucial para a proteção do planeta Terra. A desarmonia desses três reinos prejudica, em uníssono, o ecossistema do qual fazem parte.
A poluição dos rios, o desmatamento florestal e as queimadas são os maiores causadores do desequilíbrio ambiental, acarretando o surgimento e ressurgimento de doenças e a contaminação dos rios e peixes. De acordo com a biomédica Sélly Lira, da Unama, as ações humanas colocam em risco a saúde integral da população como um todo, sobretudo ribeirinhos e indígenas.
"Além do consumo de água contaminada, esses indivíduos estão sujeitos a doenças como malária, dengue e chikungunya. As mudanças climáticas e a poluição são responsáveis pelo aumento de vetores, em sua maioria mosquitos e outros artrópodes hematófagos (que se alimentam de sangue)", explica.
De acordo com a biomédica, outras infecções podem prevalecer nesses habitats, como as zoonoses. Esse termo é usado para se referir a doenças transmitidas por animais aos humanos. "Enfermidades como a febre amarela, leishmaniose e leptospirose são grandes perigos para esse público, pois se desenvolvem rapidamente no corpo humano. Elas se proliferam, geralmente, em regiões onde ocorre o desequilíbrio ecológico", aponta Sélly Lira.
Além disso, a liberação de CO² (dióxido de carbono), aliada à poluição atmosférica, potencializa o surgimento de problemas respiratórios. "O frequente contato com regiões de fumaça e ar poluído contribuem de forma negativa para o bem-estar humano. É comum que a vulnerabilidade a esse oxigênio provoque doenças como asma, bronquite crônica e, até mesmo, câncer de pulmão”.
Foto: Agência Pará