Depois de anos de resistência do autor e da família de Gabriel García Márquez para uma adaptação de Cem Anos de Solidão, a Netflix criou uma parceria com os filhos do autor que resultará no lançamento de uma série em dezembro deste ano. Esta semana, em participação na 22ª Festa Literária Internacional de Paraty, na programação da Flip+, a plataforma revelou parte do processo desafiador da adaptação.
Com presença das roteiristas Natalia Santa e Camila Brugés e do vice-presidente de conteúdo da Netflix na América Latina, Francisco Ramos, a Netflix revelou as duas exigências da família do escritor: o idioma e a locação. "Desde o início, alinhamos com a família García Márquez alguns pilares do projeto: ele teria gravação em espanhol e produção na Colômbia. Esses elementos não apenas preservam a essência da obra, mas garantem que o legado ressoe, promovendo um impacto cultural e econômico significativo para o audiovisual colombiano."
Para Brugés, o projeto sentiu o peso de uma enorme responsabilidade: "A série precisava capturar as emoções que o livro desperta, sem esquecer que estamos lidando com uma linguagem diferente. O desafio foi equilibrar a fidelidade à obra original com a criação de uma experiência visual impactante".
A série acompanhará as gerações da família Buendía no mítico vilarejo de Macondo, onde amor, loucura, guerras e maldições ancestrais se entrelaçam em uma narrativa rica e envolvente. Os filhos de García Márquez, Rodrigo García e Gonzalo García Barcha, são produtores-executivos do seriado e Laura Mora Ortega e Alex García López trabalham na direção. O livro foi lançado pela primeira vez em 1967 e vendeu mais de 50 milhões de cópias, sendo traduzido por 46 línguas.
A série é estrelada por Claudio Cataño (Coronel Aureliano Buendía adulto), Jerónimo Barón (Aureliano Buendía criança) e Marco González (José Arcádio Buendía). Os primeiros oito episódios de Cem Anos de Solidão chegam à Netflix no dia 11 de dezembro, e ainda não há previsão para a Parte 2 da série.
Estadão Conteúdo