A Polícia Civil de São Paulo divulgou nesta quarta-feira (23) a identidade do homem acusado de ser o suposto assassino da estudante da USP Bruna Oliveira da Silva, na Zona Leste de São Paulo.
Esteliano José Madureira, de 43 anos, foi identificado após a divulgação do retrato falado, produzido com ajuda de inteligência artificial, a partir de imagens de câmeras de segurança obtidas pelos investigadores. A reportagem não conseguiu localizar a defesa dele.
"Nossas equipes buscam localizar esse homem, que sabemos que é morador da região, mas não conhecia a vítima. Nos vídeos analisados, ele aparece seguindo a estudante. Depois, as imagens não mostram mais nada nem os dois. Suspeitamos que ele a agarrou e a levou para o local onde a matou", disse Ivalda Aleixo, diretora do DHPP.
Identificação
A imagem foi feito através de uma técnica de retrato falado colorido com auxílio de inteligência artificial (IA), com auxílio da imagem desfocada obtida por uma câmera de vigilância.
Fontes da Polícia afirmam que um laudo preliminar apontou que a provável causa da morte da estudante foi asfixia por estrangulamento. Porém, o laudo oficial não ficou pronto. Os peritos aguardam resultados de outros exames complementares.
A estudante tinha 28 anos e estava desaparecida desde 13 de abril, quando havia saído da estação do Metrô Corinthians-Itaquera a caminho de casa, onde morava com o pai
Seu corpo foi encontrado na quinta-feira (17) em um estacionamento próximo. Estava seminu e machucado, com sinais de violência e queimaduras. Ao lado dele, foi encontrado um sutiã e um saco plástico, que foram apreendidos pela perícia
O Instituto Médico Legal (IML) da Superintendência da Polícia Técnico-Científica realiza exames para apontar qual foi a causa da morte. Segundo peritos, uma das possibilidades é a de que a jovem pode ter sido agredida, queimada e asfixiada. Mas só um laudo pericial oficial que irá apontar como ela morreu ainda não ficou pronto.
O caso havia sido registrado inicialmente como "morte suspeita" a apurar no 24º Distrito Policial (DP), Ponte Rasa. Mas devido à complexidade dele, foi encaminhado para o DHPP, onde a delegacia especializada encontrou indícios de crime no corpo de Bruna.
Bruna deixou um filho de 7 anos, fruto de um relacionamento anterior. Seu ex-marido, o atual namorado da estudante e a família dela foram ouvidos pela polícia. Os depoimentos deles vão ajudar a investigação no inquérito que tenta esclarecer a morte dela.
Segundo seus parentes, antes de desaparecer, a estudante estava na casa do namorado. "Quando vi que ela não tinha chegado, foi um choque", falou Igor Rafael Sales, que namorava Bruna havia três meses. Ele mora no Butantã, na Zona Oeste da capital.
Quem era Bruna
Bruna era formada em história pela Universidade de São Paulo (USP). Fez mestrado no programa de história social da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP em 2020. Atualmente, tinha sido aprovada para o mestrado de pós-graduação em mudança social e participação política da Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) na mesma universidade.
"Minha filha sempre lutou em prol do feminismo. Ela era muito contra a violência contra a mulher. Ela estudava isso e morreu exatamente como ela mais temia e como eu mais temia. E aí pergunto: 'por que não fui eu?'. A dor seria bem menor", afirmou a mãe da estudante, Simone da Silva.
Por meio de nota, a direção da EACH lamentou a morte de sua aluna: "A direção envia os sentimentos aos familiares e amigos".
Fonte: G1
Foto: Reprodução