Procurador-Geral do Estado, Ricardo
Sefer, é o mais novo ‘garoto-propaganda’ do pouco conhecido Plano de
Previdência Complementar do Pará - Prevcom. E se Sefer, cujo currículo indica
que é mestre e doutor em Direito pela Universidade Federal do Pará e procurador
efetivo do Estado desde 2011, ou seja, está “por dentro da coisa”, mas diz no
vídeo que fez sua adesão ao plano “após muito estudo e muita reflexão”, imagine
para a maioria dos mortais servidores públicos que sequer sabe de forma
atualizada o que está acontecendo com o seu recolhimento regular da previdência
pelo Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Estado do Pará -
Igepps.
É que a última informação sobre os
fundos da previdência do Pará - o Funprev e o Finanprev - foi divulgada de
forma oficial há quase cinco anos - bem antes de o Igepps ganhar esse nome,
isto é, quando ainda se chamava Instituto de Gestão Previdenciária do Pará,
Igeprev, e divulgou a “Política de Investimento para o ano de 2020”, que havia
sido aprovada através pelo Conselho Estadual de Previdência em 29 de novembro
de 2019, segundo a data da ata da publicação.
Ligeiro déficit
À época, a política para 2020 dava
conta de que o Fundo Previdenciário do Estado do
Pará, que é o fundo de capitalização e investimentos,
aplicaria naquele ano o valor de um superávit R$ 3.099.040.659,83, resultante
do patrimônio existente em 31 de dezembro de 2018, com previsão de rendimentos
de 3% ao ano, acrescido de IPCA (Índice de Preço ao Consumidor Amplo), que era
a chamada meta atuarial do então Igeprev para 2020.
A mesma política deixava entrever, de
forma discreta e em linguagem para poucos, que o fundo mais antigo, o Fundo
Financeiro de Previdência do Estado, possuía até então um valor de pouco mais
de R$ 4 bilhões, mas com um déficit que passava de R$ 1 bilhão, sendo mais de
R$ 709 milhões na área de contribuições civis e mais de R$ 300 milhões nas
contribuições militares.
Estado tem pressa
A pressa do Estado agora é incentivar
os servidores a tomarem o caminho da Prevcom, o Regime de Previdência
Complementar instituído pela Lei Complementar Estadual nº 111/2016, mas que só
foi regulamentado e implementado a partir de janeiro de 2023. Assim, desde o
ano passado, os novos concursados aprovados nos certames mais recentes do
Estado estão tendo adesão automática - e quase nada explicada - ao Prevcom,
“devendo manifestar em 30 dias o seu desejo de continuar ou não na previdência
complementar”.
Já os demais servidores estão sendo
convidados a aderir, e é nesse campo do convite que entrou o Procurador-Geral,
Ricardo Sefer, que, para a comunicação do governo estadual, tem a credibilidade
necessária para esse convencimento rápido, já que o prazo para adesão este ano
só tem mais 30 dias - vai até o dia 2 de agosto.
Até onde se sabe...
A grande questão é que pouco se sabe
sobre o novo regime, que promete manter o padrão de qualidade de vida dos
servidores na aposentadoria e em caso de falecimento do servidor, uma vez que,
após a última reforma da previdência, os proventos de aposentadorias estaduais
também estão limitados ao teto previdenciário do Regime Geral de Previdência
Social (RGPS), que atualmente é de R$ 7.087,22.
O que se sabe também é que o novo
desconto previdenciário para quem aderir ao Prevcom é de 8,5% sobre o valor da
remuneração que exceder o valor do teto previdenciário do RGPS. Os cofres
estaduais, por sua vez, entrariam igualmente com 8,5% sobre essa remuneração,
que será toda gerenciada pela Fundação de Previdência Complementar do Estado de
São Paulo (SP-Prevcom), instituição responsável pela gestão do plano de
previdência complementar dos servidores efetivos do Pará, escolhida através de
um processo seletivo até onde se sabe, interno.
Então, caro servidor, corra, que está
acabando...
Papo Reto
· O ministro e deputado
federal licenciado Celso Sabino (foto) articulou, fechou com a
direção nacional em Brasília e, na prática, assumiu o comando do PP que era do
candidato a prefeito de Colares, Noé Palheta.
· Pesquisas de
intenção de votos colocam Noé Palheta em primeiro lugar no município, onde a
irmã de Celso, Silene Sabino, assume a liderança pelo União Brasil contra a
atual prefeita, Maria, do MDB.
· Da mesma forma será
tratado o município de Magalhães Barata, onde o candidato do União Brasil,
Wilson Ferreira, considerado um estranho no ninho, vai disputar a prefeitura
contra a candidata do MDB.
· A
esta altura do campeonato, pelo andar da carruagem, além de um porto famoso no
mundo inteiro, Barcarena, na Grande Belém, também tem lá sua “rainha da
Inglaterra”, aquela que governa, mas não manda.
· Leitor
da coluna escreve: “Coleta seletiva" de lixo se vê em Mosqueiro”. E
explica: “a limpeza pública só favorece os conhecidos; o resto é rato”.
· Exibicionismo e
estrelismo não combinam com o uso de batina, fique claro desde já. Melancia no
pescoço nunca foi bem de raiz.
· A Nunciatura
Apostólica não dorme no ponto, mesmo estando em Brasília. Que não seja por
falta de aviso.
· Todo cuidado é
pouco: o Dnit entregou ao distinto veranista o que se poderia chamar de “roleta
russa”, prontinha para ser jogada durante à noite.
· Trata-se do trecho
da BR-316, sentido Santa Maria-Castanhal, até a entrada de Mosqueiro, em
Benevides. Sem iluminação e sem sinalização, é um convite a acidentes noturnos
porque, simplesmente, não se enxerga nada.
· Se não é uma medida
irracional, é tão irresponsável que não reconhece adjetivos.