Saúde do Pará nega, mas possível possibilidade de surto de meningite tipo B preocupa setor médico

Secretarias de Saúde do Estado e do município garantem que ações adotadas a partir de janeiro deste ano já apontam resultados positivos em relação aos registros do ano passado.

19/04/2025, 11:00
Saúde do Pará nega, mas possível possibilidade de surto de meningite tipo B preocupa setor médico
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rofissionais da área de saúde manifestam preocupação com a possibilidade de o Pará sofrer um surto de meningite tipo B até o final deste ano. Eles se baseiam em informações disponíveis no portal do Ministério da Saúde.

Autoridade da saúde lançou alerta sobre a doença este ano, a par de outras providências, e descarta surto; preocupação atinge escolas públicas/Fotos: Divulgação.
Segundo o ministério, o Pará registrou, até o momento, 37 casos de meningite bacteriana, média de 9,2 registros por mês. Das 37 pessoas infectadas até agora no Estado, quatro foram a óbito, sendo duas em Belém. Se mantiver essa média, a projeção aponta para possíveis 110 casos até o final de 2025, considerando os oito meses restantes. Os números do Ministério da Saúde no Pará e a possível projeção, ultrapassam os 104 casos de meningite atestados em 2024, quando foram confirmadas sete mortes pelo agravamento da doença, sendo quatro registradas em Belém.

Ameaça descartada

Em Belém, a autoridade da saúde descarta a possibilidade de surto. Consultada pela Coluna Olavo Dutra, a Secretaria de Saúde de Belém garante que a informação não procede. E esclarece que ocorre é que em 2024 o município registrou aumento no número de casos de doença: 72 casos em residentes de Belém, com cinco óbitos.

A partir desse ano, a Secretaria adotou uma série de medidas de vigilância e prevenção, em parceria com a Secretaria de Saúde do Estado e o Ministério da Saúde, incluindo capacitações de profissionais da saúde, ações de educação em saúde junto à população, monitoramento e treinamentos.

Com as estratégias implantadas, a Secretaria constatou a redução dos casos já nos três primeiros meses do ano, tendo sido registrados, de abril até hoje, três casos. A Secretaria reforça que segue monitorando a situação epidemiológica e atuando de forma integrada com os demais entes federativos para garantir a redução dos casos e a proteção da população.

Por sua vez, também acionada pela coluna, a Secretaria de Saúde Pública do Estado informa que atua em parceria com o Ministério da Saúde e os municípios, por meio de um trabalho integrado que envolve a ampliação da cobertura vacinal, o fortalecimento da rede de diagnóstico e a capacitação dos profissionais de saúde para identificação precoce dos casos.

Segundo a Secretaria, até o dia 17 de abril deste ano foram confirmados 42 casos da doença no Estado. No mesmo período de 2024, foram registrados 22 casos, com três óbitos.

Mercado nervoso

Apesar dos esclarecimentos, os profissionais da saúde seguem nervosos, sugerindo que “há uma crise na saúde pública” e que a situação “pode estar sendo tratada sem a devida atenção das autoridades públicas”.

Uma fonte da coluna na rede pública de saúde revela, por exemplo, que representantes do Ministério da Saúde já estiveram em Belém, ano passado e neste ano, onde se reuniram com gestores locais para discutir a possibilidade de um possível surto da doença, mas até o momento nenhuma informação foi repassada oficialmente à população.

“Estado e município não quiseram emitir um alerta. Esse processo começou em dezembro de 2023 e perdurou por todo ano de 2024. Esse tipo de meningite é um dos poucos que não têm vacina na rede pública, somente na rede privada”, diz a fonte, esclarecendo que a dose oferecida em clínicas particulares pode chegar até R$ 800.

Cenário preocupante

Embora o número de casos possa ser considerado baixo, o cenário se torna preocupante diante do poder de transmissão da doença. “Esse surto já saiu de Belém, avança na área metropolitana e segue para o interior”, revela a fonte do setor público de saúde.

Em 2024 a médica infectologista Cleonice Aguiar chamava atenção para o problema e já apontava um quadro de surto. Ano passado, pelos números do Ministério da Saúde, foram 73 casos no Pará, sendo sete óbitos, quatro na capital. Neste ano, até o mês de abril, já são 37 registros em todo o Estado, sendo 18 em Belém. Até então, quatro óbitos foram registrados no Pará, e desses, dois em Belém. Três mortes já foram contabilizadas em Belém provocadas pela doença, de um total de 13 registros feitos pelo Ministério da Saúde. Uma dessas últimas mortes ocorreu na capital.

Nas redes sociais

Em uma postagem de 31 de março deste ano, em nova publicação nas redes sociais, Cleonice denuncia o registro, no início de março, de 27 casos de meningite tipo B, sendo 13 registros apenas em Belém. A médica informa ainda no vídeo que no dia 20 do mesmo mês já seriam 36 os casos, agora com 20 em Belém, incremento de 55% em comparação ao início de março. Esse quadro estaria acometendo o Pará e alguns outros Estados como Alagoas.  Em 2025, entre janeiro e março, 1.852 registros foram oficializados em todo o País, com 168 mortes, segundo o MS.

Papo Reto

·Só para: a Semana Santa é uma tradição religiosa cristã que celebra a paixão, a morte e a ressurreição de Jesus, iniciando no Domingo de Ramos - que relembra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém -, e termina com a ressurreição, no domingo de Páscoa. Feliz Páscoa.

·Dom Alberto Taveira segue Arcebispo Regente da Arquidiocese de Belém normalmente até o dia 26 de maio de 2025.

·Neste dia, ele faz aniversário de 75 anos. De acordo com o cânone, Dom Alberto deve apresentar sua renúncia diretamente ao Papa Francisco (foto), sem antecipá-la aos fiéis, como saiu aqui.

·Se o Papa aceitar, Dom Alberto se torna automaticamente Arcebispo Emérito e retira-se do governo da Cúria. 

·Caso contrário, segue à frente do governo da Arquidiocese pelo tempo que o Pontífice estipular. 

·Por exemplo: o Papa Francisco pediu a Dom Pedro Odilo Scherer que permaneça governando a Arquidiocese de São Paulo até 77 anos, em decisão recente.

·Dom Júlio Akamine, nomeado Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém, deve ser apresentado dia 31 de maio, às 9h, durante missa na Catedral de Belém 

·O Brasil é o "fona" no ranking de competitividade industrial, diz a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a partir de estudo que comparou o País com 17 países com os quais disputa mercados industriais.

·O ranking é baseado em uma média de desempenho em oito fatores-chave e o Brasil ficou na última colocação (18º lugar).

·Cientistas criam o primeiro nugget totalmente feito com carnes "crescidas" em laboratório, a partir de um sistema circulatório sintético que fornece nutrientes e oxigênio aos tecidos. 

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