Espaço cultural da capital paraense também é formador de atores e atrizes, diretores e diretoras, e todos os profissionais que fazem a cena cultural da cidade
Belém, PA - O Teatro Experimental Waldemar Henrique, um ícone da cena cultural paraense, completa 45 anos nesta terça-feira (17) e se fortalece como um espaço de experimentação e liberdade artística, dando voz aos sonhos e criações de atores e atrizes, diretores e diretoras, e todos os profissionais que fazem a cena cultural da cidade.
Inaugurado em 1979, durante um ato público marcado pela mobilização da classe artística local, o Teatro Waldemar Henrique nasceu como resposta a uma necessidade urgente: a criação de um espaço voltado ao experimentalismo e à inovação, algo que não encontrava lugar no tradicional Teatro da Paz. O teatro logo se consolidou como ponto de encontro e efervescência criativa, recebendo grupos que lutavam por novos caminhos na arte cênica, como o Grupo Experiência e o Teatro Universitário do Pará (TEP), que desde a década de 40 agitava os palcos belenenses.
O Waldemar Henrique, batizado em homenagem ao saudoso maestro paraense, tornou-se sinônimo de ousadia. Desde o começo, enfrentou adversidades, mas manteve-se firme, servindo como o coração pulsante da experimentação artística de Belém. Sua arquitetura, de estilo eclético com traços de art nouveau, já foi palco de protestos, resistência e momentos apoteóticos, como a derrubada simbólica do "muro da discórdia" em 1997, quando artistas se uniram para reivindicar a posse completa do espaço.
Para celebrar esta data histórica, uma programação especial será realizada nos dias 17 e 18 de setembro, com espetáculos gratuitos que prometem encantar o público. A programação não apenas exalta o teatro, mas também homenageia todas as vidas que por ali passaram e se transformaram. Artistas renomados e iniciantes se misturam, celebrando o espírito colaborativo e inovador que sempre foi a marca registrada do Teatro Waldemar Henrique.
Entre as apresentações, destaca-se o espetáculo "Subúrbios", da Cia. Cabanos de Dança, que une teatro e dança para retratar o cotidiano de uma sociedade periférica com humor e sensibilidade. Também haverá espaço para performances solo, como a de Luiza de Abreu, que encena o monólogo "A Loucura de Uma Atriz", além de rodas de conversa e exposições, como a do grupo de Teatro Cena Aberta, que relembrará momentos marcantes de sua trajetória.
Para Hélio Cereja, o servidor mais antigo do teatro, o Waldeco, como é carinhosamente chamado pelos seus frequentadores e frequentadoras, é mais do que um simples espaço físico: é um santuário para os artistas, o lugar onde muitos deram seus primeiros passos e onde as companhias experimentam novas formas de expressão. "Ver a alegria no rosto dos artistas que retornam ao palco onde tudo começou é gratificante. O teatro é um ambiente onde a rotina não existe, cada dia é uma nova criação, uma nova realização", afirma Cereja, emocionado com a trajetória do local.
Celeste Iglesias, gerente do teatro, ressalta a importância deste aniversário não apenas para os artistas, mas para todo o público paraense. "O Waldemar Henrique não é apenas um patrimônio histórico, é um símbolo de resistência cultural. Ao longo dos anos, ele tem sido palco de muitas batalhas e conquistas, e continua sendo um lugar onde a arte respira e floresce."
Já o cantor paraense Eloi Iglesias reflete sobre o impacto do espaço, afirmando que ele surgiu em um momento de efervescência cultural e política, em um período marcado pela ditadura, e ofereceu uma proposta moderna e experimental que era radical para a época.
“Era um verdadeiro oásis criativo, desafiando as normas estabelecidas e promovendo novas formas de expressão. Hoje, é um ícone da cultura paraense, sempre aberto a novas experiências e artistas", detalha. Iglesias também destaca o papel crucial do teatro na formação de novos talentos, ressaltando que o espaço foi fundamental para dar visibilidade a muitos artistas locais e que sempre proporcionou um ambiente de experimentação, permitindo a exploração de novas linguagens e estilos que não eram possíveis em outros lugares. Ele relembra as primeiras apresentações que assistiu no teatro, descrevendo-as como "uma verdadeira revolução cultural", com peças ousadas que quebravam paradigmas e traziam à tona discussões inovadoras para o período. Para Iglesias, ver a continuidade desse legado é profundamente gratificante.
PROGRAMAÇÃO
HOJE - DIA 17/09
-15H -ABERTURA DA EXPOSIÇÃO CENA ABERTA (Conta a história do grupo teatral Cena Aberta)
-15H ÀS 17H - RODA DE CONVERSA “NARRATIVAS E VIVÊNCIAS”
-MEDIAÇÃO: YSMAILLE FERREIRA (Doutor e professor/ Técnico em Gestão Cultural da FCP)
-PARTICIPAÇÕES:
- MARGARET REFKALEFSKY (atriz, professora de teatro e pesquisadora)
- ZÉLIA AMADOR (Professora universitária, atriz e diretora de teatro, ativista do movimento negro, é membro fundadora Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (CEDENPA) e NEAB (Grupo de Estudos Afro-Amazônico (GEAM/UFPA), Assessora da Diversidade e Inclusão da UFPA.
- PAULO FARIA (atual presidente da AGTB - Associação de Grupos de Teatros de Belém)
- IGOR MARQUES (Presidente do Colegiado de Dança do Pará)
- ELOI IGLESIAS (cantor, compositor, ator, performer, artista popular, é um dos idealizadores e atual diretor da Festa da Chiquita)
- MÁRCIA FREITAS (Jornalista e Produtora Cultural)
-20H - APRESENTAÇÃO DO ESPETÁCULO POSITHIVOS, DIREÇÃO KESYNHO HOUSTON,
DIA 18/09
-09H ÀS 14H- OFICINA “PRODUÇÃO TÉCNICA PARA EVENTOS – ESPECÍFICO PARA TEATROS”
- MINISTRANTE: FERNANDA RABELO (Produtora Cultural e Produtora técnica para eventos)
O conteúdo da oficina pode abranger os seguintes tópicos:
1. Planejamento e organização: introdução à pré-produção, como cronogramas, orçamento, contratação de fornecedores e montagem de equipes.
2. Equipamentos e infraestrutura: apresentação de equipamentos de som, iluminação, vídeo e cenografia, além de como escolher e operar esses materiais de forma eficiente.
3. Técnicas de montagem e operação: demonstração prática de montagem de palco, sistemas de som, iluminação e projeção audiovisual.
4. Trabalho em equipe e comunicação: a importância da colaboração entre as diferentes áreas técnicas e a comunicação com os organizadores. Essas oficinas são importantes para quem deseja ingressar no setor de produção de eventos, proporcionando uma visão prática e abrangente dos processos que envolvem a realização de um evento com sucesso.
-PÚBLICO ALVO: Produtores, estudantes de cenografia e de eventos e artistas em geral.
-QUANTITATIVO DE VAGAS: 30 pessoas.
-15H ÀS 17H - RODA DE CONVERSA “NARRATIVAS E VIVÊNCIAS”
-MEDIAÇÃO: YSMAILLE FERREIRA (Doutor e professor/ Técnico em Gestão Cultural da FCP )
-PARTICIPAÇÕES:
- GÊ SOUZA (Ator, diretor, produtor e professor de artes Cênicas, presidente fundador do Centro Cultural Atores em Cena)
- WLAD LIMA (Artista pesquisadora, diretora e cenógrafa de teatro)
- NANDO LIMA (Artista Multimidia, Performer, Diretor teatral, Cenógrafo)
- MARTON MAUÉS (professor de Teatro, Leitura, Literatura e Produção Textual)
- YURE LEE (artista circense de rua, professor de história e educação física; especialista em educação física escolar e artes; mestre em história social da Amazônia; doutor em Artes)
- LIGIA BLUE (Atriz, diretora, roteirista, bailarina e produtora artística)
- PAULO SANTANA (Professor Doutor em Artes)
- FERNANDO DAKO (Técnico e produtor musical, Sonoplasta e Servidor da FCP)
-19H30 -APRESENTAÇÃO DE DANÇA INCLUSIVA CIA NOSSO JEITO (Dança Inclusiva)
-20H –APRESENTAÇÃOMUSICAL COM PAULINHO MOURA (violão), CRIS LISBOA (flauta).
Agência Pará
Foto: Diogo Viana/Divulgação
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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