UFPA: oposição articula pedir adiamento da eleição por falta de tempo para debater com a comunidade

Estratégia que prevê garantir eleição do atual vice-reitor, professor Gilmar Pereira, acusado de fazer campanha com uso da máquina, pode ser barrada pelo Conselho Universitário.

05/02/2024, 14:00
UFPA: oposição articula pedir adiamento da eleição por falta de tempo para debater com a comunidade
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coluna cantou essa pedra: a aparente estratégia da Reitoria da maior universidade pública da Amazônia de quanto menos debate, melhor, como forma de assegurar a eleição do atual vice-reitor, professor Gilmar Pereira, sucessor do reitor Emmanuel Tourinho, despertou os candidatos de oposição - alguns deles, pelo menos.


O reitor Emmanuel Tourinho trabalha para fazer do vice-reitor, professor Gilmar Pereira, seu sucessor no cargo que herdou de Carlos Maneschy e com quem cortou relações/Fotos: Divulgação.

No Campus Guamá, a semana começa com a especulação sobre encontros aqui e alhures para fechar um acordo pela qual a oposição pretende propor ao Conselho Universitário o adiamento da eleição. Em reportagens anteriores, a coluna mostrou que os debates de candidatos com a comunidade acadêmica deverão ocorrer apenas 20 dias depois do reinício das aulas e isso - para uma universidade que se proclama democrática e de diálogo -, não pega bem. É, por assim dizer, um golpe retórico articulado pela Reitoria. Mas não é só.   

 

Tempo muito curto

 

Fonte da coluna na UFPA confirma a intenção da oposição de propor o adiamento da eleição. “Sim, há um movimento para tentar adiar as eleições, pois o tempo é muito curto para se as discussões prioritárias sobre a Universidade - planos de expansão, financiamento de ações, índices atuais de evasão, modelo de gestão...”, destaca. 

 

“Uso e abuso da máquina”

 

“Esses debates institucionais são fundamentais e demandam tempo. Eles são fundamentais em razão de que precedem os programas a serem apresentados por cada candidato a reitor.  A retomada plena das atividades da UFPA ocorre em março e a atual Reitoria quer fazer a eleição logo em abril, como estratégia para não haver debates e para manter seu projeto de poder centralizador e sem escuta à comunidade universitária”, acrescenta a fonte. 


E mais: “O vice-reitor, candidato oficial, aproveitando-se disso, não se desincompatibiliza da função e faz campanha usando toda a máquina institucional”.

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