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Cirurgias travadas expõem impasse político e geram crise na saúde de Marabá

Prefeito Toni Cunha reage publicamente após Câmara barrar convocação extraordinária para autorizar cirurgias eletivas e reduzir as filas

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  • Da Redação | Coluna Olavo Dutra
  • 27/12/2025, 11:00
Cirurgias travadas expõem impasse político e geram crise na saúde de Marabá
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situação das cirurgias eletivas em Marabá voltou ao centro do debate político após o prefeito Toni Cunha denunciar publicamente a resistência da Câmara de Vereadores em votar medidas emergenciais para ampliar o atendimento na rede pública de saúde.

Para a presidência da Câmara, não há urgência para justificar quebra do recesso parlamentar para votar projetos de interesses da saúde pública/Fotos: Divulgação.
O impasse, que ocorre em meio a uma longa fila de pacientes à espera de procedimentos, escancara o conflito institucional entre Executivo e Legislativo e agrava a sensação de abandono vivida por quem depende do Sistema Único de Saúde (SUS) no município.

Cirurgias represadas

Segundo o prefeito, foi encaminhado ofício ao presidente da Câmara, vereador Ikea Ferreira, solicitando a convocação de sessão extraordinária para autorizar a contratação temporária de profissionais da saúde. A medida permitiria ampliar a realização de cirurgias eletivas que estão represadas há meses. O pedido, segundo o próprio Toni, foi feito com o aval de quase todos os vereadores.

Mesmo assim, a convocação não ocorreu. A justificativa apresentada pela presidência da Casa foi de que não haveria urgência que justificasse a quebra do recesso parlamentar, argumento que gerou forte reação do chefe do Executivo municipal, sobretudo diante da pressão popular por atendimento.

Reação imediata 

Em publicação nas redes sociais, Toni Cunha afirmou que a falta de sensibilidade da Câmara ignora a realidade de quem aguarda procedimentos cirúrgicos. “Se as cirurgias eletivas, tão reclamadas, não forem urgentes, não sei mais o que é”, declarou o prefeito.

Ele destacou ainda que o município negocia o arrendamento do Hospital Santa Terezinha para ampliar a capacidade de atendimento, mas essa medida também depende da autorização legislativa para avançar na contratação de equipes médicas.

Cenário crítico

Em outro trecho, Toni Cunha reforçou o cenário crítico da rede municipal: “Estamos fazendo o possível para dar vazão às cirurgias, mesmo com a precária estrutura que existe em Marabá. Em breve, vamos diminuir esse sofrimento”, garantiu ele.

O episódio na saúde ganha contornos ainda mais políticos porque o presidente da Câmara, alinhado ao grupo do deputado Chamonzinho, do MDB, é um dos críticos frequentes da atual gestão, especialmente na área da saúde.

Contornos políticos 

A negativa em pautar a convocação extraordinária levanta questionamentos sobre o uso político da pauta da saúde e o impacto direto dessa disputa sobre a população.

Enquanto o Poder Legislativo, que deveria representar a população, trava as ações do Executivo, pacientes seguem aguardando por cirurgias que, para eles, não têm nada de eletivas: são urgentes, necessárias e, muitas vezes, determinantes para que se tenha um mínimo de qualidade de vida.

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.