Inspiração vem da Vila Menino Deus, às margens do Rio Anapu, em Igarapé Miri.
Cantando sobre a realidade nortista, o rapper paraense Sumano estreia seu primeiro álbum no dia 10 de novembro. Disponível em plataformas de streaming de áudio, o projeto intitulado "Nortes" foi viabilizado pela Lei de Incentivo à Cultura (Semear), executado pela Fundação Cultural do Pará (FCP). O disco é uma coleção de dez faixas, enriquecida por colaborações de artistas da região. Confira a playlist.
Inspiração para suas composições, o artista produziu um vídeo manifesto com imagens de sua comunidade, a Vila Menino Deus, que fica às margens do Rio Anapu, no município de Igarapé Miri. O projeto de Sumano não se conteve só com os diferentes beats de rap para se tornar real. Seu trabalho entrega uma versão autoral da Amazônia, muitas vezes invisibilizada.
O artista surge no cenário musical nortista como um dos representantes do gênero no interior do território amazônico. Suas referências incluem outros rappers contemporâneos de sua localidade que o inspiraram, bem como outros músicos pelo país. Entre os colaboradores, destacam-se os rappers Victor Xamã, Moraes, Roxy, Nill, Malu Guedelha, Karen Francis, Drin Esc, Nic Dias e Kurt Sutil.
"Sou fã de Victor Xamã, que é talvez uma das nossas maiores referências aqui no Norte, mas não só ele, Nic Dias também; eu inclusive o considero uma das novas gerações dos cabanos revoltados", revelou o artista. "Ter ouvido eles me ajudou a explorar mais o gênero e hoje posso me considerar um rapper tão valioso quanto", explicou, ao citar os cantores Emicida e Don L.
Incentivo - O projeto teve apoio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) e da FCP, através da Lei Semear. O álbum de Sumano também recebeu patrocínio da Natura Musical, que apoia ativamente artistas independentes da região.
Técnico em gestão cultural da Semear, Walter Figueiredo ressaltou a importância do programa e do incentivo a novos projetos. "É sempre muito gratificante quando surge um novo trabalho a ser lançado por meio do Programa Incentivo à Cultura. É motivo de satisfação quando damos esse retorno à sociedade dos recursos investidos", disse.
"Ao vermos os objetivos alcançados pelos artistas, sentimos a realização do dever cumprido com a qualidade e capacidade que a arte proporciona na vida da comunidade. Além disso, o reconhecimento ao autor, que emerge da região de Igarapé-Miri, expressando a força gigantesca da diversidade da região norte do país, estimulando a potenciais novos artistas a inscreverem seus projetos e acreditarem na possibilidade de tornar seus sonhos em realidade", finalizou Walter.
O Programa Estadual de Incentivo à Cultura (Semear) foi criado pelo Governo do Estado com o objetivo de promover e estimular a produção cultural e artística no Pará. Através do edital, o programa seleciona projetos aptos a captar recursos de empresas privadas para a realização de seus projetos.
A Lei Semear contempla a linguagem visual, sonora e corporal; a intervenção em bens móveis e imóveis de relevante interesse artístico e cultural; a literatura, acervos bibliográficos, bibliotecas e museus. Dessa forma, o Estado protege as expressões e o pluralismo, além de assegurar a sobrevivência e o florescimento dos modos de criar, fazer e viver da região amazônica.
Nortes - Euller Santos, nome de batismo de Sumano, 28 anos, além de rapper é também professor de geografia. Ele compartilha seu conhecimento na própria comunidade, situada no nordeste do Pará, onde ministra aulas para crianças e adolescentes cujas experiências de vida se assemelham muito às suas. A escolha de sua profissão e local de trabalho não é aleatória, mas sim um testemunho de seu compromisso com a comunidade e com a juventude desse território.
A produção de "Nortes" conta com faixas como "Craque", o primeiro single do álbum; "Reconectar", que abre o disco e conta com a colaboração de Victor Xamã; "É o Jogo", uma faixa com um ritmo mais melódico e em parceria com Nill e Malu Guedelha, entre outras.
"Meus versos trazem à tona um questionamento importante sobre nós, pessoas negras: por que sempre esperam que a gente seja a revolução ou a revolta? Às vezes, não queremos ser isso; queremos, na verdade, viver, curtir uma tarde de sol no rio ou jogar futebol com nossos amigos sem ter que pensar em revolta", comentou Sumano.
Fonte: Agência Pará
Foto: Jêre Santos/ Divulgação
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
ALina Kelian
19 de Maio de 2018 ResponderLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat.
Rlex Kelian
19 de Maio de 2018 ResponderLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip commodo.
Roboto Alex
21 de Maio de 2018 ResponderLorem ipsum dolor sit amet, consectetur adipisicing elit, sed do eiusmod tempor incididunt ut labore et dolore magna aliqua. Ut enim ad minim veniam, quis nostrud exercitation ullamco laboris nisi ut aliquip ex ea commodo consequat.