Decreto religioso classifica líderes ocidentais como ‘inimigos de Deus’ e lembra casos como o de Salman Rushdie
Brasília, DF - O aiatolá Naser Makarem Shirazi emitiu no sábado, 29, uma “fatwa” declarando que Donald Trump e Benjamin Netanyahu são culpados de crime religioso ao ameaçarem o aiatolá Ali Khamenei, chefe do regime islâmico iraniano.
Segundo o clérigo, ambos se enquadram como mohareb, isto é, “inimigos de Deus”, acusação que, na jurisprudência xiita, pode resultar em pena de morte.
“Ameaçar a vida do líder supremo ou dos marjas do Islã é uma ofensa religiosa das mais graves. É obrigatório confrontar tais inimigos e fazer com que se arrependam de suas palavras e erros”, escreveu Shirazi.
A fatwa responde a declarações recentes de Trump, que afirmou ter poupado Khamenei de “uma morte feia e ignominiosa”, e a uma ameaça direta feita pelo ministro da Defesa de Israel, que prometeu que “Khamenei pagará por seus crimes”.
No direito penal iraniano, baseado na Sharia, as categorias mohareb, mofsede-fel-arz (“corrupção na Terra”) e baghy (“rebelião armada contra o governo legítimo”) são passíveis de punições como execução, amputação, crucificação ou exílio.
A fatwa tem peso decisivo em um regime teocrático como o iraniano, podendo influenciar julgamentos, legitimar represálias e servir de justificativa religiosa para ações externas ou internas. A gravidade do decreto remete à fatwa emitida em 1989 pelo aiatolá Ruhollah Khomeini contra o escritor Salman Rushdie.
Na ocasião, o autor britânico foi acusado de blasfêmia por seu romance Os Versos Satânicos. A ordem resultou em décadas de ameaças, ataques a tradutores e, em 2022, no esfaqueamento de Rushdie por um simpatizante do regime iraniano.
Além do caso Rushdie, outras fatwas polêmicas foram emitidas nas últimas décadas, como a que condenou o personagem Mickey Mouse à morte, por suposta corrupção moral, ou a fatwa política sobre a proibição de armas nucleares, atribuída a Khamenei, mas cuja existência formal é debatida.
A fatwa contra Trump e Netanyahu é a primeira do tipo a nomear expressamente líderes ocidentais vivos. O decreto foi emitido em resposta a uma consulta formal, o que aumenta seu alcance.
Foto: Divulgação
(Com O Antagonista)
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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