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“ALÔ...”

Contrato curto e de alto custo garante celulares, mas liga alerta em Bragança

Prefeitura firma contrato de telefonia por três meses ao custo de R$ 414 mil; estudo técnico previa necessidade anual e acende debate sobre prioridades orçamentárias.

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  • Da Redação | Coluna Olavo Dutra
  • 30/12/2025, 11:00
Contrato curto e de alto custo garante celulares, mas liga alerta em Bragança
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Prefeitura de Bragança, nordeste do Pará, homologou contrato no valor de R$ 414 mil para a prestação de serviços de telefonia móvel pessoal, com fornecimento de aparelhos e linhas pós-pagas, em regime de comodato, destinados ao uso administrativo da máquina pública.

 

O custo de três meses, de R$ 414 mil, se encerra amanhã, 31; se for renovado nas mesmas condições, deve ultrapassar R$ 1,6 milhão em 12 meses/Fotos: Divulgação.

O ajuste decorre do Pregão Eletrônico nº 9.2025-110, tem vigência de 1º de outubro a 31 de dezembro de 2025 e foi firmado com a empresa Maxx Projetos e Consultoria em TI, conforme publicação no Diário Oficial. O dado que chama atenção surge quando o contrato é lido em conjunto com o Estudo Técnico Preliminar que fundamentou a contratação.

No documento de planejamento, a necessidade administrativa projetada é de 12 meses, embora a execução inicial tenha sido limitada a apenas três. Tecnicamente, não há contradição formal: o estudo técnico define a demanda estimada e o contrato executa um recorte temporal. O ponto sensível está no impacto orçamentário.

 Na ponta do lápis

Se o custo de três meses alcança R$ 414 mil, a simples projeção matemática indica que a manutenção do mesmo modelo ao longo de um ano poderia ultrapassar R$ 1,6 milhão, caso venha a ser renovado ou replicado em condições semelhantes. Trata-se de projeção aritmética, não de valor contratado.

Nos bastidores da administração, o contrato é visto como modelo-teste, utilizado para ajustar a despesa no fim do exercício fiscal. Entre técnicos, o receio não recai sobre a legalidade do processo, mas sobre o chamado efeito-inércia: contratos curtos, de alto custo mensal, que tendem a se repetir sem maior debate quando a despesa se dilui no orçamento seguinte.

O tema ganha relevo em um contexto no qual moradores seguem relatando dificuldades recorrentes na prestação de serviços básicos, o que recoloca no centro da discussão a oportunidade e a hierarquização dos gastos públicos.

Em Bragança, o debate não é sobre telefonia - é sobre o sinal que as prioridades emitem.

Papo Reto

•Moradores de Mosqueiro fazem apelos à Prefeitura de Belém solicitando a instalação de pelo menos cinco banheiros químicos na praça da Vila. 

Eles relatam desconforto de frequentadores do espaço em dia de eventos, principalmente para mulheres, que têm que se esconder atrás de carros ou pagar para usar os banheiros de estabelecimentos ou bares. 

•O apelo advém pelo grande fluxo de pessoas que se desloca àquela ilha para o réveillon.

A Prefeitura de Ananindeua vai desembolsar R$ 630 mil pelo show do cantor Zé Felipe (foto) nas comemorações do 82º aniversário do município, dia 3 agora. 

•Conforme a Portaria nº 15/2025, o cachê do artista será pago com recursos da prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. 

Além de Zé Felipe, a programação oficial inclui shows de Viviane Batidão e do grupo Trímanos. Somados, os três contratos chegam a quase R$ 1 milhão.

• O ministro Toffoli confirmou a acareação entre o diretor de fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, o proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, e o ex-presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, para que prestem esclarecimentos sobre o esquema de fraude financeira. 

De acordo com o magistrado, o representante do BC deverá falar na condição de terceiro interessado, e não de investigado. 

•O senador Magno Malta apresentou um pedido de suspensão do recesso parlamentar. O congressista sugeriu a realização de uma reunião da Comissão de Assuntos Econômicos para tratar das investigações do Banco Master, com direito à convocação de Gabriel Galípolo e Daniel Vorcaro. 

Gilmar Mendes negou seguimento ao pedido de Comte Bittencourt para suspender uma decisão do TJ/DF que devolveu a presidência do Cidadania a Roberto Freire. 

•Para o decano do STF, o caso trata de disputa interna de natureza estatutária e não configura violação à autonomia partidária. 

 

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.