á oito meses, o Instituto de Gestão Previdenciária do Estado do Pará, o Igeprev, mudou de nome: passou a se chamar Instituto de Gestão Previdenciária e Proteção Social do Pará - Igepps. A propaganda oficial da mudança anunciava “um novo nome para uma nova fase”, mas a verdade é que o Instituto, cuja finalidade é a gestão sustentável dos benefícios previdenciários do Regime de Previdência e do Fundo Financeiro Previdenciário do Estado mudou apenas de nome.
Na prática, continua sem alteração há
pelo menos seis anos e, nos últimos quatro anos - de 2021 a 2024 -, fez uma
série de repasses financeiros que somam R$ 28 milhões a um único escritório de
advocacia - o Escritório Fernando Mendes Sociedade Individual, pertencente ao
advogado de mesmo nome, irmão do atual gestor do Instituto.
Os repasses estão explicitamente
registrados no Portal da Transparência - extratos de 2021 a 2024. Aliás,
somente nos primeiros quatro meses deste ano, o Instituto já pagou R$ 602 mil
ao dito escritório. A situação, denunciada na última terça-feira na tribuna da
Assembleia Legislativa pelo deputado Rogério Barra, do PL, até agora parece não
ter ressoado ou despertado a atenção de nenhum órgão de fiscalização vinculado
ao Estado.
Enquanto isso...
Enquanto pagamentos desta monta são
feitos possivelmente com recursos do combalido Fundo Previdenciário, um grupo
de 51 servidores aposentados da Polícia Civil do Pará aguarda respostas e
enfrenta a lentidão da Justiça em relação a pagamentos retroativos devidos à
classe pelo novo Instituto. A queixa ao Ministério Público Estadual se arrasta
desde o início de 2022, quando os servidores denunciaram que os pagamentos de
24 parcelas de retroativos devidos pelo então Igeprev, com base nos termos do
Acórdão número 0013729-62.2009.8.14.0301, de relatoria dos desembargadores
Constantino Augusto Guerreiro e Roberto Gonçalves de Moura, não foram pagos da
forma devida.
Drible na Justiça
Ou seja, houve clara desobediência do
órgão à sentença judicial, com o pagamento de apenas uma parcela do valor
devido a 260 servidores inativos da Polícia Civil, sendo que para o vencimento
de dezembro de 2021 foram gerados dois contracheques. No primeiro, além da
correção com o reajuste determinado pela Justiça, havia também o registro do
pagamento da parcela do retroativo, mas com a inscrição “retroativo Parc. 1/1”,
ou seja, correspondente a apenas um pagamento, quando a Justiça havia
determinado 24 parcelas.
Mudanças no sistema
Os servidores denunciaram ao MP que
em 6 de dezembro de 2021 o contracheque estava disponível para consulta na
plataforma do sistema do então Igeprev com a correção e ganhou repercussão
entre os servidores inativos, que começaram a fazer planos com o dinheiro. Mas,
alguns dias antes de se efetivar o pagamento, a plataforma do Instituto tornou
os contracheques indisponíveis por uma semana e, nesse período, os policiais
inativos foram surpreendidos com a exibição de outro contracheque, onde não
mais continha o retroativo, nem a correção dos vencimentos que havia sido
efetuada no mês de novembro de 2021, revertendo assim o valor do benefício dos
servidores ao mesmo valor pago no mês de outubro daquele ano.
Fica por isso mesmo?
E o assunto ficou, até hoje, por isso
mesmo. Nem mesmo a pressão formada pelo grupo de 51 servidores que concordou em
reclamar junto ao Sindicato dos Policiais do Estado do Pará (Sindpol),
representante da classe, foi suficiente para que a entidade buscasse as
providências devidas para o inusitado caso dos contracheques modificados.
Honorários estranhos
Mais estranho ainda foi a posição
posterior do Sindpol, ao divulgar uma nota em um blog para justificar o objeto
de uma denúncia sobre os advogados do caso, contratados pela entidade, terem
recebido seus honorários, calculados em 25% de cada remuneração dos valores
retroativos não pagos aos beneficiários. Em suma, o Sindpol não ajudou a
solucionar, mas a tirar mais dinheiro dos servidores, que mesmo sem a solução
do problema precisaram arcar com honorários advocatícios.
Contra a maré
Além da denúncia ao MP, os servidores
também decidiram oficializar a queixa à Delegacia Geral de Polícia Civil, com
pedido de abertura para apuração de possível fraude por parte do Instituto e
também do próprio órgão de classe, ao adotar uma postura de chamar para si “os
questionamentos que afetaram os servidores inativos de modo até cruel”, diz o
documento dirigido posteriormente ao MP, ao qual até hoje os servidores esperam
por uma resposta.
Nota do redator: as
informações acima relatadas provêm de servidores da Polícia Civil que se
consideram prejudicados pelas “manobras do Instituto”, mas preferem se manter
no anonimato por medo de retaliações, inclusive de dentro da própria
instituição à qual pertencem. A Coluna Olavo Dutra está aberta
a esclarecimentos dos interessados.
Papo Reto
· Notícia bacana para os
aposentados da Polícia Civil do Pará: auditoria do TCE correspondente ao
exercício 2023 da aplicação dos fundos de investimentos do Igeprev concluiu
pela “ausência de elementos que apontem gestão temerária das aplicações”.
· Como aposentado sofre no Pará, Jesus, Maria, José...
· Chegou aos ouvidos do
governador Helder Barbalho informação dando conta da visita de cortesia do
professor Gilmar Pereira (foto) ao prefeito de Belém, Edmilson
Rodrigues.
· Eleito em consulta à
comunidade acadêmica da UFPA, Gilmar Pereira encabeça a lista tríplice enviada
pelo Consun para escolha do presidente Lula.
· Gilmar e Edmilson são velhos
amigos, mas a informação levada ao governador foi cheia de veneno. Diz que o
professor teria oferecido os serviços da UFPA para a COP30.
· Nessa barreira, como se sabe,
estancam interesses tanto do Estado quanto da prefeitura: o prefeito tem as
chaves da cidade, mas quem arruma a sala é o governador.
· De tão inconformado, o povo
de Bragança não faz outra pergunta nas esquinas, nas praças, e nos mercados: o
que explica a extinção da oposição na política partidária na cidade?
· Bragança, como se sabe,
sempre foi uma cidade marcada no passado por fortes embates entre grupos
partidários relevantes.
· O fenômeno é impressionante a
partir da Câmara de Vereadores, por exemplo, onde, dos 17 parlamentares, 17
governistas.
·Por essas e outras os
candidatos Abstenção, Voto Nulo e Voto em Branco poderão ser muito bem votados
no município.
· Com o
tema "Paz no trânsito começa por você", o Detran lança dia 10 a
campanha o “Maio Amarelo”, movimento nacional que visa chamar a atenção da
sociedade sobre os riscos de comportamentos imprudentes no trânsito, que tem
gerado milhares de vítimas pelo mundo.
· Os juros do cartão de crédito
atingiram 421,3% ao ano em março.
· A taxa média de juros no
crédito com recursos livres às pessoas físicas ficou em 53,4% ao ano,
incremento de 0,8 ponto percentual no mês e redução de 5,2 pp em 12 meses, diz
o Banco Central.
· Pela primeira vez, cientistas
observam orangotango cuidar de ferida recente espremendo sobre ela o suco de
uma planta medicinal.