MP suspende comércio de ativos ambientais em Marituba por falta de "capacidade" da empresa

Vistoria constata que empresa opera em uma sala da Secretaria de Meio Ambiente com um único funcionário contratado.

26/08/2025, 12:00
MP suspende comércio de ativos ambientais em Marituba por falta de
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5ª Promotoria de Justiça de Marituba suspendeu as atividades da Companhia de Ativos Ambientais e Participações do Pará S/A, Caapp, no município, por falta de capacidade técnica e de devida estrutura de funcionamento. O documento, assinado pela promotora Eliane Moreira, especialista na área ambiental, também oferece instrução ao inquérito civil instaurado para apurar a atuação da empresa e assegurar a adequada gestão dos ativos ambientais por ela realizada.

Escritório da empresa, que funciona na Secretaria de Meio Ambiente do Estado, denuncia a falta de capacidade para operar com ativos ambientais/Fotos: Divulgação.
 

A medida também é uma resposta à desobediência da empresa frente à Recomendação n.º 04/2025-MP/5ªPJM, que orientou a suspensão de quaisquer “tratativas negociais envolvendo ativos ambientais até que sua gestão administrativa, financeira e operacional seja efetivamente concluída”.

Durante a vistoria, o MP constatou que não existe uma estrutura física e de recursos humanos compatível com a complexidade das competências atribuídas à empresa. O órgão funciona numa sala de 12 m² no 2º andar da Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Semas, com um único funcionário contratado.

Cinco empresas no rol

Ainda assim, a companhia mantinha em Marituba, de acordo com os dados do inquérito civil, negociações em andamento com pelo menos cinco empresas:  Elo, Equinor, Ambipar Carbon Credits, Systemica e a suíça Mercuria, todas citadas nas atas do Conselho de Administração.

Em uma outra recomendação - a de número 05/2025 - o Ministério Público já havia orientado sobre a anulação do Acordo de Cooperação Técnica com a empresa BRCarbon Serviços Ambientais Ltda., desenvolvedora de projetos de carbono e agente de mercado com imediato interesse nas atividades da companhia.

A recomendação aponta a incompatibilidade do objeto do acordo com as funções da Caapp, tendo em vista o claro conflito de interesses no recebimento de bolsas de estudo para seus gestores e a “realização de revisão técnica independente, pela BRCarbon, do Projeto Jurisdicional da Iniciativa Estadual de Transparência e Ações Ambientais (Ieta), conduzido pela Caapp”.

Dada a complexidade das competências atribuídas à empresa, a 5ª Promotoria de Justiça de Marituba tem cobrado a efetiva implementação da companhia, de acordo com as normas das Sociedades Anônimas e da Lei das Estatais. “Enquanto esta estrutura não estiver consolidada, as tratativas negociais com outras empresas devem ser suspensas”, afirma o documento.

Fique por dentro

A Companhia de Ativos Ambientais e Participações do Pará S/A possui como principal motor de criação a execução de ações voltadas à comercialização de ativos ambientais, pagamentos por serviços ambientais de programas públicos e privados; e é a responsável pela realização e execução de atividades de repartição de benefícios com povos indígenas e comunidades tradicionais, de programas públicos e privados; gestão e captação de recursos financeiros e investimentos nos programas de REDD+ em áreas próprias do Estado do Pará e/ou de terceiros.

Além disso, atua na captação de investimentos e desenvolvimento de instrumentos econômicos relacionados. Desta feita, realiza a inclusão de ativos ambientais paraenses no mercado financeiro, com o objetivo de “comercialização de bens”, no caso ativos ambientais, nos termos do art. 1º da Lei 13.303/2016.

Papo Reto

Ex-presidente da OAB do Pará e integrante da lista do quinto constitucional, cujos escolhidos serão definidos amanhã pelo Tribunal de Justiça do Pará, Jarbas Vasconcelos (foto), dizem, aparece em alta na bolsa de apostas para ocupar a vaga.

•Jarbas não é, como se sabe, o candidato mais “palatável” nessa corrida, mas tem brilho próprio, por assim dizer, dada sua experiência profissional e, principalmente, pela independência.

Hoje, o trajeto rodoviário de Outeiro e Belém, a partir de Icoaraci, nunca é de menos de 80 a 90 minutos em horário crítico, e de 60 a 70 minutos em horários tranquilos.

•Pela nova ponte, considerando um esquema "perfeito" montado dentro de Icoaraci para dar fluidez - e desde que a prefeitura consiga obrigar os ônibus a usarem os recuos para pegar e deixar passageiros -, bastariam 40 minutos.

Nas condições atuais e mesmo através da nova ponte, o tempo de viagem ficaria na casa dos 60 minutos, no mínimo. Palavra de quem conhece, mas não aparece. 

•As novas linhas de crédito para a indústria podem chegar a R$ 12 bilhões, com taxas de juros entre 7,5% e 8%, mais o spread, que é a diferença entre a taxa de juros do financiamento e a taxa que o banco paga para captar o dinheiro.

•O Senado deve votar ainda hoje projeto que muda a Lei da Ficha Limpa, unificando em oito anos o prazo de inelegibilidade para políticos impedidos de se candidatar.

•Mais duas marcas de suplementos alimentares, a Gold Labs e a Nutrivitalle, estão proibidas de comercialização, distribuição, fabricação, importação e propaganda pela Anvisa.

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