o palco que está sendo construído para flutuar sobre o rio Guamá no show da cantora Mariah Carey, idealizado em formato de vitória-régia, dia 17 de setembro, em Belém, apenas o tablado pesa 90 toneladas, mas a produção exigiu 135 toneladas de ferro na construção. A estrutura, construída em São Paulo, a mais de 2, 8 mil quilômetros, já está em Belém, onde passa por ajustes finais para a montagem, em local ainda não revelado.

A cenografia do espetáculo “Amazônia Hoje e Sempre”, que integra a programação da Conferência do Clima da ONU, prevista para novembro, vai usar 13,2 toneladas de aço, distribuídas em 10 toneladas na “folha” do palco, 1,2 tonelada no núcleo e outras duas toneladas compondo o aparato técnico. 

Os custos não revelados do show são inteiramente bancados pela iniciativa privada, onde se alinham, por exemplo, a mineradora Vale e o Grupo Gerdau, entre outros. Estima-se algo em torno de R$ 30 milhões para a construção da estrutura e cerca de R$ 1 milhão de cachê apenas para a cantora.

Representantes da mineradora Vale estiveram presentes na apresentação do evento, ano passado, ao lado do governador Helder Barbalho e da embaixadora do Amazônia Hoje e Sempre, Gaby Amarantos. O show terá poucos convidados, a maioria deles especiais, uma vez que terá transmissão nacional, através da TV Globo.

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Afinal, quem paga a conta do show de milhões da cantora Mariah Carey no embalo da COP em Belém?

As ferragens do clima

Para deslocar e posicionar a imponente estrutura flutuante sobre as águas do rio Guamá será necessária uma balsa com capacidade de 80 toneladas. Conforme informações dos organizadores do show milionário, todas as licenças ambientais foram obtidas. Depois do espetáculo, a estrutura metálica será reaproveitada. 

Sob a estrutura gigantesca com visão para o público serão instalados o backstage e o camarim, permitindo aos artistas acessar o palco com duas opções: uma escada, que fica na lateral, e um elevador, no centro da vitória-régia. A parte da frente do palco terá pétalas mais baixas; as de trás, mais altas.

Mariah e santos de casa

A estrutura vem sendo montada há meses. Em imagens mostradas pela TV Globo, meses atrás, via-se o palco em formato de vitória-régia, feito de aço e madeira naval, tomando forma como resultado de um trabalho executado em uma fábrica localizada em Caieiras, na Grande São Paulo, envolvendo operadores, técnicos, artistas, engenheiros e arquitetos. A mão de obra paraense, que tem expertise de sobra nesse tipo de estrutura, mais uma vez passou batida - mas, vida que segue.

A ideia é que, ao ser concluída, depois dos ajustes finais, nos próximos 15 dias, a estrutura em forma de planta aquática terá 25 metros de diâmetro e 88 toneladas. A obra é assinada por Roberto Medina, criador do Rock in Rio e The Town, para flutuar sobre o rio Guamá sob o peso de uma das cantoras mais badaladas do mundo: Mariah Carey é americana, com ascendência venezuelana. Além dela, as cantoras paraenses Dona Onete, Joelma, Gaby Amarantos e Zaynara fazem parte do espetáculo. 

A coluna entrou em contato ontem com pedido de informações ao Rock World, responsável pelos festivais The Town e Rock in Rio, mas ainda não obteve retorno. Sabe-se de antemão, porém, que os organizadores não costumam falar sobre valores de patrocínio.

A festa não para

Além de show no Mangueirão, no dia 20 de setembro, com Ivete Sangalo e os paraenses Viviane Batidão e Félix Robbato, o Amazônia Live Hoje e Sempre contará com o especial de TV, transmitido diretamente do rio Guamá pela Globo, com a apresentação de Mariah Carey. 

O projeto também contempla um edital no valor de R$ 2 milhões, que já beneficia seis iniciativas na Região Metropolitana de Belém focadas no desenvolvimento de ações envolvendo a promoção dos direitos das mulheres, geração de renda, conservação da natureza, turismo de base comunitária, agroecologia, reciclagem e valorização da cultura tradicional.

Papo Reto

•Apenas 18 de 198 delegações garantiram, até agora, suas acomodações para a COP, em Belém, e 90% delas reclamam que os preços de hospedagem continuam muito caros.

•É o que mostram dois documentos da UNFCCC, o braço climático da ONU, obtidos pela “Folha”: uma carta enviada pelo secretário-executivo do órgão, Simon Stiell, ao Brasil, na última quinta-feira, 21, e uma pesquisa feita com seus integrantes.

•Mais cedo, o secretário-executivo da COP30, Valter Correia (foto), afirmou que 47 países informaram ao governo Lula que tinham reservas garantidas em Belém.

•Os hotéis de Belém se recusaram a prestar explicações ao governo Lula sobre os valores praticados para o evento. Eles também se recusaram a assinar um acordo para controlar o aumento nas diárias cobradas.

•O secretário-executivo justifica a importância dessa medida justamente citando que o auxílio diário dado pela ONU a estes países, e que deve cobrir tanto acomodação como alimentação e transporte, é de US$ 144 (R$ 781) na cidade de Belém.

•Este valor, porém, é considerado baixo e vem sendo criticado por alguns países africanos e em desenvolvimento, segundo pessoas que acompanham os debates, que pleiteiam um reajuste nesta ajuda.

•Segundo o secretário-extraordinário, Valter Correia, a ONU vem afirmando que mudar esse procedimento exige uma série de trâmites burocráticos, o que não seria viável no momento. 

•Mais uma da série "se a inveja matasse": o Paraná reduziu 45% da alíquota e passa a ter o menor IPVA do País. Ano que vem, a alíquota cairá de 3,5% para 1,9% sobre o valor venal do veículo.

• Para quem não sabe, hoje, os Estados com menores taxas de IPVA são Acre, Espírito Santo, Santa Catarina e Tocantins, com alíquotas de 2%.