concurso público para o preenchimento de 60 vagas para a Guarda Civil Municipal, promovido pela Prefeitura de Marituba, na Região Metropolitana de Belém, corre o risco de ser anulado por conta de supostos indícios de fraudes.
No dia da prova, em julho passado, denúncias chegaram à Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe), da Polícia Civil do Pará, que fez buscas e abordagens em locais das provas em Belém e Marituba e acabou prendendo cinco pessoas. Na Câmara de Marituba, uma CPI poderá ser aberta para apurar responsabilidades.
O concurso foi lançado pela Prefeitura de Marituba em 24 de abril deste ano, sob a organização do Centro de Extensão, Treinamento e Aperfeiçoamento Profissional, o Cetap, com sede em Belém. A remuneração prevista é de R$ 1,5 mil, podendo chegar a R$ 3 mil. Segundo o edital, o resultado deveria ser divulgado no dia 13 deste mês, mas, nesse dia, a Cetap publicou o seguinte comunicado: “O resultado preliminar da avaliação de Conhecimentos fica suspenso e o resultado definitivo será divulgado em data oportuna”. Uma semana depois, nada mais se comenta sobre o assunto.
Quadrilha nacional
O que os policiais da Dioe apuraram e que deu sustentação ao inquérito já aberto é que se trata de uma quadrilha que atua em concursos em nível nacional. Com as cinco pessoas presas foram encontrados minicelulares, com os quais o grupo passava as questões das provas aos professores, que as resolviam e mandavam o gabarito de volta.
A Polícia informou que essa é a segunda tentativa desse grupo em fraudar concursos no Pará, sendo que a primeira foi em um certame do Banpará, este ano. Também foi informado que os contratantes da quadrilha pagaram R$ 2 mil antes da prova e, caso fossem aprovados, pagariam mais de R$ 20 mil. Os presos vão responder por crimes como fraude e associação criminosa.
Indício de fraudes
Segundo informações divulgadas em redes sociais, o concurso apresentou irregularidades na aprovação de pelo menos 13 candidatos, entre eles quatro irmãos de sobrenome Martins e Marques. Os 13 obtiveram a mesma pontuação e acertos, em sequência, na prova objetiva de Conhecimentos.
Os candidatos suspeitos de fraude tiveram os mesmos 45 acertos e cinco erros na prova de 50 questões: 4 acertos em Língua Portuguesa; 5 em Raciocínio Lógico; 5 em Informática; 15 em Legislação e 16 em Conhecimentos Específicos. O que mais chama atenção é que somente esses 13 concorrentes obtiveram essa combinação específica de acertos e erros.
Também há indícios de que guardas municipais temporários, que já atuam em Marituba, estão entre as primeiras 84 colocações, incluindo o subcomandante da corporação e a mulher dele. Ainda segundo as denúncias, as 60 vagas previstas no edital já estariam previamente direcionadas a pessoas ligadas à corporação.
Muitos comentários nas postagens nas redes sociais dão conta de que os concurseiros estão desacreditando do certame. “Tinha que ser feito outro concurso, até porque os 20 primeiros lugares eram só de parentes entre si, e detalhe: com as mesmas pontuações. É muito complicado isso”, apontou um concorrente.
Câmara planeja apurar
O vereador Júnior Amaral, do MDB, que atua de forma independente na Câmara de Marituba - sem ligação com a prefeita Patrícia Alencar, do mesmo partido -, atuando ativamente na questão das suspeitas de fraudes no concurso. Ele concorda e espera que o concurso seja suspenso.
“Um fato que é inegável é que a banca promotora do concurso decidiu suspender o resultado preliminar e até momento não deu uma data para a nova divulgação. Como a banca suspendeu o resultado, alguma coisa está errada”, destaca.
O vereador tem mantido contatos frequentes com a Dioe, que está com as investigações e inquérito bem avançados. Júnior Amaral, que está em seu terceiro mandato na Câmara de Marituba, pretende propor a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar as denúncias de fraudes e as responsabilidades legais que cercam o concurso.
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