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Abaetetuba inaugura Centro Integrado de Educação e Tecnologia

Espaço promete robótica, drones e até bolsa para visita à NASA – tudo em plena Amazônia

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  • 14/09/2025, 21:00
Abaetetuba inaugura Centro Integrado de Educação e Tecnologia

Belém, PA - Abaetetuba, conhecida pelas ilhas e pelo açaí batido na hora, resolveu mirar longe: quer virar referência mundial em educação tecnológica. Para isso, será inaugurado o Centro Integrado de Educação e Tecnologia (CIET), um complexo de 5 mil metros quadrados que une ensino básico, formação técnica e experimentação high-tech, no melhor estilo “Silicon Island”.


O prédio, localizado na rua Magno de Araújo, 2015, abriga 36 salas de aula distribuídas em quatro andares, além de bosque, área ecológica, auditório, capela, estacionamento, quadra poliesportiva coberta e até um “ombudsman” acadêmico – porque, afinal, até robôs precisam de quem registre suas queixas.


Da robótica ao balé - um cardápio variado


Comandado pela executiva em educação Carla Bastos, o CIET promete misturar códigos binários com pliés e katas: robótica, drones, impressoras 3D e cortadoras a laser convivem com aulas de balé, artes marciais, música e cursos profissionalizantes.


A estrela do projeto é Keila Cattete, mestranda em engenharia pelo IFPA-Belém, primeira campeã brasileira de robótica educacional na Amazônia e criadora do primeiro torneio de drones do Brasil. Recrutada pelo empresário José Miguel Rocha, ela trocará a capital pela “cidade da tecnologia”, levando família, know-how e ambição de transformar Abaetetuba em vitrine global.


“Queremos falar de robótica educacional a partir da Amazônia, mostrando que inovação e floresta podem caminhar juntas”, afirma Keila, enquanto apresenta um EV3 da LEGO – um dos equipamentos que os alunos terão à disposição.


Ferramentas de ponta e promessa de voo alto


Os estudantes do 6º ano do fundamental II ao ensino médio receberão, em regime de comodato, um Chromebook. As aulas usarão o sistema Geekie One, um dos mais bem avaliados do país, e a plataforma Nave à Vela, que credencia alunos para competições regionais e nacionais.


Os dez melhores terão um prêmio inusitado: uma visita de dez dias à NASA. Sim, direto da beira do rio Maratauíra para o quintal dos foguetes americanos - um salto interplanetário na escala de oportunidades educacionais.


Além da tecnologia, o CIET se preocupa em manter um diálogo com o ambiente: há uma área verde de 25 metros quadrados (ok, ainda modesta, mas simbólica), onde alunos poderão lembrar que a Amazônia está logo ali. A escola também prevê espaços de convivência, refeitório e salas para professores e administração.


O centro nasce com a promessa de oferecer material didático exclusivo, mestres graduados e um olhar inovador sobre o aprendizado – como se a cidade dissesse: “não queremos só gerar estatísticas sobre déficit educacional, queremos virar manchete pelo que criamos”.


Entre o açaí e os circuitos


A inauguração do CIET é vista como um marco para Abaetetuba, município mais acostumado às manchetes sobre economia pesqueira ou desafios sociais. A expectativa é que a nova estrutura seja um motor de desenvolvimento local, abrindo portas para carreiras ligadas à tecnologia, sem perder o vínculo com a cultura amazônica.


Se der certo, o CIET pode colocar o Pará no mapa dos grandes centros educacionais inovadores do país - e mostrar que, entre um copo de açaí e outro, também cabe um código de programação, um drone sobrevoando o rio e, quem sabe, um foguete rumo ao espaço.


Foto: Agência Pará

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.