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Meio Ambiente

Aeronave britânica vai realizar voos na Amazônia para estudar o clima global

Pesquisadores pretendem apresentar dados colhidos na atmosfera local durante painéis na COP 30, em Belém

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  • 29/09/2025, 17:50
Aeronave britânica vai realizar voos na Amazônia para estudar o clima global

Santarém, PA - Uma aeronave "Twin Otter" do British Antarctic Survey (BAS) iniciou seus primeiros voos na Amazônia, em uma missão que busca coletar dados cruciais sobre o clima do planeta. O primeiro voo decolou na manhã desta sexta-feira, 26, de um hangar particular localizado no aeroporto Internacional Wilson Fonseca, em Santarém (PA). A iniciativa faz parte do Projeto CarbonARA-Brazil, uma pesquisa internacional que foca no monitoramento do ciclo do carbono na região do Baixo Tapajós.


De acordo com o pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e coordenador da parte aérea do CarbonARA, Dirceu Luiz Herdies, a aeronave irá efetuar cerca de 55 horas de voo, divididas em 15 etapas de 4 horas. Os voos ocorrerão entre setembro e outubro de 2025, sobrevoando a Floresta Nacional do Tapajós e a Fazenda Experimental da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa).


O avião, ideal para missões remotas, é equipado com instrumentos que medem concentrações de gases de efeito estufa, como CO² e metano, e aerossóis, como fuligem, poeira e fumaça oriundas de incêndios. “Queremos entender melhor como funciona a Amazônia, a interação que ela tem com o globo como um todo”. Ele afirmou ainda que os dados coletados nessa campanha devem ser apresentados na COP 30 que será realizada em Belém, em novembro.  


Representantes do projeto destacam a importância dessas medições. Ao sobrevoar áreas de interesse, a aeronave coleta dados atmosféricos em tempo real, que serão comparados com as informações dos satélites da Agência Espacial Europeia (ESA). A comparação permite verificar a precisão das medições orbitais e aprimorar os modelos climáticos, informou o controlador de operações da aeronave Daniel Beedon.


A Ufopa é a única instituição amazônica no consórcio do projeto, que é coordenado pelo King’s College London. A universidade é responsável por coordenar as atividades locais, reforçando a relevância da pesquisa científica conduzida na região. O projeto, que também utiliza torres, sensores e drones, integra esforços para entender o papel da Amazônia no balanço climático global, especialmente no que se refere aos impactos das queimadas. Os representantes do projeto também destacaram o papel crucial da Ufopa para a viabilização do projeto que é localmente coordenado pelo pesquisador Júlio Tota, professor do curso de Ciências Atmosféricas da Ufopa.


Sobre o BAS


O British Antarctic Survey (BAS) é o centro nacional de pesquisa polar do Reino Unido, responsável por conduzir a ciência em regiões polares e manter a presença ativa do país na Antártica. Parte do Natural Environment Research Council (NERC), o BAS opera cinco estações de pesquisa, navios e aeronaves, realizando pesquisas sobre o clima, a camada de ozônio e a vida selvagem polar para gerar conhecimento global sobre o planeta.

Após a campanha em Santarém, a aeronave seguirá para a Antártida, sua base de operações para pesquisas polares.


Por que esse projeto é importante para a Ufopa? A participação da Ufopa nesse projeto reforça seu papel como um centro de excelência em pesquisa na Amazônia. A universidade contribui com conhecimento local para uma iniciativa de alcance global, utilizando equipamentos e tecnologias de ponta. Essa colaboração não só aprimora nosso entendimento sobre o ecossistema amazônico, mas também fortalece a posição da Ufopa no cenário da pesquisa climática mundial.


Foto: Divulgação

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Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.