Governador do Pará e presidente dos EUA trocam farpas nas redes sociais às vésperas da COP30, embalados pela polêmica da avenida Liberdade.
s vésperas da COP30, o Pará virou palco de uma disputa que atravessou oceanos. Donald Trump, de novo presidente dos Estados Unidos e veterano na arte de transformar meio ambiente em arma política, resolveu mirar a Amazônia. Em seu perfil na rede X, disparou:
- Devastaram a floresta do Brasil para construir uma rodovia de quatro pistas para ambientalistas. Virou um grande escândalo!


Referia-se à avenida Liberdade, a nova via expressa de Belém, ainda em obras, que corta áreas de mata entre a capital e Marituba. O projeto, apresentado pelo governo estadual como vitrine de “mobilidade sustentável”, acabou promovendo o que nenhum assessor imaginava: um embate direto entre o governador Helder Barbalho e o homem mais poderoso do planeta.
A resposta veio na mesma moeda digital, com ironia e estratégia calculada. “Em vez de falar de estradas, o presidente Donald Trump deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas”, escreveu Helder, destacando que o Pará lidera a redução do desmatamento na Amazônia e convidando o republicano para “um tacacá” em Belém.
- É melhor agir do que postar” - encerrou.
O post viralizou, dividiu diplomatas e animou os bastidores da conferência que começa hoje. Para uns, Helder acertou o tom - deu a resposta com humor e projetou o Pará no mapa global. Para outros, a réplica soou como provocação gratuita a um país que já anunciou que não enviará representantes de alto escalão à COP30.
Por trás da troca de farpas, o que se desenha é um duelo simbólico. Trump, que retirou novamente os Estados Unidos do Acordo de Paris e desmontou políticas de energia limpa, tenta reafirmar seu papel de cético do clima, mirando o discurso interno da indústria fóssil. Já Helder, que recebe 60 mil delegados e chefes de Estado, busca consolidar sua imagem de “líder verde tropical” - um contraponto político que o projeta para além das fronteiras do Pará.
A avenida Liberdade, que Trump usou como munição, é uma obra de 14 quilômetros entre Belém e Marituba. O governo paraense garante que segue o traçado de um linhão elétrico, com impacto ambiental reduzido. Críticos, porém, apontam que o empreendimento serve mais à visibilidade de Helder do que à mobilidade da região - e que o discurso verde do governo acaba asfaltado na prática.
O episódio expõe também o vácuo diplomático deixado pela ausência dos EUA na conferência. Desde o retorno de Trump à Casa Branca, Washington recuou de todos os compromissos multilaterais sobre o clima. Nenhum representante de peso norte-americano estará em Belém, o que deve reduzir a influência norte-americana nas negociações e abrir espaço para China e União Europeia se apresentarem como as novas “lideranças verdes” do planeta.
Enquanto isso, o governador do Pará, entre selfies e compromissos protocolares, surfa a onda. A provocação de Trump lhe deu visibilidade global antes mesmo da abertura da conferência - e, convenhamos, um inimigo de peso sempre ajuda na narrativa.
No fim, ninguém muda de posição: Trump continua apostando na fumaça, Helder posa na foto da floresta e a COP começa com seu primeiro embate internacional travado à distância, entre um tweet e a eterna disputa por protagonismo.

•Na COP30, até banheiro é desafio climático. Jornalistas brasileiros e estrangeiros reclamam que os sanitários do Parque da Cidade, nas zonas blue e green, vivem sem água.
•Mais sorte teve o príncipe William (foto): na sexta, um “príncipe apertado” furou a fila para se aliviar. Em Belém, nem o trono é sustentável.
•Enquanto o planeta discute o fim dos combustíveis fósseis, o trânsito em Belém arde a diesel.
•Vans oficiais, carros de escolta e SUVs diplomáticos formam filas quilométricas na frente dos pavilhões. A COP promete zerar o carbono, mas começa emitindo em marcha lenta.
•Na praça de alimentação, o prato mais procurado é o açaí com peixe frito. Delegados estrangeiros chamam de superfood, os locais chamam de almoço mesmo.
•A diferença é que, aqui, sustentabilidade vem no copo de plástico.
•Quem pensava que drones teriam vida fácil na COP30 errou - que o digam a Polícia Federal e o Centro Integrado de Controle de Aeronaves Remotamente Pilotadas e Contramedidas.
•Desde o início das operações, o sistema de monitoramento identificou cerca de 400 Arps não autorizados e mitigou 31 tentativas de sobrevoo irregular em áreas de interesse estratégico.
•A Justiça determinou a penhora dos direitos de dois apartamentos pertencentes ao espólio do ex-jogador Pelé devido às dívidas do condomínio acumuladas desde o ano do falecimento do jogador, em dezembro de 2022.
•O juiz também nomeou Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, filho de Pelé, como representante do espólio. O advogado do ex-goleiro não se pronunciou sobre o caso. Os imóveis estão em Santos, no litoral paulista, e o valor da dívida não foi divulgado.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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