Belém, PA - A equipe Selvatech, da Escola de Ensino Técnico do Pará, Eetepa, Tancredo Neves, de Ananindeua, foi a grande campeã do I Desafio Amazônico de Robótica, realizado durante o final de semana na Usina da Paz da Cabanagem, em Belém. Além de sair bem nas disputas entre robôs autônomos, a equipe também se destacou no projeto inovação, onde apresentou um filtro de baixo custo para reaproveitar a água da chuva para consumo humano. As notas finais foram formadas pela somatória desses dois quesitos.

O segundo lugar ficou com a equipe a Parabots, da Eetepa Professor Francisco das Chagas Ribeiro Azevedo, conhecida como Cacau, de Icoaraci, distrito de Belém. Dentro do projeto inovação, a equipe apresentou técnicas de reutilização de matéria orgânica para transformá-la em biocombustível, criando um biodigestor para uso das comunidades rurais.

Em terceiro, ficou a equipe Nexus, também da Eetepa Tancredo Neves, que apresentou como elemento do projeto inovação técnicas de reaproveitamento de material de garrafas pet para criação de instrumentos musicais com o uso de uma impressora 3D. Parte das garrafas utilizadas para confecção do material foi retirada de rios do entorno de Belém, potencializando ainda mais a prática sustentável apresentada pela equipe.

Reconhecimento

Todos os integrantes da equipe campeã ganharam como prêmio um Notbook, cada um. Os estudantes que ficaram em segundos e terceiros colocados foram premiados com Smartphones. A competição foi uma iniciativa do Governo do Estado por meio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica, a Sectet, e contou com apoio da Fundação Guamá e da Universidade Federal do Pará, UFPA.

“Valorizar a robótica nas escolas é investir em pensamento crítico, resolução de problemas e, principalmente, em soluções sustentáveis para o meio ambiente. Este desafio mostrou que nossos jovens estão prontos para pensar a Amazônia com inteligência e compromisso com o futuro”, afirmou o titular da Sectet, Victor Dias.

Roann Almeida, estudante do curso técnico de informática e integrante da equipe Selvatech, falou com entusiasmo sobre a vitória. “Foi uma jornada intensa. A gente se dedicou muito ao projeto e ver tudo isso sendo reconhecido é uma alegria imensa. Nosso filtro de água da chuva é simples, mas pode mudar vidas. Isso mostra que a tecnologia pode ser acessível e útil. Estamos muito felizes e queremos dedicar essa vitória ao nosso professor Jean Vasconcelos por todo apoio e dedicação.”

Alegria e integração

A manhã de competição entre as equipes também foi marcada por muita animação, experiências científicas, distribuição de brindes e atividades educativas. “É um projeto que tem tudo para contar com novas edições porque vimos a importância que possui esse tipo de evento para a nossa comunidade. Vimos a integração entre alunos da Ilha do Marajó com estudantes da periferia de Belém. E isso é fundamental não somente para a competição em si, mas também para o futuro desses alunos”, pontuou o coordenador de juízes do torneio, Márcio Kenedy.

Entre os muitos visitantes que prestigiaram o evento estava Dona Beatriz Machado, de 91 anos, que fez questão de acompanhar a participação da bisneta na competição. Encantada com o que viu, comentou: “Nunca imaginei ver algo assim. Robôs? Na minha época isso era coisa de cinema. Estou encantada com tudo o que vi. Que coisa linda ver os jovens pensando e criando para o bem da natureza.”

A competição reuniu dez finalistas entre 65 escolas de diferentes cidades paraenses que participaram do Desafio. Além das equipes vencedoras, a competição também contou com a participação das equipes Veneza Bot, Dogo Warriors, Robô das Águas, Alpha Mecatrônicos, SIP Robotics, Icuí Tecnológico e Carimbótics. Todas com excelentes apresentações durante do torneio.

Foto: Divulgação