Ministério Público afirma que versão oficial de confronto armado teria sido forjada para justificar a morte de um traficante
Belém, PA - Na manhã de 3 de abril de deste ano, uma equipe da Divisão de Repressão a Furtos e Roubos (DRFR) da Polícia Civil do Pará executou uma operação em um sítio na rua Village, em Marituba, Região Metropolitana de Belém. O alvo era Claudiney de Oliveira Mattos, investigado por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital - PCC. O desfecho foi fatal: Claudiney morreu após levar dois disparos de fuzil calibre 5,56 mm, um deles à queima-roupa.
O que dizem os laudos
O tiro de curta distância evidenciou execução, e não confronto. O corpo foi retirado do local e levado em viatura particular à UPA de Marituba, impossibilitando perícia imediata.
A denúncia foi levada ao Ministério Público do Pará baseada nos seguintes fatos: “Em 3 de abril de 2025, em Marituba, policiais civis realizaram operação em um sítio; a vítima Claudiney de Oliveira Mattos foi executada com dois disparos de fuzil, um deles à curta distância - e um detalhe: a versão oficial de confronto armado teria sido forjada para justificar a morte.”
Os documentos apontam que o delegado Diego Pinheiro Catunda teria comandado a operação, deixado de preservar o local, colhido depoimentos superficiais, elaborado versão falsa e requisitado perícia incorreta - sem cadáver.
O investigador Sérgio Alves de Souza é apontado como autor dos disparos fatais com fuzil calibre 5,56 mm, de uso restrito. Os investigadores Carlos Waldecyr Santos de Souza, Edilson Melo das Chagas, o “Gavião”, Moacir Barreiros Alves e Ulisses Santos Pará Filho são acusados de ingressar no imóvel e concorrer para a execução, ao participarem da retirada e transporte da droga e da falsificação da versão oficial.
As principais acusações penais encontradas no inquérito aberto para apurar o caso são homicídio qualificado - agravado por motivo torpe, impossibilidade de defesa, e emprego de arma de fogo de uso restrito -, tráfico de drogas, fraude processual e abuso de autoridade.
Provas apresentadas
Laudos periciais de local de crime e drogas e documentos da unidade de saúde de Marituba confirmaram que a vítima chegou ao local sem vida. O inquérito também possui em anexo e-mails anônimos recebidos por integrantes do governo do Estado denunciando o desvio de drogas - avaliadas em 32 milhões de dólares - e trazendo ameaças de morte a autoridades. Também há o compartilhamento de inquéritos conexos, incluindo investigações de ameaças e sumiço de entorpecentes.
No último dia 15, o juiz Wagner Soares da Costa, da Vara Criminal de Marituba, decidiu acolher a denúncia do Ministério Público. A partir das provas apresentadas, a decisão é de que o homicídio qualificado, do qual são acusados os policiais, seja julgado pelo Tribunal do Júri. Os demais delitos - tráfico e fraude - seguem a regra da vis attractiva do júri. A decisão também garante a ampla defesa aos acusados, como determina o rito processual.
Foto: Arquivo Agência Pará
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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