Território "pacificada" do povo Parakanã volta ao centro do conflito com ataque armado, boi ilegal e cobrança por transparência.
Informações iniciais davam conta da morte de um fiscal do Ibama; vaqueiro ajudava no trabalho de identificação das áreas retomadas por invasores/Fotos: Divulgação.
operação federal de apreensão de gado mantido ilegalmente na Terra Indígena Apyterewa, em São Félix do Xingu, terminou em morte nesta segunda-feira, (15. O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) confirmou que um vaqueiro contratado para prestar apoio às equipes foi morto após ser atingido por disparos de arma de fogo durante uma emboscada.
O ataque ocorreu durante o cumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), no âmbito da ADPF nº 709, que determinou a retirada de invasores não indígenas e de animais criados ilegalmente no território tradicional do povo Parakanã.
Segundo informações confirmadas em boletim oficial do Ibama, o vaqueiro participava da retirada de animais quando se afastou do grupo principal para reunir gado solto em uma área conhecida como Linha 10, na estrada do “Capacete”. Nesse momento, foi surpreendido por uma emboscada e atingido por um disparo à queima-roupa no pescoço.
Equipes de apoio prestaram os primeiros socorros ainda no local. A vítima foi removida de helicóptero até o Hospital Municipal de São Félix do Xingu, mas não resistiu aos ferimentos. O corpo foi posteriormente resgatado por via aérea para a base da operação.
Fontes que acompanham a ação informaram que não havia indígenas na área no momento do ataque, reforçando a linha de investigação de crime praticado por terceiros ligados à ocupação ilegal da terra.
Em nota oficial, o Ibama informou que suas equipes “foram alvo de um ataque durante o cumprimento de decisão judicial do STF” e que as autoridades competentes já adotaram as medidas para apuração do crime e identificação dos responsáveis.
A operação é realizada de forma integrada e envolve Ministério dos Povos Indígenas, Funai, Abin, Ibama, Força Nacional de Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e a Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará), do governo estadual.
O órgão ambiental lamentou a morte do colaborador, manifestou solidariedade à família e reafirmou o compromisso com a execução das decisões judiciais e a proteção das terras indígenas, repudiando qualquer forma de violência contra agentes públicos ou pessoas que atuam em apoio às ações do Estado.
A atual ofensiva concentra-se na retirada de cerca de 1,3 mil cabeças de gado, distribuídas em aproximadamente 45 pontos dentro da terra indígena, segundo estimativas do próprio Ibama. Trata-se, em grande parte, de animais remanescentes da desintrusão iniciada em 2023 ou reintroduzidos clandestinamente após a saída das forças federais.
Apyterewa é uma das áreas mais extensas e conflituosas da Amazônia. Por quatro anos consecutivos liderou o ranking nacional de desmatamento, com perda de floresta superior à área da cidade de Fortaleza, segundo o Imazon. Embora o governo federal tenha declarado simbolicamente concluída a desintrusão em março de 2024, com queda superior a 97% no desmatamento no primeiro semestre daquele ano, a fiscalização permanente sempre foi tratada como desafio crítico.
Como responsável pela custódia dos animais apreendidos, a Adepará volta ao centro das atenções. Após a desintrusão de 2023, a agência passou a ser alvo de questionamentos na Justiça Federal, a partir de denúncias formuladas por produtores rurais sobre suposto desvio de gado retirado da terra indígena - processo que ainda tramita.
Houve episódio semelhante envolvendo a agência na região do Chapadão, em Santarém, o que amplia a pressão por transparência nesta nova fase da operação.
Diante do agravamento do cenário, caberá à Adepará esclarecer, de forma detalhada, quantas reses foram apreendidas, onde estão, sob que regime de custódia e qual será a destinação final de cada animal. O Ministério Público acompanha. Os produtores também.
A morte do vaqueiro desmonta, na prática, a narrativa de pacificação definitiva da Apyterewa. Dois anos após a maior desintrusão já realizada no País, o território volta ao noticiário pelo mesmo motivo: boi ilegal, retorno clandestino, fiscalização intermitente - e agora, novamente, violência armada.
O ataque evidencia que, na Amazônia, decisão judicial sem presença permanente do Estado continua sendo promessa frágil. E que o conflito fundiário, mesmo quando oficialmente encerrado, permanece à espreita - pronto para explodir no primeiro disparo.

• O historiador paraense Michel Pinho (foto) revelou que Belém, nos Séculos 18 e 19, tinha a que era considerada a via mais bonita do mundo: a Rua das Mungubeiras, totalmente arborizada.
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Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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