Sorocaba, SP - A Justiça decretou a prisão preventiva de um pastor de 45 anos que estava preso temporariamente por suspeita de envolvimento na morte de uma mulher trans de 27 anos. O corpo de Luane Costa da Silva foi encontrado em um motel, em Santos, no litoral de São Paulo, na última quarta-feira, 23.
Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), o juiz que avaliou o caso em audiência de custódia entendeu que estavam presentes os requisitos para a prisão preventiva.
O pastor está recolhido em uma unidade carcerária destinada a presos investigados por crimes sexuais. A reportagem não havia conseguido contato com sua defesa até a publicação deste texto.
Em seu depoimento, ele negou o crime e disse que reagiu a uma tentativa de agressão, mas não causou a morte da vítima. O registro policial não indica de qual igreja ele seria pastor.
Imagens de câmeras do motel obtidas pela polícia mostram quando o homem chega de carro no motel levando Luane no banco do passageiro. Ele saiu sozinho meia hora depois e entregou a chave à recepcionista. A mulher trans foi encontrada morta no quarto. O pastor foi detido quando retornou para o motel para resgatar seu celular que havia ficado no quarto.
Em depoimento à Polícia Civil, ele disse que passava de carro pela avenida Senador Feijó, quando uma mulher se aproximou e ofereceu um programa sexual por R$ 100. Segundo o relato, só no motel ele percebeu que se tratava de uma mulher trans e recusou o programa, mas a mulher se ofendeu e o teria extorquido, pedindo que fizesse um Pix no dobro do valor. Ele disse que atendeu "por ser homem de família" e temer "um escândalo", pois, além de pastor, era casado e pai de três filhos.
Ainda segundo o homem, ela passou a exigir mais dinheiro e o teria ameaçado com uma arma de choque. Foi quando o pastor teria entrado em luta corporal, caindo sobre ela. Ao perceber que a mulher teria desmaiado, ele fugiu do local, levando a arma de choque, que teria jogado em um dos canais de Santos.
Familiares da vítima, que residia em Santo Antônio de Jesus, na Bahia, e tinha viajado recentemente para Santos com o marido, usaram as redes sociais para pedir justiça.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), o caso foi registrado como homicídio na Central de Polícia Judiciária de Santos. A Polícia Civil aguarda o laudo da necropsia feita no Instituto Médico Legal (IML) para concluir o inquérito, que será remetido à justiça.
Foto: Divulgação/PC
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