Brasília, 13 - A Justiça de São Paulo manteve os decretos de
prisão de Sidney Oliveira, dono da Ultrafarma, e do diretor da Fast Shop Mário
Otávio Gomes, na Operação Ícaro. O Estadão busca contato com as
defesas.
As prisões são temporárias, ou seja, têm prazo de cinco dias para acabar. Nesse
período, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) vai ouvir funcionários das
duas empresas. Os promotores justificaram que os executivos poderiam pressionar
ou intimidar seus subordinados se estivessem em liberdade na fase de
depoimentos.
A audiência de custódia é um procedimento padrão. Ela serve para o juiz avaliar
a legalidade do cumprimento do mandado de prisão. São analisados aspectos como o
tratamento dispensado ao preso. Os fundamentos que levaram ao mandado de prisão
não são reavaliados.
As sessões ocorreram no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, por juízes
designados para conduzir audiências de custódia.
A Operação Ícaro mira um suposto esquema de corrupção na Secretaria da Fazenda
e Planejamento do Estado. De acordo com a investigação, empresas varejistas
pagaram mais de R$ 1 bilhão em propinas a auditores fiscais em troca da
liberação de créditos tributários.
Além da Ultrafarma e da Fast Shop, outras gigantes do mercado do varejo são
investigadas.
Afora o risco de intimidação de funcionários, o Ministério Público de São Paulo
também justificou que os executivos deveriam ser presos porque estariam
operando o esquema nos dias atuais. A contemporaneidade é um dos requisitos
para a prisão no curso de uma investigação ou processo, quando ainda não há
condenação ou pena a ser cumprida.
Fonte: Estadão conteúdo
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