Vinte e cinco Organizações Não Governamentais (ONG) apelam aos governos de todo o mundo para intervirem e impedirem a deslocação forçada de palestinianos em Gaza perante a perspetiva de uma invasão terrestre em Rafah.
Na nota, sublinham que os 1,5 milhões de palestinianos que estão agora em Rafah, no extremo sul de Gaza, onde mais de metade da população se refugiou, não têm para onde ir, uma vez que há bombardeamentos contÃnuos no resto da faixa.
"Estamos horrorizados com a perspetiva de uma invasão terrestre em Rafah, o que seria absolutamente dramático", escrevem estas organizações, incluindo a Action Against Hunger, ActionAid, Amnistia Internacional, Handicap International, Doctors of the World ou War Child.
As ONG insistem que as deslocações forçadas, como a de Gaza, constituem "uma violação do direito humanitário internacional", sublinhando que as ordens israelitas para a "evacuação" de grandes áreas de Gaza levaram à saÃda de cerca de 85% da população daquele território.
Neste contexto, exigem que os governos de todo o mundo atuem para alcançar um cessar-fogo "imediato, permanente e incondicional" e que Israel cumpra as suas obrigações ao abrigo do direito internacional.
Acima de tudo, que evitem "qualquer iniciativa que possa contribuir para a deslocação forçada, permanente ou prolongado dos palestinianos" e que aqueles que já estão deslocados possam regressar em segurança no final da guerra.
Na segunda-feira, 26 dos 27 paÃses da União Europeia (UE) apelaram para uma "pausa humanitária imediata" na Faixa de Gaza, numa posição inédita do bloco comunitário, que a Hungria não aceitou.
Este pedido significa uma "paragem dos combates" para depois permitir um cessar-fogo duradouro, explicou o alto representante da União para os Negócios Estrangeiros e PolÃtica de Segurança, Josep Borrell, durante uma conferência de imprensa, no final de uma reunião de chefes da diplomacia da UE.
Esta é a primeira vez que uma ampla maioria na UE contempla a necessidade de um cessar-fogo em Gaza, uma vez que o consenso a que os lÃderes europeus conseguiram chegar desde o inÃcio da guerra, em outubro, se limitou a apelos a pausas e corredores humanitários.
Fonte: RTP notÃcia/ Lusa
Foto: Reprodução Aljazeera.com