Secretaria de Obras informa que projeto não foi cancelado; tempo conspira contra preparativos para a COP30.
odas as grandes obras programadas para Belém com vistas à COP30 continuam padecendo do mesmo problema: o gigante desafio de correr contra o tempo. Não é uma corrida fácil, considerando agora exatos 18 meses para a data da primeira COP na Amazônia. Também não é uma corrida simples de operários, que poderiam até trabalhar nas obras dia e noite para vencer o relógio, mas corrida é também de obstáculos, em um pacote que envolve lentos processos licitatórios e até briga política, tudo no mesmo balaio.
No
último dia 9, a licitação para o projeto foi suspensa pelo titular
da Secretaria de Estado de Obras Públicas, Ruy Cabral, que posteriormente
informou, e confirmou nos bastidores, que o projeto não foi cancelado, mas que
passará por uma readequação. Porém, não explicou ou detalhou tal adequação, e o
edital do novo procedimento licitatório ainda não tem data certa para sair.
Trocando em miúdos, a obra está sem previsão de data para começar, dada a
complexidade que costumam ter os processos licitatórios.
A
obra da avenida - ou rua - da Marinha foi apresentada há três meses - em
fevereiro deste ano -, pela vice-governadora Hana Ghassan, nomeada coordenadora
do Comitê da COP-30 em Belém. Pelo projeto, a obra interligaria seis bairros de
Belém e teria 3,5 km de extensão, ligando a avenida Augusto Montenegro com a
avenida Centenário, além de uma rotatória, tudo isso cortando o Parque Ambienta
Gunnar Vingren, que é onde residiria a discordância de opiniões sobre a
viabilidade ambiental do projeto.
As
futuras readequações do projeto ainda não foram sequer ventiladas oficialmente
pela Seop, mas uma fonte que conhece a polêmica de perto dá conta de que essa
está sendo uma questão muito mais política que propriamente ambiental.
“Esse
‘parque’, hoje, é só um matagal. Aliás, até para virar parque de verdade, para
que as pessoas pudessem usufruir de alguma forma, precisaria de uma intervenção
urbanística”, diz a fonte, segundo a qual as discordâncias em torno do projeto
giram muito mais no campo das correntes ideológicas.
E
cita cada uma: “Na área ambiental, há três vertentes de esquerda: os
ambientalistas querem que nada mais se altere, que fique como está; a ministra
Marina Silva, do Meio Ambiente, é uma delas. Há também os ‘restauracionistas’,
que querem que as coisas voltem a ser o que eram, com o fim da expansão urbana
e a preservação de áreas com a reintrodução de espécies nativas onde existiam
antes, mas sem nenhum uso social; e existem os ‘sustentabilistas’, que querem
que o presente garanta um futuro para os que virão, e a natureza possa ser
usada para garantir melhores condições de vida aos que vivem hoje em
sociedade”, diz a fonte da coluna, garantindo que as readequações ao projeto
passam pelo consenso entre essas correntes.
Essa
mesma fonte garante ser quase certo que a mudança no projeto vai retirar a
avenida de dentro do Parque Gunnar Vingren. “O trajeto seguirá sendo o da
Augusto Montenegro até a Centenário”, mas ainda assim, a Secretaria de Obras
garante que a nova avenida da Marinha vai ampliar significativamente a oferta
de tráfego em Belém e Região Metropolitana, melhorando o fluxo do trânsito na
capital.
Da
parte da Prefeitura de Belém, apesar de um propagado investimento assegurado
pelo convênio de cooperação da Itaipu Binacional - que garantiu o repasse de R$
350 milhões à gestão municipal -, as obras também seguem em “operação
tartaruga”.
Está
andando a passos lentos a reforma do Mercado de São Brás, sendo a mais
adiantada de todas, com 50% de execução, o canal São Joaquim, que ainda não
começou, e a reforma do Mercado Ver-o-Peso, que também está devagar, começando
pelas beiradas, porém, ainda nem foi concluída a adaptação do estacionamento,
para onde os feirantes serão levados temporariamente.
Essa
realidade foi vista de perto na última terça-feira, 14, pelo secretário
extraordinário do governo federal para COP30, Valter Correia, que esteve em
Belém e se reuniu a portas fechadas com o prefeito de Belém, Edmilson
Rodrigues, e o coordenador do comitê organizador da COP-30 em Belém, Cláudio
Puty.
A
coluna tentou entrevistar o secretário Valter Correia, formalizando, dia 14, e
reiterando no dia seguinte o pedido de entrevista à Secretaria Extraordinária
para a COP30, em Brasília, mas reinou o silêncio como resposta, como uma sonora
‘não-resposta’.
· Leitor atento da coluna diz estranhar o fato de o
secretário de Meio Ambiente do Estado, Mauro Ó de almeida (foto),
ter desfalcado a comitiva do governador Helder Barbalho que esteve nos EUA,
semana passada.
· A
coluna bem que tentou, mas não obteve resposta de representantes do governo,
nem das fontes de plantão.
· Perguntar
não ofende: por que o delegado federal Everaldo Eguchi está encontrando
terríveis dificuldades para seguir avante? Quem sair por último que apague a
luz.
· Tem enfermeira ocupando cargo de direção em órgão público
exigindo dos seus subordinados ser tratada como doutora. Atender servidor
público que bom, nem pensar...
· Aliás, dia desses, um servidor da Assembleia Legislativa
tentou ser recebido pela “doutora”, mas teve que ser revistado, onde mas foi
informado: “aqui todo mundo é suspeito, até prova em contrário”.
· Presidente do Centro das Indústrias do Pará, José Maria
Mendonça lança dia 23 agora, na Feira da Indústria, no Hangar, o livro
“Amazônia por Amazônia”. Será às 19 horas.
· Acusado de mandar matar a vereadora
Marielle Franco, o deputado Chiquinho Brazão continua a receber os benefícios
da Câmara, mesmo estando preso em Campo Grande.
· O
Ministério Público propôs ação com pedido de tutela antecipada para reparação
de danos causados ao meio ambiente, mas, calma, foi contra a Prefeitura de
Capanema.
· Lá, como cá, lixo dá no meio da canela; a diferença está
nas promotorias do Ministério Público. Simples assim.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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