Justiça climática, transição justa e informações corretas foram assuntos em alta no primeiro dia do evento que discute temas pré-COP 30
Belém, PA - Negacionismo, fake news e outras potocas foi a temática que dominou as atividades do Festival Saúva - Transição, território e clima nesta quarta-feira, 3, primeiro dia do evento realizado em Belém, um debate sobre justiça climática, transição justa e a participação da população e dos territórios no contexto pré-COP30 e Cúpula dos Povos.
Sob a mediação da atriz e apresentadora do Tempo Virou, Giovanna Nader, as jornalistas Isabelle Maciel, editora geral do Tapajós de Fato; Rachel Gepp, diretora do Utopika Estúdio Criativo; e Thaís Bernardes, fundadora do Notícia Preta; provocaram a plateia com diversos questionamentos, desde a origem das fake news - as tradicionais fofocas de vizinhas -, até os dias atuais, tendo como principal aliada a internet, por meio das redes sociais.
Thaís Bernardes apontou as estratégias da comunicação alternativa em transformar recursos empresariais ou governamentais em prol de grupos sociais, como a população negra, que não tem acesso a recursos para projetos sociais.
Para a editora do Tapajós de Fato, a educação popular tem sido uma ferramenta forte de luta, não só para combater o negacionismo dos diversos problemas sociais, mas também, em momento de COP, contribuir para fazer com que a população tenha voz e se sinta protagonista no debate sobre o clima, que ocorrerá em novembro, na capital paraense.
Rachel Gepp ressaltou a importância de ter a possibilidade de falar sobre fakes news a partir do olhar da publicidade e não tratar somente a partir do olhar do jornalismo.
Contrastes
No painel Mudanças climáticas x Distrações climáticas, os debatedores levantaram a dualidade entre esse dois contrastes. A ação das petroleiras e o agronegócio foram apontados como as grandes distrações climáticas usadas para camuflar problemas causados ao clima por esses agentes.
“A maior das distrações climáticas é não priorizar a defesa que o petróleo fique no subsolo, considerando petróleo, gás e as petroleiras as grandes responsáveis pelo aquecimento global, pela crise climática, que só vem crescendo cada vez mais, provocando cada vez mais injustiças climáticas”, disse a coordenadora da FASE Espírito Santo, Daniela Meireles. Para Daniela, é lamentável pensar que nas COPs as petroleiras ocupem espaço de representações maiores do que muitos países e criem blindagens para que o real problema que eles provocam seja debatido.
O pesquisador Flávio Pacheco, da escola de Agroecologia da Amazônia, defendeu que distrações climáticas são as fáceis soluções que o capitalismo coloca como solução para os problemas do clima. “Existem fortes distrações que não vão resolver os problemas climáticos, porque na verdade elas são causadoras dos problemas climáticos”, apontou o pesquisador.
Para ele, a solução é a agroecologia e a forma de manejo que as comunidades tradicionais, especialmente da Amazônia, já fazem.
O Festival Saúva segue nesta quinta-feira(4), com uma programação ao longo do dia no Memorial dos Povos e finaliza com apresentação do Arraial do Pavulagem.
Serviço
Festival Saúva - Transição - Território - Clima.
Data: 3 e 4 de setembro
Local: Memorial dos Povos, avenida Governador José Malcher entre rua Dr. Moraes e travessa Piedade, Belém.
Horário: 9h às 21h
Realização: FASE - Solidariedade e Educação.
Evento gratuito e aberto ao público. Para participar, acesse o formulário de inscrições (https://acesse.one/cUSrk)
Programação desta quinta
9h - Contação de Histórias e Jogo Que Transição É Éssa?
10h - Painéis de debates simultâneos – “Entrando no clima da COP30” / “Onde termina a transição e começa a mudança?”
12h - Intervalo – Programação Cultural.
13h30 - Painéis de debates simultâneos – “Amazônia, Interculturalidade e Territórios de Justiça Climática” / “Onde está o dinheiro para o clima?”
15h – Painel final – “Da Amazônia para o mundo: Cúpula dos Povos rumo à COP 30”.
15h - Mostra Saúva de Cinema.
19h - Arraial do Pavulagem.
21h – Encerramento.
Foto: Divulgação
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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