Estudo aponta que mais da metade dos brasileiros nunca foi ao dermatologista Amapá quer petróleo já: enquanto Belém discutia o futuro, Macapá só tratava do presente bruto Ministério da Pesca atropela Conape e lança planejamento estratégico do setor
Doenças de pele

Estudo aponta que mais da metade dos brasileiros nunca foi ao dermatologista

Pesquisa revela ainda que só 12% da população consultou um dermatologista no último ano, e menos da metade dos negros já tiveram acesso à especialidade.

  • 70 Visualizações
  • 28/11/2025, 17:00
Estudo aponta que mais da metade dos brasileiros nunca foi ao dermatologista
O


sol que queima a pele e torra a cabeça em todas as regiões do Estado conta com um aliado preocupante para que doenças de pele afetem cada vez mais pessoas de todas as idades e, em especial, as que precisam se expor ao tempo para desempenhar atividades do cotidiano. 

Secretaria de Saúde Pública do Pará registrou 299 casos de câncer de pele até 15 de agosto deste ano; em 2024, foram 908 casos e, em 2023, 760/Fotos: Divulgação.
Um estudo da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) aponta que 54% dos brasileiros nunca foram ao dermatologista e que um em cada quatro inclusive desconhece que a dermatologia é uma especialidade médica.

O levantamento também mostrou que a renda é a principal condicionante de acesso ao especialista, revelando disparidades importantes. Enquanto 69% e 66% das pessoas das classes A e B já consultaram um dermatologista, os percentuais caem para 46% e 32% nas classes C e D, respectivamente.

Sob o sol do Pará

O estudo não traz dados específicos sobre a situação do Pará, mas o aumento no número de doenças relacionadas à pele, sobretudo câncer, mostra que a dermatologia não está entre as mais requisitadas especialidades médicas no Estado. De acordo com a Secretaria de Saúde Pública, o Pará registrou 299 casos de câncer de pele até 15 de agosto deste ano. Em 2024, foram 908 casos e, em 2023, 760.

No mesmo período, o Estado atestou 71 mortes provocadas por câncer de pele até julho de 2025, 162 em 2024 e 141 em 2023. Os sintomas mais comuns da doença incluem manchas ou pintas que mudam de cor, tamanho ou formato, feridas que não cicatrizam, sinais que sangram ou coçam e lesões que apresentam bordas irregulares, aspecto perolado, avermelhado ou com crostas.

Acesso discriminatório

O estudo da SBD também constatou uma desigualdade racial no acesso: 58% das pessoas brancas já foram ao dermatologista ao menos uma vez, ante 41% das pessoas negras. No último ano, somente 12% dos brasileiros passaram por consulta com um dermatologista, segundo o levantamento.

Para o dermatologista e presidente da SBD, Carlos Barcaui, esses dados são inaceitáveis e revelam um ponto crítico da saúde pública brasileira: a pele ainda não é tratada como parte essencial da saúde integral.

O fato de mais da metade dos brasileiros nunca ter tido acesso ao dermatologista resulta de uma combinação de fatores estruturais, da distribuição desigual de profissionais e de barreiras socioeconômicas. Embora o País tenha um número expressivo de especialistas, a maioria está concentrada nas capitais e regiões mais desenvolvidas, o que cria vazios assistenciais em áreas periféricas e no interior.

O cenário fica ainda pior quando se constata que parte da população desconhece cuidados básicos com a saúde da pele. Esse acesso limitado pode atrasar diagnósticos de condições graves, como o câncer de pele, especialmente o melanoma.

Autoestima e vaidade

A autoestima aparece como o principal motivo para jovens procurarem o dermatologista (23%), enquanto a prevenção de doenças ganha relevância entre faixas etárias mais elevadas, reflexo de uma maior atenção aos sinais de adoecimento em uma fase mais avançada da vida, segundo o especialista.

Outro dado relevante mostra que 86% dos entrevistados reconhecem que problemas dermatológicos devem ser tratados por um especialista, embora 43% raramente observem pele, cabelos e unhas em busca de sinais de doenças. O levantamento estima que cerca de 11,5 milhões de brasileiros tenham diagnóstico de alguma doença crônica da pele, como vitiligo ou psoríase.

A pesquisa também aponta disparidades de gênero porque, entre os homens, apenas 37% já passaram por uma consulta dermatológica, contra 55% das mulheres.

Para a SBD, os resultados reforçam a necessidade de ampliar o acesso à informação científica confiável e de fortalecer o papel do dermatologista na saúde pública, especialmente em um cenário em que mais da metade da população nunca teve atendimento na especialidade.

Com foi o estudo

O estudo foi conduzido em 136 municípios de todas as regiões brasileiras pelo Instituto Datafolha a pedido da SBD e da divisão de Beleza Dermatológica do Grupo L’Oréal.

O levantamento aponta que 19% dos entrevistados não souberam indicar nenhum profissional de referência para cuidados com a pele. O dado reforça o cenário de desinformação identificado pelo estudo, especialmente em um momento em que cresce o interesse por procedimentos estéticos invasivos com injetáveis, laser e tecnologias de alta energia.

Infecções, necrose tecidual, aumento da resposta inflamatória e casos graves como queimaduras e comprometimento da visão pela falta de experiência ou uso inadequado de injetores e lasers estão entre as principais complicações observadas quando o procedimento não é realizado por um especialista.

O local onde os procedimentos são realizados também exige atenção. Clínicas sem responsável técnico, salões de beleza e spas são apontados pelo estudo como ambientes inseguros para qualquer procedimento estético invasivo.

Papo Reto

O presidente Lula (foto) sancionou a lei que amplia a isenção do IR para quem recebe até R$ 5 mil. Na cerimônia de sanção, as presenças mais notadas foram as ausências dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta. O clima não está nada bom. 

•Antes da sanção, Hugo Motta foi às redes para defender a união dos Poderes e lembrar que a Câmara melhorou o projeto enviado pelo governo, aumentando o desconto progressivo para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350.

A intenção de obras no Brasil voltou a crescer e atingiu, em outubro, o maior nível do ano, segundo o Índice de Intenção de Obra. 

•A retomada é puxada principalmente pelo Norte, que registrou alta de 9 pontos percentuais no mês e avanço anual de mais de 65%. No País, o índice chegou a 29%, representando alta de 16% em relação ao ano anterior.

A GWM recebeu, durante a COP, estudantes de 12 escolas de Belém, municípios da região metropolitana e de cidades do interior para uma visita educativa ao JAQ H1, primeiro barco a hidrogênio da América Latina.

•A atividade teve como propósito fomentar a educação ambiental e ampliar o entendimento dos jovens sobre tecnologias voltadas à mitigação das mudanças climáticas. 

O promotor Lincoln Gakiya alertou à CPI do Crime Organizado que o Brasil corre o risco de se tornar um narcoestado caso não haja ação coordenada entre as instituições. 

•Relator da PEC da Segurança Pública, Mendonça Filho anunciou que fará mudanças no trecho da proposta que amplia as competências do Conselho Nacional de Segurança Pública.

Mais matérias OLAVO DUTRA

img
Olavo Dutra

Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.