No Pará, segundo o IBGE, os dados de 2023 mostram que a ocupação para pretos e pardos era de 32% e salários 57% menores
pesquisa “Juventudes Negras e Empregabilidade” mostra que, embora o acesso de jovens negros à educação tenha crescido, esse aumento não tem refletido, na mesma proporção, na inclusão profissional. A pesquisa, divulgada esta semana na 4ª Conferência Empresarial ESG Racial, em São Paulo, foi elaborada pelo Pacto de Promoção da Equidade Racial em parceria com a Fundação Itaú.

Segundo a pesquisa, a exclusão racial é mais acentuada nas profissões de maior remuneração, especialmente em engenharia, direito e tecnologia. Os dados mostram que jovens negros com ensino fundamental incompleto ou completo permanecem mais próximos da equidade racial ao longo dos anos, enquanto aqueles com maior escolaridade enfrentam barreiras maiores.
De acordo com o IBGE, embora a população negra seja maioria no Brasil, 56%, essa parcela é a que tem os menores índices de acesso à educação, à saúde e ao mercado de trabalho. São também os negros que mais sofrem com os altos índices de violência e encarceramento no País.
No Pará, ainda de acordo com o IBGE, os dados de 2023 mostram que a ocupação para pretos e pardos era de 32% e salários 57% menores, enquanto que os dados de 2020 indicavam que mais de 80% dos desempregados eram negros - refletindo uma persistente desigualdade entre jovens negros e não-negros no mercado de trabalho.
Ainda de acordo com o estudo, a desigualdade é ainda maior sob a perspectiva de gênero. Mulheres jovens negras ocupam a base da hierarquia dos salários, e estão entre as que mais realizam trabalho doméstico não remunerado e são mais expostas à gravidez em idade precoce.
O Índice Esg das mulheres jovens negras por escolaridade era, em 2023, -0,33 na Pós-Graduação; -0,31 no Ensino Superior; e -0,37 no Ensino Médio. No entanto, o índice aponta que, quando superam as barreiras de acesso à universidade, as jovens negras com ensino superior completo possuem melhores resultados em relação aos outros níveis analisados, com um histórico mais consistente de crescimento.
Dados levantados pela pesquisa mostram que, historicamente, as mulheres negras recorrem ao empreendedorismo como forma de garantir renda, diante das dificuldades encontradas no mercado formal. Mesmo quando elas conseguem concluir o ensino superior e conquistar maior mobilidade social, não necessariamente estão em uma situação favorável. Muitas vezes, ainda precisam lidar com salários menores e dificuldade de acesso a cargos de liderança.
O estudo mostrou, ainda, que o acesso à educação é fundamental para reduzir desigualdades. Porém, ainda que um profissional negro tenha a mesma formação de um profissional branco, esbarra em barreiras como o racismo no ambiente corporativo. Ou seja, a educação, sozinha, não é suficiente para promover equidade racial. É necessário enfrentar o racismo estrutural.
Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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