A sustentabilidade econômica do setor exige mais do que recursos e discursos; ele pede governança estável e estratégias de longo prazo.
Ninguém pode negar o protagonismo do agronegócio no cenário da economia brasileira, já que ele é responsável por cerca de 25% do Produto Interno Bruto (PIB). De longe, é um dos setores mais dinâmicos, fortes e tecnológicos deste imenso País.
Popularizada por campanhas institucionais que destacaram o agro como motor de crescimento, gerador de empregos e responsável pelos bons resultados da balança comercial - através de commodities como soja, carne e milho liderando exportações -, a expressão "pop" acaba nunca perdendo a magestade. Ela empresta ao setor uma condição de "ferramenta de vanguarda" na incansável busca pelo desenvolvimento sustentável.
No entanto, os últimos capítulos da crise política que assola o Brasil e que, inclusive, rompeu fronteiras, passaram a impor ameaças reais "extras" às dinâmicas comerciais, que levaram anos e anos para ser tecidas e consolidadas.
Assim, não obstante a vigorosa força econômica, a luz amarela está acesa faz tempo. O agro brasileiro, mais do que nunca, precisa de estabilidade política e boas relações internacionais, insumos bem vasqueiros nos últimos tempos de tantas guerras e polarizações ideológicas.
Sanções e barreiras comerciais como as que os EUA acabam de desferir contra o Brasil, com o objetivo anunciado de tentar travar a escalada autoritária do Judiciário, independente da magnitude, sempre serão nefastas para o cumprimento de acordos com importadores.
As repentinas mudanças do arcabouço agrário, tributário ou ambiental, mortais para os investimentos, conspiram contra aquilo que a nação mais precisa: a geração de emprego e renda.
Ou seja, ao clamar por cenários cada vez mais confiáveis, da política o agro só tem colhido notícias ruins, já que a instabilidade latente é um veneno também para os investimentos em infraestrutura (portos, ferrovias), tão essenciais para o bom escoamento da produção.
Mas por quê a resiliência do agro é limitada?
Simples, commodities são globais e, como tal, seus preços são ditados pelo mercado internacional, e o acesso a ele depende de diplomacia. Especialistas avaliam que, ao falar muito e negociar pouco, a diplomacia brasileira priorizou questões ideológicas, deixando em segundo plano os interesses de quem sustenta, de fato, o País.
Provavelmente, o agro seguirá de fato "pop", por sua capacidade de inovar e gerar riquezas, porém ele não opera no vácuo. As turbulências políticas podem desestabilizar seu crescimento, seja por vias diretas (com mudanças regulatórias) ou indiretas (através da perda de mercados). O clamor é simples e direto: "deixem-nos trabalhar e nós alimentaremos o mundo!". Que assim seja...
Foto: Agência Brasil
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Jornalista, natural de Belterra, oeste do Pará, com 48 anos de profissão e passagens pelos jornais A Província do Pará, Diário do Pará e O Liberal.
Comentários
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