Investigação

Armas furtadas da Polícia Militar em Santos são achadas na casa de uma policial

A polícia procura o restante do armamento e tenta identificar os demais envolvidos no furto.

10/05/2024 22:56
Armas furtadas da Polícia Militar em Santos são achadas na casa de uma policial

São Paulo, SP - Parte do armamento que desapareceu do 6.º Batalhão da Polícia Militar, em Santos, no litoral do Estado, foi encontrado na casa de uma policial. A agente foi afastada de suas atividades e é alvo de um inquérito policial-militar (IPM), conforme informações da Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP).


O sumiço das armas foi constatado no último domingo. A polícia procura o restante do armamento e tenta identificar os demais envolvidos no furto. Na nota em que trata do caso, a SSP-SP não informou o nome da policial, se ela mora em Santos ou em outra cidade nem quais das armas foram encontradas na casa dela.


O batalhão onde o furto ocorreu fica na Avenida Ana Costa, no bairro Gonzaga. Desapareceram pelo menos duas pistolas, 14 carregadores e mais de 200 munições, além de uma capa de colete à prova de balas, que ficavam guardados em um dos armários instalados em um alojamento.


Em outubro de 2021 ocorreu crime semelhante em Santos: seis espingardas e farta munição foram furtadas de um posto da Polícia Militar Rodoviária, no bairro Monte Cabrão. Na ocasião, a polícia encontrou uma escada do lado de fora da unidade, que passou por perícia. Um IPM também foi aberto à época para investigar o caso.


Armas do Exército


Em outubro do ano passado, o Exército descobriu o sumiço de 21 metralhadoras do arsenal do Comando Militar do Sudeste, em Barueri, na Grande São Paulo. A ausência do armamento, 13 metralhadoras calibre .50 - capazes de derrubar aeronaves - e oito calibre 7,62 mm, foi notada durante inspeção no local.


Em fevereiro deste ano, a Justiça Militar decretou a prisão de dois militares suspeitos de envolvimento no furtos. Conforme apurou na época a TV Globo e o G1, um dos presos é um cabo que foi motorista do então tenente-coronel que comandava o Arsenal de Guerra quando ocorreu o sumiço das armas em 2023. O cabo, de acordo com a acusação, usou o veículo oficial do comandante do AGSP para transportar o armamento.


Além dos detidos, 38 militares sofreram punições administrativas relacionadas ao caso. Durante a investigação, em 2023, o Comando Militar do Sudeste chegou a manter cerca de 500 militares aquartelados em Barueri. O diretor do Arsenal na época em que ocorreu o furto, tenente-coronel Rivelino Barata de Sousa Batista, foi exonerado do cargo, que foi ocupado pelo coronel Mário Victor Vargas Júnior.


As investigações apontam que o armamento seria destinado a negociações com facções criminosas em São Paulo, como o Primeiro Comando da Capital (PCC), e no Rio de Janeiro, como o Comando Vermelho (CV). A polícia conseguiu recuperar 19 das 21 armas furtadas. Nove delas foram localizadas pela Polícia Civil em um lamaçal em São Roque, na Grande São Paulo, e o restante foi recuperado pela polícia no Rio de Janeiro. Ainda restam duas metralhadoras que estão desaparecidas.


Foto: Divulgação PM/SP

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