CPI

Deputada do PSOL afirma ser vítima de fake news, mas não cobra prefeito sobre assessor que agrediu humorista

Lívia Duarte afirma que foi vítima de fake news ao ter seu nome associado a assessor do prefeito Edmilson Rodrigues (PSOL) que agrediu humorista, mas não cobrou qualquer providência do colega de partido sobre a brutalidade.

16/04/2024 19:45
Deputada do PSOL afirma ser vítima de fake news, mas não cobra prefeito sobre assessor que agrediu humorista

Belém, PA - Aproveitando o debate levantado em âmbito nacional sobre internet e fake news, a partir do atrito entre o ministro Alexandre de Moraes e o empresário Elon Musk, a Assembleia Legislativa do Estado (Alepa) poderá discutir as fake news e assuntos correlatos a partir de uma Comissão Parlamentar de Inquérito - CPI.


A proposição é da deputada estadual Lívia Duarte (PSOL), que afirma ter sido vítima de fake news em razão do episódio em que o pastor Edmilson da Silva Novaes, que também é assessor do prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues (PSOL), agrediu o humorista Felipe Cabral. A parlamentar relatou que teve a imagem prejudicada porque um influencer paraense afirmou que o agressor seria seu assessor na Assembleia Legislativa.


Silêncio quando convém


“Não é meu assessor, nunca foi meu assessor, nem quando eu era vereadora, deputada, ou meia deputada, ou meia vereadora, nunca foi”, rechaçou Lívia. Apesar de descrever a cena da agressão no plenário da Alepa em detalhes e de o nome do pastor Edmilson Novaes aparecer na folha da Prefeitura de Belém com um salário superior a R$ 6 mil, a parlamentar não cobrou qualquer posicionamento da Prefeitura ou mesmo do prefeito Edmilson Rodrigues, seu colega de partido.


Edmilson Novaes é assessor na PMB com salário superior a R$ 6 mil (Fonte: Portal da Transparência)


Lívia Duarte informou, ainda, que já iniciou a coleta de assinaturas para a instalação da CPI. Ela garante que o Estado possui "milícias digitais” em atividade - algumas com gerenciamento, inclusive, de fora do país. A intenção é investigar a possível utilização de robôs na disseminação de conteúdo falso, inverídico e manipulador por qualquer pessoa, mas, principalmente, por influenciadores digitais paraenses.


Marajó


Na justificativa, a deputada usou, ainda, inúmeros eventos de propagação de desinformação que geraram uma desordem informacional e lembrou da realidade do Marajó, da utilização de informação distorcida em nível nacional, principalmente, sobre possíveis casos de crianças e adolescente para o tráfico sexual.


Próximos passos


Para ser instalada, uma CPI precisa de um requerimento assinado por um terço dos 41 deputados, ou seja, 13 membros da Assembleia Legislativa do Pará. A Comissão tem prazo estipulado para apurar determinado assunto. A CPI possui poderes de investigação próprios das autoridades judiciais, além de outros previstos em Lei e no Regimento Interno da Alepa. Considera-se fato determinado o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do Estado do Pará que estiver devidamente caracterizado no requerimento de constituição da Comissão.


Foto: Celso Lobo/Alepa

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