ma das candidaturas mais importantes na ambiciosa meta do governador Helder Barbalho de eleger 101 prefeitos no Pará nas eleições deste ano - o “um”, na conta da coluna, seria o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues -, corre para representar um desastre por conta de autoavaliação vendida pela atual administração.

Helder, contudo, que deve ter nascido sob o signo
da lua - lua cheia, por assim dizer -, tenta salvar o barco: nesta semana, ao
lado do secretário de Educação, Rossieli Soares, o governador fez por “levantar
a bola” do prefeito em fim de mandato com a assinatura de um convênio para
construção de creche.
Trata-se de Nélio Aguiar, “o Denorex”, personagem que parece, mas não é. Teimoso que só ele, o governador, embora advertido e como bom observador que é da cena política, já se tocou. Só que a cidade é Santarém, onde o MDB de Helder acumula dívidas históricas e é uma área sensível para efeito de emancipação. E onde a estrela de Helder brilha quando o universo político aponta que a gestão Nélio Aguiar, que planeja fazer José Maria Tapajós seu sucessor, mais parece uma Lua Super Nova a ponto de explodir? Na estrela em ascensão chamada Maria do Carmo, para azar de Tapajós. Quer dizer, mesmo que perca a aposta, o cassino será favorável ao sortudo, ou, no português claro: para o governador, o jogo é um ganha-ganha, universo em que a gestão Supernova chega ao fim de uma trajetória complicada.
Eminência parda
Um detalhe da administração Nélio Aguiar tem
assento no passado recente: sempre deixou o controle do caixa com a família
Maia. A secretária dele é Josilene Pinho, considerada técnica muito competente
e premiada, irmã do deputado federal Henderson Pinto, que vem a ser sobrinho do
ex-prefeito e ex-deputado Joaquim e Lira Maia.
Observadores da cena política na maior cidade do oeste do Pará avaliam que os acertos atribuídos ao atual prefeito e que tecnicamente beneficiariam o candidato à sucessão são, na verdade, da lavra de Lira Maia, a eminência parda de seu governo, que coordenou politicamente sua eleição e a reeleição ao cargo - tanto que quando Nélio Aguiar tentou se aventurar sozinho no campo político, perdeu.
Águas de barrela
Foi sua tentativa frustrada de eleger a própria mulher para uma vaga na Assembleia Legislativa. Naquela oportunidade, a sombra do governador Helder Barbalho transitava entre duas candidaturas ao Legislativo estadual, e o resultado é conhecido. Deu Maria do Carmo Martins, tida e havida como a preferida da população do município para suceder o atual prefeito.
Convenhamos: um prefeito que ostenta aprovações tão altas de gestão não eleger uma simples deputada estadual - mesmo gastando tubos de dinheiro - deve dizer algo mais, como os bons entendedores entenderão.
Bola perdida
Nélio Aguiar é, para o núcleo político do governador, uma aposta perdida, como a própria gestão e, por conta desses fatores, seu candidato à sucessão. Sério. Ocorre, porém, que Helder prefere fazer de conta que é o homem mau. E como não apostar alto se as cartas na manga têm igual valor em eventual derrota? Nélio será passado menos de 24 horas depois da abertura das urnas junto com seu candidato e vida que segue. Para o governador, estará “tudo em casa”. As águas correm para o mar desde que o mundo é mundo.
Parece, mas não é
O atual prefeito de Santarém é um homem poderoso na
região e encanta seus munícipes como poucos. Tem controle sobre algumas mídias
sociais e, por conta disso, desfia a sua versão da verdade, mas a gestão Nélio
Aguiar deixa rastros que o governador Helder Barbalho não quer amealhar para si
nestes tempos em que a eleição ao Senado, que era uma possibilidade, foi
vencida por outra, mais ousada e mais além, desde que o presidente Lula voltou
ao poder, entregou um dos seus ministérios mais importantes para Jader Filho, o
filho número 1 da família Barbalho - o Ministério das Cidades -, e canta
loas à desenvoltura internacional de Helder. A via de mão dupla tem lá suas
vantagens nada desprezíveis.
No caso da Prefeitura de Santarém, e da gestão do atual prefeito, toda ajuda será apenas uma tentativa de ajuda a Tapajós. Ao final e ao cabo, quem for podre que se arrebente.
Efeito colateral
Nas contas do céu a roda gira tanto quanto brilham
as estrelas, que se apagam em um piscar de olhos até que, ao final e ao cabo,
tudo terá sido apenas um fenômeno natural que a velocidade da luz levou; na
terra, o sentido da rotação é o mesmo, com um plus: quem deve,
precisa pagar, ou acaba no limbo político, inscrevendo ou não em débitos a
pagar, confiante que, abertas as urnas, o sucessor vai pagar sem tugir, nem
mugir.
É que pagar grandes credores não é o forte de Nélio
Aguiar que, para se livrar deles, acusa-os até sobre a Bíblia.
Papo Reto
O que se diz é que o cartorário
Luiziel Guedes atual chefe da Casa Civil, é o favorito do governador Helder
Barbalho para ocupar a vaga do conselheiro Sérgio Leão no TCM.
O TCE extinguiu o processo relativo
às contas de responsabilidade da ex-prefeita de Santarém Maria do Carmo (foto),
hoje deputada, do PT.
O processo, engavetado há mais de uma
década sem análise, prescreveu, o suposto rombo ficou para trás e os autos vao
para arquivamento.
Lembra aquele porradal entre
peladeiros da Assembleia Paraense em que o juiz do Trabalho, Marcos Maia,
arrebentou a cara de um desafeto das quatro linhas?
O resultado da celeuma anunciado pela
diretoria-executiva da AP aponta que os brigões foram punidos com suspensão das
atividades do clube de cinco a onze meses. Marcos Maia pegou a pena mais
leve.
O insepulto Pará Clube pega fogo. Em
reunião recente, o Conselh0o Fiscal se negou a aprovar as contas do presidente
Antônio Pedro Vale, apresentadas em um calhamaço de papeis encaixotado.
O resultado foi que membros da
diretoria e executiva e do Conselho Fiscal decidiram renunciar na hora, entre
eles Salomão Aben-Athar, Jose Alves, Silvanira Gaioso, Allan Nascimento e
Robson do Carmo.
A Polícia Federal precisa fazer uma
operação no Porto do Conde, em Barcarena, contra exportação de minério ilegal -
furtado ou ilicitamente explorado. Quadrilhas fazem uso de documentos falsos,
os quais, ao que parece, passam pela fiscalização livremente.
Hoje, Dia Mundial de Combate ao
Câncer, a Organização Mundial de Saúde destaca que a doença já é a segunda que
mais mata no planeta.
São cerca de 9,6 milhões de óbitos
por ano, com previsões pouco otimistas para os próximos 25 anos, já que o
câncer deverá se tornar a primeira causa de morte de humanos no mundo.
Divulgado recentemente, um sombrio
relatório da OMS sobre a projeção de tumores prevê nada menos do que 12,4
milhões de novos casos de câncer por ano no seio da humanidade.