Por Olavo Dutra | Colaboradores
Nos corredores do Instituto, os comentários são definitivos: o trio que deixou o Iasep em situação de terra arrasada atende pelo nome de Bernardo Almeida, ex-presidente, Anízio Abdon Bestene Júnior, ex-diretor Administrativo e Financeiro e, acredite, o atualíssimo Alex Centeno - este, personagem que caminha a passos largos para se tornar desembargador do Tribunal de Justiça do Pará e parece peça fora do lugar no Instituto. Centeno e Bernardo são sócios no Escritório de Advocacia Centeno, Nascimento, Pinheiro & Almeida Advogados.

Fique claro desde já, para corrigir
uma informação equivocada: Bernardo Almeida não tem ligações com o prefeito de
Ananindeua, Daniel Santos, mas seu antecessor, sim - e por isso foi substituído
no cargo. O ex-presidente do Iasep foi indicação política, feita por integrante
da família do governador como outras tantas que não comprometem a gestão. O
problema decorre de outras circunstâncias.
O que se diz é que, como sócio de
escritório de advocacia com Alex Centeno, Bernardo Almeida misturou eiras com
beiras. Da sociedade também participam, entre outros - quase 12 no total -, os
advogados Artur Pinheiro e Leonardo Nascimento, assessor especial do governo do
Estado preso em operação policial com o ex-chefe da Casa Civil Parsifal Pontes
e o ex-secretário de Transporte Pádua Costa.
Segundo fontes da coluna, entenda-se
por ‘eiras com beiras’ o fato de que, supostamente, todos os contratos do
Instituto de Previdência dos Servidores do Estado eram tratados no Escritório
de Advocacia Centeno, Nascimento, Pinheiro & Almeida.
Gigantismo da crise
Ocorre que, como a crise no Instituto
tomou rumos jamais imaginados, chegando a acumular dívida de R$ 500 milhões e,
mais do que isso, deixando os dependentes da previdência estadual à míngua, sem
atendimento médico na rede de hospitais credenciados - na prática, a começar
pelo Cynthia Charone, um por um foi se descredenciando, dada a inadimplência,
até chegar ao Hospital Porto Dias -, os respingos atingiram o Palácio do
governo, de onde partiu a solução final.
Cravo e ferradura
A expectativa é de que a substituição
de Bernardo Almeida pela a técnica de carreira Josynélia Tavares Raiol,
advogada e consultora jurídica do Estado, não represente apenas uma ‘troca de
sofá’. Parece que por ela, não: egressa da Secretaria de Planejamento e
Administração, onde ocupava o cargo de secretária-adjunta de Modernização e
Gestão, Josynélia Raiol tem grande experiência em gestão pública, tendo atuado
no Detran, onde chegou a ocupar o cargo de Procuradora-chefe.
Bernardo Almeida foi exonerado da presidência
do Iasep pelo governador Helder Barbalho depois que uma auditoria concluiu que
o Instituto está 'quebrado', o que justificaria a dívida milionária, a
debandada da rede credenciada de médicos, hospitais e laboratórios e a
suspensão do atendimento aos servidores do Estado.
Parece incompetência
O que não se entende é que o
Instituto goza de uma enorme vantagem em relação aos demais planos de
assistência médica: a inadimplência é zero, uma vez que os servidores do Estado
descontam a previdência no contra cheque. Por óbvio, alguém haveria de explicar
tamanho rombo.
O futuro dirá
De qualquer modo, a par da surpresa causada pela exoneração de Bernardo Almeida, mesmo sendo sócio do possível novo desembargador, convém ficar de olho no Diário Oficial do Estado: dizem que Bernardo Almeida não ficará ao relento, apesar dos indicativos de que, não tendo pedido para sair, ‘saíram com ele’, o que não deve ter sido um desenlace feliz. O tempo dirá - ou as horas, os dias...
Papo Reto
O
governador Helder Barbalho (foto) finalmente
anunciou, ontem, em rede social, o início da construção da nova ponte do
Outeiro.
A obra vai despontar a partir da Sétima rua de Icoaraci, prometendo que
será o passo definitivo para a realização do antigo sonho de uma ligação
terrestre com Mosqueiro.
Cenas
cinematográficas - 75 frenéticas viaturas e voos rasantes de helicóptero -
jamais vistas foram registradas ontem, em Redenção, no sudeste do Pará, durante
ações de busca e apreensão da PF que investigam práticas ilícitas na gestão
municipal.
Finalmente, o governo assinou contratos para novas explorações de
petróleo nas bacias de Campos e Santos, com investimentos de pelo menos R$ 1,4
bilhão.
Sobre a
exploração de óleo e gás próximo à foz do Rio Amazonas que é bom, e poderia
mudar a realidade do Marajó, parece que botaram uma pedra em cima.
O governo da Suíça anunciou doações para o Fundo Amazônia. O País é um
dos dez maiores investidores no Brasil, sendo o dono de 660 empresas aqui
instaladas.
Os
benefícios fiscais à Zona Franca de Manaus foram ampliados até 2073.
Invocando as recentes falas do presidente Lula contra a União Europeia e
sobre o regime ditatorial da Venezuela, a oposição pediu, ontem, o impeachment do
presidente Lula em protesto no Salão Verde da Câmara.
Aliás, o
advogado do presidente na Lava Jato já foi nomeado ministro do STF; posse será
em 3 de agosto.
A Polícia Federal desarticulou, no Maranhão, um grupo que fraudava o
sistema do SUS, inflando dados de procedimentos de reabilitação do pós-covid
para receber mais recursos do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação.
Como
boatos dão conta de que a prática criminosa teria também se alastrado pelo
interior do Pará, aguardemos as cenas dos próximos capítulos...
A campanha de combate às hepatites virais será permanente, diz a
Sociedade Brasileira de Hepatologia.