Oriente Médio

Paraense que foi sargento do exército israelense aguarda por chamada para o front de guerra

Fernando Larrat, que tem dupla nacionalidade, afirma que está preparado para voltar ao país e lutar contra os grupos terroristas que já mataram milhares em Israel.

10/10/2023 00:16
Paraense que foi sargento do exército israelense aguarda por chamada para o front de guerra

Belém (PA) - O paraense Fernando Larrat, de 27 anos, vive a expectativa de ser chamado para reassumir o posto que deixou há sete anos no exército de Israel. Descendente de israelitas, Fernando resolveu assumir a dupla nacionalidade em 2016 e, entre as mudanças, veio o serviço militar obrigatório numa das forças armadas mais poderosas do planeta, onde chegou ao cargo de sargento. Fernando revelou, durante entrevista à jornalista Danielle Monteiro, da TV Record Belém, que está pronto para voltar ao país, que vem sendo alvo de violentos ataques promovidos pelo grupo extremista Hamas.

"Entrei no exército de Israel porque é uma atitude que enche de orgulho qualquer pessoa no país. Comecei numa unidade especializada em combates urbanos, mas também participei de algumas missões na Faixa de Gaza, em Evron, em Ramla e nas proximidades do Líbano. Conheci a região atacada e sei que tem muita gente em perigo. Se for preciso voltar, estarei pronto", afirmou.

Depois de alguns anos servindo, Fernando foi liberado do serviço contínuo, mas ainda precisava se apresentar à base militar, uma vez ao ano, para realizar treinamentos específicos. Esse período de retorno para a preparação é chamado de Miluim.

Esta não é a primeira vez que o brasileiro-israelita fica a um passo de retomar sua vaga no exército israelense. Em 2021, por conta da escalada de violência entre judeus e palestinos, Fernando recebeu uma carta avisando que ele poderia ser chamado ao Oriente Médio a qualquer momento. O retorno dele a Israel foi determinado pelos oficiais militares, mas dependeria, naquele momento, da situação na fronteira.

Agora, no entanto, Fernando reconhece que a situação é muito mais grave. O Hamas, grupo extremista palestino que controla a Faixa de Gaza, sempre agiu com violência e radicalidade. Em 2021, a facção chegou a emitir um ultimato para que Israel removesse suas forças do complexo de al-Aqsa e de Sheikh Jarrah. Ou seja, na opinião do paraense, motivos não faltavam para que Israel se precavesse contra o tipo de ataque sofrido nos últimos dias.

"A partir de toda experiência que vivi e conheci durante ter servido no exército de Israel, ainda não da para entender como o país sofreu um ataque tão intenso e violento. As forças de inteligência são modernas, os equipamentos de monitoramento estão entre os melhores do mundo. A gente vê, inclusive, que esse ataque foi planejado há mais de um ano. É estranho ver como esse plano (do Hamas) passou desapercebido e atingiu tantas pessoas".

O paraense também reiterou, durante entrevista à TV Record Belém, que Israel lida com perseguições há milhares de anos e acredita que, por mais intensos e violentos que sejam, não serão os ataques do Hamas que irão acabar com a força e a união do povo israelita, nesse momento. Fernando revelou, inclusive, que chorou a morte do ex-comandante no atual conflito e conta que outros dois amigos, um homem e uma mulher, seguem como reféns do Hamas.

"O que a gente precisa fazer nesse momento é se unir para combater o terrorismo, um problema que atinge todos os países de uma forma ou de outra. O governo Lula já repudiou o ataque (do Hamas), mas precisamos de muito mais que isso. O mundo precisa ver, de fato, o que está acontecendo nesse momento em Israel. E as redes sociais estão aí para ajudar nesse processo de esclarecimento dos fatos. Chegou o momento de se defender. Israel tem armas e tecnologia para isso. E nós, soldados, estamos prontos para dar nossa parcela de contribuição", concluiu.

(Foto: arquivo pessoal)

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