Estudos feitos
pela Petrobras na bacia da Foz do Amazonas, na Margem Equatorial brasileira,
demonstraram que as correntes marítimas seguiram em sentido contrário a costa
brasileira, confirmando os estudos e modelagens realizados pela estatal e já
aprovados pelo Ibama no processo de licenciamento ambiental do bloco FZA-M59,
informou a Petrobras na última quinta-feira, 28. A licença ambiental para
explorar a área, porém, ainda não foi concedida.
A companhia informou que já lançou na Margem Equatorial mais de 428 derivadores
(equipamentos que medem o comportamento das correntes marítimas), sendo 84
equipamentos na bacia da Foz do Amazonas. Recentemente, a empresa iniciou o
projeto de Caracterização Ecológica de Sistemas Recifais da Bacia da Foz do
Amazonas, que irá gerar novas informações.
"Estão sendo realizadas pesquisas por meio de expedições científicas a
bordo do navio Vital de Oliveira, no âmbito de uma cooperação existente entre
Petrobras, Marinha do Brasil, Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação
(MCTI) e Serviço Geológico do Brasil (SGB)", disse a Petrobras em nota.
A empresa programou para o segundo semestre deste ano, uma segunda expedição
oceanográfica no Amapá, dando continuidade e aprofundando a investigação
científica feita em junho do ano passado. Em junho de 2023, foi feito um
cruzeiro oceanográfico no Amapá, com o objetivo de identificar a ocorrência de
ambientes recifais, que abrangeu o mapeamento detalhado do leito marinho e a
coleta de amostras para estudar a composição biológica e geológica do fundo.
"Os resultados preliminares estão sendo publicados em revista
especializada para divulgação à comunidade científica",informou a
Petrobras sem dar detalhes.
As expedições contam com a participação de 29 pesquisadores, provenientes de
nove instituições, além do Serviço Geológico do Brasil (SGB) e Marinha do
Brasil, e somam investimentos de R$ 350 milhões de 2012 até 2028.
A Petrobras reiterou que não pretende perfurar em região costeira ou próxima a
áreas sensíveis. Na Margem Equatorial, os blocos encontram-se distantes da
costa, em águas profundas e ultraprofundas. No caso do Bloco FZA-M59, a
perfuração de poço exploratório deve ocorrer a uma distância de 160 km da costa
e a mais de 500 Km a noroeste da foz do rio Amazonas.
A estatal ressaltou ainda, que atua na região Amazônica sem desastres
ambientais desde a década de 1950, quando iniciou as primeiras perfurações de
poços nas bacias sedimentares terrestres do Amazonas e Solimões. Na década de
70, as primeiras perfurações em águas rasas na Bacia da Foz do Amazonas.
"Nessa localidade, foram mais de 70 poços perfurados pela Petrobras. Além
disso, perfuramos poços e produzimos petróleo e gás no Polo Urucu, na Floresta
Amazônica, desde 1988", informou a estatal. "Todas essas operações
foram e são realizadas com total segurança e responsabilidade, de forma
sustentável e sem danos ao meio ambiente", afirmou.
Fonte: Estadão conteúdo
Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil