Prevenção

Deputados alertam sobre prevenção ao suicídio e discorrem sobre políticas públicas voltadas à saúde mental

Campanha, que acontece em todo o país, visa discutir políticas públicas que ajudem quem sofre com problemas mentais

05/09/2024 18:03
Deputados alertam sobre prevenção ao suicídio e discorrem sobre políticas públicas voltadas à saúde mental

Belém, PA - Parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado, Alepa, discorreram sobre possíveis ações e políticas públicas relacionadas ao “Setembro Amarelo”, mês dedicado à prevenção do suicídio e problemas relacionados à saúde mental. Sob a liderança do deputado estadual Francisco Melo, o Chicão, os deputados estaduais usaram o tempo de tribuna da Sessão realizada na última terça, 3, para chamar atenção para o assunto.


A iniciativa teve início no Brasil em 2015, com o objetivo de sensibilizar as pessoas sobre o suicídio, bem como evitar o seu acontecimento e discutir maneiras de prevenção. Além disso, a campanha visa a discussão em torno de políticas públicas que deem conta desses casos.

Há tempos que o suicídio é tratado como problema de saúde pública, que ajudaria, em tese, a derrubar tabus sobre o assunto. “Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), todos os anos mais pessoas morrem como resultado de suicídio, mais do que HIV, malária ou câncer de mama – ou guerras e homicídios”, situou a gravidade da questão, o deputado Carlos Bordalo (PT).


“O Setembro Amarelo nos convida a refletir sobre como podemos contribuir para uma sociedade mais solidária, onde o cuidado com a saúde mental seja uma prioridade”, disse a deputada Maria do Carmo, vice-líder do governo na Casa.

Já a deputada Maria considera essencial promover o respeito e a empatia ao tratar desse assunto. “Piadas ou comentários desdenhosos sobre a saúde mental de alguém podem agravar ainda mais o quadro de uma pessoa vulnerável”, considerou. A parlamentar defendeu ainda a necessidade da prevenção dentro das escolas, com o apoio de psicólogos.


O deputado Fábio Freitas (PRTB) avalia que o suicídio é um mal que assola o Pará, o Brasil e o mundo. “Temos que considerar que o assunto é de extrema importância, seriedade e de muita sensibilidade. Para ele, temos que estabelecer programas para acolher essas pessoas que se encontram desamparadas e que por falta de apoio vão ao extremo atentando contra a própria vida”. Freitas lembrou de projeto de sua autoria, sancionado ano passado, determinando a afixação de placas nas escolas públicas e privadas do Estado alertando para o tema da prevenção ao suicídio.


OMS


“Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que o suicídio é a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, e a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida”, disse Maria.


Já o deputado Bordalo informou que a taxa de entre jovens cresceu 6% por ano no Brasil entre 2011 e 2022, enquanto as taxas de notificações por autolesões na faixa etária de 10 a 24 anos de idade evoluíram 29% ao ano no mesmo período. Os números apurados superam os registrados na população em geral, cuja taxa de suicídio apresentou crescimento médio de 3,7% ao ano e de autolesão de 21% ao ano, no período analisado.


“Trata-se de um fenômeno complexo, que pode afetar indivíduos de diferentes origens, sexos, culturas, classes sociais e idades”, avaliou o parlamentar petista. Carlos Bordalo citou ainda estudos da Fiocruz, que já associaram o aumento do número de suicídios ao aumento das desigualdades sociais e da pobreza, e ao crescimento da prevalência de transtornos mentais, que causam um impacto direto nos serviços de saúde.


A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) é uma instituição vinculada ao Ministério da Saúde, portanto, ligada ao governo federal, e que atua na pesquisa e no desenvolvimento científico e tecnológico da saúde brasileira.


Setembro Amarelo


A campanha começou nos EUA, quando o jovem Mike Emme, de 17 anos, cometeu suicídio, em 1994. Mike era um rapaz muito habilidoso e restaurou um automóvel Mustang 68, pintando-o de amarelo. Por conta disso, ficou conhecido como "Mustang Mike". Seus pais e amigos não perceberam que o jovem tinha sérios problemas psicológicos e não conseguiram evitar sua morte.


No dia do velório, foi feita uma cesta com muitos cartões decorados com fitas amarelas. Dentro deles tinha a mensagem "Se você precisar, peça ajuda". A iniciativa foi o estopim para um movimento importante de prevenção ao suicídio, pois os cartões chegaram realmente às mãos de pessoas que precisavam de apoio.


Foto: Ozeas Santos/AID Alepa

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